Por que o PARÁ é o MELHOR ESTADO do Brasil? [PORTUGUÊS | INGLÊS] (1)
Oi pessoas, Elzinga aqui.
E hoje vamos falar sobre o segundo maior estado brasileiro em área… é a vez de falarmos sobre o
Pará, na região norte, e todos os motivos que fazem dele o melhor estado do Brasil.
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coisas legais sobre nossa Pátria amada, idolatrada. Salve! Salve!
Então… bora lá!
Bem, talvez você não saiba, mas o Pará,
muitas vezes esquecido lá no canto por muitos brasileiros, é um dos estados
mais fantásticos que temos no país. Ele é o segundo maior estado em área no Brasil,
maior até que toda a região sudeste, tem uma das menores densidades demográficas do país,
com 6,91 habitantes por quilômetro quadrado, e é cheio de história. Vamos a ela primeiramente.
Lá no início de tudo, antes mesmo da chegada dos portugueses, a região amazônica pertencia
à Coroa Espanhola pelo Tratado de Tordesilhas. Estamos falando de 1494 ainda. Essa região,
por diversas vezes, foi invadida por ingleses e holandeses em busca de sementes,
mas só em 1616 com a consolidação portuguesa é que as coisas começaram a mudar um pouco. Fundaram o
Forte do Castelo, chamado de Forte do Presépio na época, lá na antiga Santa Maria de Belém do
Grão-Pará, e assim nasceu a construção mais significativa da região amazônica até 1660.
No ano seguinte a área passa a fazer parte da província do Maranhão e Grão-Pará,
mas pouco mais de 100 anos depois tudo foi desfeito quando a economia
estagnou e então foi criado o Estado Colonial Português do Grão-Pará. Mais tarde, em 1821,
rolou em Portugal a tal Revolução Constitucionalista do Porto,
e os paraenses do Brasil apoiaram o evento. No ano seguinte o Brasil se tornou independente,
mas demorou até 1823 até o Pará decidir se unir ao país. Até então respondia a Lisboa.
Então o tempo passou e eu sofri calado, e durante o século 19 rolaram muitas coisas no Pará. Um
momento marcante foi a Revolta da Cabanagem de 1835 feita por índios, negros e uma elite
descontente que não gostavam da ideia de estarem longe das decisões políticas e pela miséria local.
Na ocasião, a província decretou independência e em Belém se instalou um novo governo.
Foi só com a exploração da borracha no final do século que o Pará teve seu
período de ouro e ficou conhecido como Belle Époque. Belém, e também Manaus,
se beneficiaram muito nesse período e conseguiram urbanizar e embelezar suas
cidades como nunca visto. Mas o ciclo da borracha terminou, e até 1960 o Pará penou com isso,
mas aos poucos a economia foi retomando com a agricultura e a exploração de minérios.
E se você se perguntou em algum momento o que significa Pará, a resposta é simples: vem do
tupi-guarani e significa “rio-mar”, que era como denominavam um dos braços do Rio Amazonas,
mas quando os portugueses chegaram eles deram outro nome: Feliz Lusitânia, que não pegou.
Hoje o Pará é o estado mais populoso da região norte com mais de 8 milhões de habitantes,
faz fronteira com Amapá, Roraima, Amazonas, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, e também com a Guiana
e com o Suriname. Tem 144 municípios, sendo um deles o de Altamira, o maior do Brasil e terceiro
maior do mundo em área, e possui duas regiões metropolitanas: a de Belém, e a de Santarém.
Tem uma economia baseada na extração de minérios como o ferro, o ouro e o cobre,
também na madeira, nas castanhas, na agricultura,
na pecuária e também na indústria. É o maior produtor de mandioca, açaí, abacaxi e
dendê. É o terceiro maior produtor de coco no país, o segundo maior de pimenta-do-reino e,
pasme, em 2019 passou a Bahia na produção de cacau e se tornou o maior produtor do país.
O Pará também é coberto, em 70% do território, pela floresta amazônica. É um estado de relevo
baixo e plano, tendo a maior parte do território abaixo dos 200 metros. O ponto mais alto
está situado na Serra do Acari na divisa com a Guiana com cerca de mil metros de altitude.
