"Se a Bielorrússia cair, a Rússia será a próxima"
["Se a Bielorrússia cair, a Rússia será a próxima"].
O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, afirmou numa entrevista a órgãos de comunicação social russos que se o seu país cair, o seguinte será a Rússia.
O chefe de Estado reconheceu que talvez tenha ficado demasiado tempo no poder, mas recusou qualquer diálogo com a oposição.
Admitiu eleições antecipadas, mas apenas após uma reforma constitucional.
Alexander Lukashenko afirmou que esta crise é algo "muito doloroso e até trágico, mas isso não significa que vá desistir."
O presidente bielorrusso assegurou que antes de morrer, vai "proteger o que foi construído, proteger as pessoas que o construíram, pois elas são uma maioria esmagadora."
No entanto, avisa o aliado Vladimir Putin que "se a Bielorrússia cair, a Rússia será a próxima".
Sobre a detenção, na manhã de terça-feira, da líder da oposição Maria Kolesnikova, Lukashenko afirmou que ela tinha tentado fugir ilegalmente para a Ucrânia.
A oposição, no entanto, afirma que Kolesnikova foi sequestrada e coagida para deixar o país, no entanto recusou-se e rasgou o próprio passaporte.
Kolesnikova é a última de três mulheres que lideram a oposição a Lukashenko, que permanece na Bielorrússia.
Os membros do Conselho de Coordenação contaram que Maria Kolesnikova foi levada à força numa carrinha por agentes bielorrussos não identificados.
Anton Rodnenkov afirmou que a meteram no banco de trás do veículo, que a trancaram. Durante todo esse tempo, garante que Kolesnikova gritava "que não ia a lado nenhum".
A perseguição aos membros do Conselho Coordenador tem aumentado, nos últimos dias. A União Europeia tem vindo a exigir que as autoridades bielorrussas libertem todos os prisioneiros políticos.