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Porta Dos Fundos 2018, ULTIMATE OPTION

Eu tô aqui com Paulo Magalhães. Paulo, o grande vencedor dessa noite.

Paulo, ao que deve essa performance incrível

contra o adversário, que era muito favorito?

-Foi tudo graças ao cara. -Ao cara, no caso, é Deus, né, Paulo?

Que Deus, porra, eu tô falando do Temer.

-Temer? -Presidente Temer!

Mas o quê que o presidente Temer tem a ver com isso, Paulo?

Olha, se hoje em dia eu sou lutador foi tudo graças ao presidente Temer

e essa galera que anda com ele já faz uns anos, entendeu?

Mas por quê? É alguma política de incentivo? Alguma coisa assim, Paulo?

Foi um incentivo indireto, né? Começou lá atrás,

quando eles adiantaram o Enem e não avisaram ninguém,

aí eu perdi a prova.

Aí não consegui entrar pra Medicina, que era o eu queria fazer.

Aí tinha um repórter, desses que ficam urubuzando quem chega atrasado,

já entrei na porrada com o repórter da Record ali mesmo, entendeu?

Entendi. Foi aí que você resolveu virar lutador então?

Nada, entrei na porrada. Apanhei muito.

O cara jogou um tripé no meu queixo, quebrou meu maxilar.

Fiquei um ano tomando comida de canudinho

porque tratamento no SUS demora pra caramba, né?

Valeu, Garotinho!

Mas se você apanhou, isso deve fazer tempo, né, Paulo?

Faz o quê? Uns 14 anos. Mas foi bom que mudou o rumo da minha vida.

-Aí você resolveu virar lutador? -Não.

Eu conheci a situação dos hospitais no Brasil e desisti da Medicina.

Fui estudar Engenharia Civil, me formei ano retrasado.

Mas, peraí, Paulo, se isso faz 14 anos,

como é que você se formou ano retrasado?

Faculdade pública, né?

Segunda e sexta tem greve dos Che Guevara lá da CUT e do PT.

Terça-feira falta luz. Quarta falta o material,

que a galera desvia desde a época do Fernando Henrique. Entendeu?

Mas consegui chegar lá.

Então você tá treinando MMA há dois anos, Paulo?

Não, eu ainda fiquei procurando emprego um tempão,

mas depois que o Cabral acabou com o estado do Rio,

quem é que vai construir prédio, hein? Quem constrói?

Ninguém contrói, porra.

E quando é que você virou lutador, Paulo?

Foi depois do Uber.

Você virou motorista de Uber, Paulo?

É. Assim que cancelaram a minha bolsa de mestrado,

eu tive que defender meu pão no Uber.

-E quando é que foi isso, Paulo? -Foi semana passada.

Você tá treinando há uma semana, então?

Irmão, nem treinei pra essa luta, entendeu?

Só tô frustrado que sou pai de família,

não consigo sustentar meu filho,

aí vem um cara querendo brigar, subi aqui, meti a porrada nele.

Joguei todas as frustrações na cara do sujeito, entendeu?

Mas vamos falar de coisa boa, né, Paulo? Você venceu a luta.

Qual é o teu próximo desafio aqui?

Tô pensando em encarar o desafio da casa própria.

-É com você, Kyra. -Eu posso dar um recadinho só?

Rapidinho. Dá licença.

Gente, olha só, eu sou formado em Engenharia Civil,

mas eu trabalho em outras áreas também.

Eu faço... Faço laje, se precisar. Eu passeio com cachorro.

Super baratinho, eu faço grupo de cachorro de passeio.

É... Eu posso dar aula pra criança. Também cuido de criança.

Faço comida, arrumo a casa super bem.

É... Eu posso até atacar de repóter aqui, se for preciso,

algum dia depois da luta, entendeu?

-Tamos junto, tá? -Pô, aí não.

-Aí não. Aí não. -Me ajuda aí, gente.

-Ajuda um pai de família ter emprego. -Aí não, irmão. Que repórter, o quê?