O Pará ainda tem mais de 20 mil quilômetros de rios, alguns famosos afluentes do Amazonas como
o Tapajós e o Xingu, e essa rede hidrográfica coloca o estado como o terceiro maior centro de
produção de energia elétrica do Brasil. E por conta de tantos rios, o principal
meio de transporte é o hidroviário, mas fora disso ainda possui a rodovia Belém-Brasília,
a ferrovia Carajás, além de ser cortado de leste a oeste pela Transamazônica.
E no estado, o conceito de inverno e verão é bastante diferente do restante do Brasil. No Pará,
o clima é equatorial, ou seja, com temperaturas médias altas e sem muita variação durante o ano,
mas com verões secos e invernos de bastante chuva. Se um paraense diz que é inverno,
ele quer dizer que chove muito, e não que é frio.
Mas falando de cultura, o Pará é uma região única no Brasil, fortemente
influenciada pela religião e pelos nativos indígenas. É de lá que vêm
alguns ritmos famosos no Brasil, como o Calypso, que você conhece muito bem,
também o Carimbó um Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, o Brega, o Tecnobrega, o Tecnomelody,
a Marujada, o Siriá, a Lambada, o Lundu, a Marajoara, a Guitarrada, entre outros.
E no Pará é muito comum rolarem eventos chamados de Círios no segundo domingo de outubro,
todos os anos, sendo o maior deles em Belém. São mais de 2 milhões de
pessoas indo ao encontro da padroeira da Amazônia: a Nossa Senhora de Nazaré,
mas além de um grande evento religioso, também é uma demonstração de solidariedade,
de reiteração de laços familiares e também uma manifestação social e política.
Outro ponto forte, não só da cultura paraense, mas também de toda Amazônia,
são as lendas, como a da Iara e a do Curupira, que até hoje são contadas
em todo o Brasil. Não vou me ater muito a isso agora, então se quiserem eu posso
fazer alguns vídeos contando as principais. Comentem aí embaixo o que acham da ideia.
Seguindo… o Pará é uma mistura do Brasil com Portugal com Índios e com Africanos, e o resultado
disso foi uma das gastronomias mais originais do país, principalmente baseadas nas raízes, ervas,
folhas, peixes e aves da região. Então vamos agora a alguns dos principais pratos do estado.
A Maniçoba, um tipo de feijoada, só que no lugar do feijão vão as folhas da mandioca
que precisam ser preparadas durante uma semana pra tirar o veneno delas. O Pato no Tucupi,
um caldo amarelo feito da fermentação da mandioca. O Tacacá, um mingau feito de tucupi,
goma, camarão e uma erva que dá um barato nos lábios chamado de jambú. A Caldeirada de Filhote,
que no caso filhote é o nome de um peixe. O Pirarucu ao Leite de Coco. O Caruru,
feito de quiabo, camarões secos, tempero verde, farinha e dendê. E o Chibé, a comida
mais paraense de todo o Pará, feita de farinha de mandioca e água. Farinha lá, eles usam pra tudo.
São tantos pratos que, Belém, a capital, é tida como Cidade Criativa da Gastronomia pela UNESCO.
Mas frutas também são outro forte do estado, como o camu-camu, a pupunha, o tucumã, o bacuri,
o bacaba, o cupuaçu, a taperebá, a castanha-do pará (óbvio, que lá eles chamam só de castanha,
eu acho), e claro, o famoso açaí, já que o Pará é um dos maiores produtores do fruto no Brasil.
E aqui cabe uma curiosidade. No Pará,
o açaí geralmente é consumido com menos açúcar e em comidas salgadas, como em peixes fritos.
E falando de nomes importantes do Pará temos: Fafá de Belém, Rosamaria Murtinho,
Lúcio Mauro, a Joelma e o Chimbinha, Dira Paes, Beto Barbosa compositor de “adocica”,
Gaby Amarantos, Dona Odete, o jogador Ganso e o cantor Israel Novaes.
