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Porta Dos Fundos 2016, ROMEU E JULIETA

ROMEU E JULIETA

Fala, queridão!

Me conta aí rapidinho que eu tô super cheio de coisa...

É papelada...

Fala, teu pai te mandou...

O Mauro, como é que ele tá?

Manda um beijão pra ele.

Tá bem, tá bem...

Te mandou outro beijo!

Legal.

Olha, não sei se meu pai te falou

mas faz um tempo que eu mexo com teatro...

Legal, teatro.

E tem várias peças que eu escrevi que foram super indicadas a prêmios e tudo...

e essa daqui é uma peça que eu escrevi, enfim, que eu queria patrocínio.

Ôoo patrocínio...

Tá!

Se foi teu pai que te mandou, vamo lá!

Então me fala aí.

Vamo vê, fala aí, Wellington.

É William.

Isso, William.

É... me conta me conta um pouquinho.

Não precisa nem mostrar não!

Me fala rapidamente, assim, três linhas:

o que que é essa peça, vamo lá!

Então, a peça é a história de Romeu e Julieta.

Uhm...

Que é um casal que tem um amor proibido.

É, proibido pra gente num... aqui num é legal.

O nosso público não gosta de proibido.

A gente não quer relacionar a nossa marca com proibido.

Então assim de cara, brigadíssimo aí pelo teu projeto.

Sucesso, aí.

É que, calma aí!

Não é "proibido", "proibido".

É porque na verdade o amor deles enfim...

Não é bem quisto porque eles têm famílias feudais...

que são inimigas.

É, feudal pra gente também não é legal.

Que essa coisa de política...

A gente quer fugir de política...

Fugir de confusão...

A gente não quer nada envolvido com isso.

Então, sucesso aí pra você!

Brigadíssimo aí por tudo.

Tá é só pra te explicar...

Não é política não.

São famílias feudais, mas a peça fala de amor.

É uma ode ao amor, sobretudo.

Uma ode ao amor desse casal de jovens apaixonados...

Jovens...

Claro... acima de dezoito, né?

Eles são maiores de idade.

Uhm... não, não.

Eles são adolescentes mesmo.

Ah, sim!

Então é a ode à pedofilia, é isso que você tá me trazendo.

Ôoo William...

Quer me fuder, pô?

Como é que eu vou chegar pro chefão...

Falar, tá aqui ó!

É um pornô jovem. O que é isso?

Não, não, não.

Não tem sexo, não tem nada disso.

É um amor ingênuo, amor de jovens que...

querem se casar escondido...

Sem o consentimento dos pais?

É, é...

Tá! Quer dizer, então...

É proibido,

é contra a lei...

É contra a igreja...

Eu não sei nem o que te falar, William.

Eles se casam, afinal?

Não, não.

No final eles se suicidam.

Tá certo.

William, o que que você tem de Stand Up?

E eu lá no cavalo...

...

Aí olhei pra trás e senti que o cavalo foi se distanciando...

Aí eu meti: Tu é jóquei ou tu é arara aberta?

Ah!

Aí foi aqui muito na sequência também...

Eu tenho aqui anotado...

Que eu vou...

Pirando, vou tendo idéia...

Vou...

...

Vou colocando aqui.

Por que que o rei usa coroa?

Ele não é rei?

Coroa é a mãe dele!

Ah, é bom, é bom...

Aí vem aqui do...

Do papa.

Por que que chama papa?

Ele por acaso papa?

É bom.

A comida?

E tem aqui também...

Que essa...

É mais brincalhona.

É mais trocadilho.

Aqui.

O Tâmisa...

Que a minha mãe falou assim...

Na época lá...

Ela falou assim: meu filho, tá na mesa.

Aí eu falei:

O rio?

Tá...

E ela morreu de rir...


ROMEU E JULIETA

Fala, queridão!

Me conta aí rapidinho que eu tô super cheio de coisa...

É papelada...

Fala, teu pai te mandou...

O Mauro, como é que ele tá?

Manda um beijão pra ele.

Tá bem, tá bem...

Te mandou outro beijo!

Legal.

Olha, não sei se meu pai te falou

mas faz um tempo que eu mexo com teatro...

Legal, teatro.

E tem várias peças que eu escrevi que foram super indicadas a prêmios e tudo...

e essa daqui é uma peça que eu escrevi, enfim, que eu queria patrocínio.

Ôoo patrocínio...

Tá!

Se foi teu pai que te mandou, vamo lá!

Então me fala aí.

Vamo vê, fala aí, Wellington.

É William.

Isso, William.

É... me conta me conta um pouquinho.

Não precisa nem mostrar não!

Me fala rapidamente, assim, três linhas:

o que que é essa peça, vamo lá!

Então, a peça é a história de Romeu e Julieta.

Uhm...

Que é um casal que tem um amor proibido.

É, proibido pra gente num... aqui num é legal.

O nosso público não gosta de proibido.

A gente não quer relacionar a nossa marca com proibido.

Então assim de cara, brigadíssimo aí pelo teu projeto.

Sucesso, aí.

É que, calma aí!

Não é "proibido", "proibido".

É porque na verdade o amor deles enfim...

Não é bem quisto porque eles têm famílias feudais...

que são inimigas.

É, feudal pra gente também não é legal.

Que essa coisa de política...

A gente quer fugir de política...

Fugir de confusão...

A gente não quer nada envolvido com isso.

Então, sucesso aí pra você!

Brigadíssimo aí por tudo.

Tá é só pra te explicar...

Não é política não.

São famílias feudais, mas a peça fala de amor.

É uma ode ao amor, sobretudo.

Uma ode ao amor desse casal de jovens apaixonados...

Jovens...

Claro... acima de dezoito, né?

Eles são maiores de idade.

Uhm... não, não.

Eles são adolescentes mesmo.

Ah, sim!

Então é a ode à pedofilia, é isso que você tá me trazendo.

Ôoo William...

Quer me fuder, pô?

Como é que eu vou chegar pro chefão...

Falar, tá aqui ó!

É um pornô jovem. O que é isso?

Não, não, não.

Não tem sexo, não tem nada disso.

É um amor ingênuo, amor de jovens que...

querem se casar escondido...

Sem o consentimento dos pais?

É, é...

Tá! Quer dizer, então...

É proibido,

é contra a lei...

É contra a igreja...

Eu não sei nem o que te falar, William.

Eles se casam, afinal?

Não, não.

No final eles se suicidam.

Tá certo.

William, o que que você tem de Stand Up?

E eu lá no cavalo...

...

Aí olhei pra trás e senti que o cavalo foi se distanciando...

Aí eu meti: Tu é jóquei ou tu é arara aberta?

Ah!

Aí foi aqui muito na sequência também...

Eu tenho aqui anotado...

Que eu vou...

Pirando, vou tendo idéia...

Vou...

...

Vou colocando aqui.

Por que que o rei usa coroa?

Ele não é rei?

Coroa é a mãe dele!

Ah, é bom, é bom...

Aí vem aqui do...

Do papa.

Por que que chama papa?

Ele por acaso papa?

É bom.

A comida?

E tem aqui também...

Que essa...

É mais brincalhona.

É mais trocadilho.

Aqui.

O Tâmisa...

Que a minha mãe falou assim...

Na época lá...

Ela falou assim: meu filho, tá na mesa.

Aí eu falei:

O rio?

Tá...

E ela morreu de rir...