-Qual foi? -Que repórter, o quê?


Eu tô aqui com Paulo Magalhães. Paulo, o grande vencedor dessa noite.

Paulo, ao que deve essa performance incrível

contra o adversário, que era muito favorito?

-Foi tudo graças ao cara. -Ao cara, no caso, é Deus, né, Paulo?

Que Deus, porra, eu tô falando do Temer.

-Temer? -Presidente Temer!

Mas o quê que o presidente Temer tem a ver com isso, Paulo?

Olha, se hoje em dia eu sou lutador foi tudo graças ao presidente Temer

e essa galera que anda com ele já faz uns anos, entendeu?

Mas por quê? É alguma política de incentivo? Alguma coisa assim, Paulo?

Foi um incentivo indireto, né? Começou lá atrás,

quando eles adiantaram o Enem e não avisaram ninguém,

aí eu perdi a prova.

Aí não consegui entrar pra Medicina, que era o eu queria fazer.

Aí tinha um repórter, desses que ficam urubuzando quem chega atrasado,

já entrei na porrada com o repórter da Record ali mesmo, entendeu?

Entendi. Foi aí que você resolveu virar lutador então?

Nada, entrei na porrada. Apanhei muito.

O cara jogou um tripé no meu queixo, quebrou meu maxilar.

Fiquei um ano tomando comida de canudinho

porque tratamento no SUS demora pra caramba, né?

Valeu, Garotinho!

Mas se você apanhou, isso deve fazer tempo, né, Paulo?

Faz o quê? Uns 14 anos. Mas foi bom que mudou o rumo da minha vida.

-Aí você resolveu virar lutador? -Não.

Eu conheci a situação dos hospitais no Brasil e desisti da Medicina.

Fui estudar Engenharia Civil, me formei ano retrasado.

Mas, peraí, Paulo, se isso faz 14 anos,

como é que você se formou ano retrasado?

Faculdade pública, né?

Segunda e sexta tem greve dos Che Guevara lá da CUT e do PT.

Terça-feira falta luz. Quarta falta o material,

que a galera desvia desde a época do Fernando Henrique. Entendeu?

Mas consegui chegar lá.

Então você tá treinando MMA há dois anos, Paulo?

Não, eu ainda fiquei procurando emprego um tempão,

mas depois que o Cabral acabou com o estado do Rio,

quem é que vai construir prédio, hein? Quem constrói?

Ninguém contrói, porra.

E quando é que você virou lutador, Paulo?

Foi depois do Uber.

Você virou motorista de Uber, Paulo?

É. Assim que cancelaram a minha bolsa de mestrado,

eu tive que defender meu pão no Uber.

-E quando é que foi isso, Paulo? -Foi semana passada.

Você tá treinando há uma semana, então?

Irmão, nem treinei pra essa luta, entendeu?

Só tô frustrado que sou pai de família,

não consigo sustentar meu filho,

aí vem um cara querendo brigar, subi aqui, meti a porrada nele.

Joguei todas as frustrações na cara do sujeito, entendeu?

Mas vamos falar de coisa boa, né, Paulo? Você venceu a luta.

Qual é o teu próximo desafio aqui?

Tô pensando em encarar o desafio da casa própria.

-É com você, Kyra. -Eu posso dar um recadinho só?

Rapidinho. Dá licença.

Gente, olha só, eu sou formado em Engenharia Civil,

mas eu trabalho em outras áreas também.

Eu faço... Faço laje, se precisar. Eu passeio com cachorro.

Super baratinho, eu faço grupo de cachorro de passeio.

É... Eu posso dar aula pra criança. Também cuido de criança.

Faço comida, arrumo a casa super bem.

É... Eu posso até atacar de repóter aqui, se for preciso,

algum dia depois da luta, entendeu?

-Tamos junto, tá? -Pô, aí não.

-Aí não. Aí não. -Me ajuda aí, gente.

-Ajuda um pai de família ter emprego. -Aí não, irmão. Que repórter, o quê?

-Qual foi? -Que repórter, o quê?