E acho que nesse momento precisamos de uma reflexão sobre o Pará. Diariamente vemos o
estado sendo apresentado nos noticiários com índices muito ruins sobre diversas áreas. A
educação pública é uma das piores do país, tem o quarto menor IDH, tem a cidade com a
pior qualidade de vida, tem a terceira maior taxa de homicídios, o segundo pior percentual
de domicílios com distribuição de água, além de ser o estado que mais desmata florestas no Brasil.
Talvez você pense que esse não tem como ser o melhor estado do Brasil nem de longe,
mas é importante ressaltar que, assim como muitos outros estados da região norte são esquecidos,
o Pará também é. Ele é longe de tudo, o que dificulta o turismo e a economia,
mas nem por isso temos que ignorar que ele faz parte da nossa nação. A proposta desses vídeos
é justamente mostrar o que cada lugar do nosso Brasil tem a oferecer e incentivar que as pessoas
visitem e conheçam mais sobre cada território. O Pará tem história, tem gente que ama onde vive,
é um estado lindo, tem uma das culturas mais singulares do país e, como dizem,
é uma obra-prima da Amazônia. Então entenda este vídeo como uma forma de dar visibilidade pro Pará,
assim como toda região norte, na esperança de que se crie algum movimento de melhora.
E aqui vão algumas curiosidades interessantes. Em 2011 fizeram
um plebiscito no Pará buscando aprovar o projeto de dividir o estado em três:
Carajás, Tapajós e Pará, mas a galera votou contra. Vou deixar aqui no card um vídeo com
os 48 estados que o Brasil poderia ter se todos esses projetos dessem certo.
Foi no Pará também que aconteceu o Projeto Fordlândia num distrito da
cidade de Aveiro. Henry Ford, um americano que você conhece, adquiriu algumas terras
em 1927 com o intuito de criar um centro de extração de látex pra fazer os pneus de seus
carros. Foram construídas, além de fábricas, também igrejas, casas em estilo americano,
restaurantes e lojas. Mas também muitos problemas vieram com a ideia do cara.
Se tornou caro desenvolver o projeto no meio da floresta amazônica. A terra
era pedregosa e infértil e ninguém tinha experiência em agricultura ou botânica,
então as seringueiras viraram alvos fáceis para as pragas. E por fim as normas impostas
por Ford para os trabalhadores geraram revoltas. Ninguém queria
viver nesse sistema norte-americano de linha de produção e regramentos.
E o resultado disso? Tudo deu errado,
Ford voltou pra casa e Fordlândia se tornou uma cidade fantasma… quer dizer,
isso é o que a imprensa conta, porque vivem mais de 1200 pessoas lá ainda segundo o IBGE.
É também no Pará que fica a terceira maior colônia de descendentes de japoneses do Brasil,
lá em Tomé-Açu, que chegaram em 1929 com a Companhia Nipônica de Plantação. Mais tarde
a cidade virou um campo de concentração da segunda guerra mundial aprisionando
imigrantes japoneses. No final da guerra alguns saíram da cidade e outros ficaram,
e logo Tomé-Açu se tornou o maior produtor mundial de pimenta-do-reino.
E se você já percebeu, a bandeira do Brasil possui uma estrela solitária
acima da faixa branca. Ela simboliza Spica, e representa o estado mais ao norte quando
foi desenvolvida em 1889, e adivinha qual era o estado? Muito bem, o Pará.
É lá também que foram encontrados dois morros que escondem dois dos
mais antigos vulcões do mundo com quase 2 bilhões de anos,
um deles tem 200 e outro 300 metros de altura e ficam entre os rios Jamanxim e Tapajós.
Também é no Pará que fica o maior garimpo a céu aberto do mundo, o de Serra Pelada,
que começou quando uma pepita de ouro foi encontrada na fazenda Três Barras no final de
1979. A notícia atraiu mais de 30 mil pessoas em poucos meses e mais de 100 mil na fase áurea que, aos poucos, destruíram um morro de 150 metros de altura e deixaram uma cratera de 24 mil metros