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Porta Dos Fundos 2017, SUMIDO

SUMIDO

Porra!

Augusto?

E aí...

- Tudo bem? - Ô rapaz, como é que você tá, porra?

Pois é, tô bem e você?

Tu tá sumido!

Pois é cara, trabalhando muito.

Eu te mandei mensagem no WhatsApp, tu não viu, tu nem responde.

Cara, eu troquei de celular, eu pego pouco também...

É, mas no Face eu também entro no Messenger lá

mando um monte de coisa. Tu não vê, não?

Cara, eu até vi, mas o problema é que eu fico de responder

acaba acontecendo outra coisa.

Eu te marco em um monte de foto lá.

Não vi.

- É mesmo, é? - É.

Porra. Tá sumidaço, hein?!

- Pois é, foda. Sumidaço. - Porra...

É, mas eu liguei pra tua casa, Wanessa atendeu falou que você tava viajando.

Peguei férias aí um tempo.

Eu fui no teu trabalho e o pessoal falou que você não tava,

mas eu vi você se escondendo no banheiro.

- Cara tô ruinzaço do estômago. - É?

Mesmo. Aí eu tô indo no banheiro direto.

Porra... Aí fiquei do lado de fora te esperando sair do trabalho.

Aí vi você saindo assim.. Aí, porra, segui você até o ponto de ônibus.

É mesmo? Cara, eu não vi

eu tô sem óculos agora, botei lente. Não tô enxergando mais ninguém na rua.

Mas você chegou até a ver. Que aí você saiu correndo e eu correu 8km, porra.

- Cara, eu comecei a correr agora. - É?

- Pra malhar mais um pouquinho. - Porra... É isso mesmo.

Aí tu entrou no motel, ficou três dias naquela suíte escondida.

Eu fiquei esmurrando a porta três dias gritando teu nome, porra.

Cara, esse remédio pra estômago tá me deixando com sono pesadaço

- tô ouvindo mais nada. - Porra...

Sumidaço você, cara.

- Pois é. - Tá até diferente, porra.

Tu polou pela janela, saiu pela escada de incêndio

a gente foi trocando tiro até Ipanema.

É, eu tô em um momento mais meu agora.

É, mas quando tu tirou a senhora do carro, assumiu o volante,

eu pulei em cima do capô e fiquei dando cabeçada no vidro tentando quebrar,

tu me jogou na mureta eu peguei a moto, segui você até Foz do Iguaçu

dando totozinho no teu carro, porra.

Cara eu nem te falei, eu vendi o Opala.

- É mesmo? - Vendi.

Porra, mas quando eu te encurralei lá na catarata tu pegou uma criança de escudo,

e nisso falou "eu só quero ficar em paz".

Quando eu fui pra cima tu jogou a criança em mim e pulou da catarata.

Eu nunca fui chegado em criança.

- Você me conhece. É. - É mesmo, é?

- Você tá sumidaço, hein? - Pois é.

Não faz mais isso não, cara. - É... Pode deixar.

Porra... Bom te ver pra caceta.

- É. - Ó, a gente tinha que marcar alguma coisa.

- Vamos marcar alguma coisa? - Vamos sim, vamos sim.

- Ô, vamos ver sim. - Vamos.

Tem visto o Rogério?

Rogêrio, tô há oito meses atrás desse cara.

Cara ele entrou nesse matagal aqui, ó.

Ah eu sabia, só podia ser ele.

Ô Rogério.

Ô Rogério.

Rogério, eu sei que você tá aí que o pessoal me deu as informações das internas.

Sempre ruim de mira, hein?!

Como é que tá Valquíria?

Tá bem?

Como é que tá de saúde?

E tua mãe? Eu vou aí, hein!


SUMIDO

Porra!

Augusto?

E aí...

- Tudo bem? - Ô rapaz, como é que você tá, porra?

Pois é, tô bem e você?

Tu tá sumido!

Pois é cara, trabalhando muito.

Eu te mandei mensagem no WhatsApp, tu não viu, tu nem responde.

Cara, eu troquei de celular, eu pego pouco também...

É, mas no Face eu também entro no Messenger lá

mando um monte de coisa. Tu não vê, não?

Cara, eu até vi, mas o problema é que eu fico de responder

acaba acontecendo outra coisa.

Eu te marco em um monte de foto lá.

Não vi.

- É mesmo, é? - É.

Porra. Tá sumidaço, hein?!

- Pois é, foda. Sumidaço. - Porra...

É, mas eu liguei pra tua casa, Wanessa atendeu falou que você tava viajando.

Peguei férias aí um tempo.

Eu fui no teu trabalho e o pessoal falou que você não tava,

mas eu vi você se escondendo no banheiro.

- Cara tô ruinzaço do estômago. - É?

Mesmo. Aí eu tô indo no banheiro direto.

Porra... Aí fiquei do lado de fora te esperando sair do trabalho.

Aí vi você saindo assim.. Aí, porra, segui você até o ponto de ônibus.

É mesmo? Cara, eu não vi

eu tô sem óculos agora, botei lente. Não tô enxergando mais ninguém na rua.

Mas você chegou até a ver. Que aí você saiu correndo e eu correu 8km, porra.

- Cara, eu comecei a correr agora. - É?

- Pra malhar mais um pouquinho. - Porra... É isso mesmo.

Aí tu entrou no motel, ficou três dias naquela suíte escondida.

Eu fiquei esmurrando a porta três dias gritando teu nome, porra.

Cara, esse remédio pra estômago tá me deixando com sono pesadaço

- tô ouvindo mais nada. - Porra...

Sumidaço você, cara.

- Pois é. - Tá até diferente, porra.

Tu polou pela janela, saiu pela escada de incêndio

a gente foi trocando tiro até Ipanema.

É, eu tô em um momento mais meu agora.

É, mas quando tu tirou a senhora do carro, assumiu o volante,

eu pulei em cima do capô e fiquei dando cabeçada no vidro tentando quebrar,

tu me jogou na mureta eu peguei a moto, segui você até Foz do Iguaçu

dando totozinho no teu carro, porra.

Cara eu nem te falei, eu vendi o Opala.

- É mesmo? - Vendi.

Porra, mas quando eu te encurralei lá na catarata tu pegou uma criança de escudo,

e nisso falou "eu só quero ficar em paz".

Quando eu fui pra cima tu jogou a criança em mim e pulou da catarata.

Eu nunca fui chegado em criança.

- Você me conhece. É. - É mesmo, é?

- Você tá sumidaço, hein? - Pois é.

Não faz mais isso não, cara. - É... Pode deixar.

Porra... Bom te ver pra caceta.

- É. - Ó, a gente tinha que marcar alguma coisa.

- Vamos marcar alguma coisa? - Vamos sim, vamos sim.

- Ô, vamos ver sim. - Vamos.

Tem visto o Rogério?

Rogêrio, tô há oito meses atrás desse cara.

Cara ele entrou nesse matagal aqui, ó.

Ah eu sabia, só podia ser ele.

Ô Rogério.

Ô Rogério.

Rogério, eu sei que você tá aí que o pessoal me deu as informações das internas.

Sempre ruim de mira, hein?!

Como é que tá Valquíria?

Tá bem?

Como é que tá de saúde?

E tua mãe? Eu vou aí, hein!