A CONQUISTA DA AMAZÔNIA - EDUARDO BUENO - YouTube (1)
La Amazônia es nuestra! Todos saben, es nuestra la Amazônia! Ustedes no van a mexer con nuestra
soberania de Amazônia! Se vamos queimar a Amazônia, nosotros que vamos hacerlo, no
ustedes brasileños, portugueses que nos roubaram la Amazônia! Claro, cara, vem entender aqui
como que foi que os portugas brasileiros tomaram a Amazônia na mão grande, cara! A Amazônia
não é de vocês, a Amazônia não é do Brasil! "Que insônia, que insônia, se perdermos
a Amazônia!". Cara, terra indígena não tem dono. Todo mundo sabe, cara. Os cara são
comunistas, tem um lance ali tribal, eles nunca tiveram nenhum documento cartorial,
cara! Eles nunca tiveram escritura! Nem usucapião eles fizeram da terra deles! Então, isso
é o primeiro ponto: terra de índio não tem dono, quem chega primeiro é quem toma.
E quem é que chegou primeiro no Amazonas? Tu sabe, cara. Tu é um cara ligado no canal
Buenas Ideias, tu sabe tudo de história. O teu período da ignorância já ficou pra
trás. Então tu sabe que foi o Vicente Pinzon! Aliás, o que tem de gente que pede episódio
do Pinzon... Algum dia eu vou fazer um episódio do Pinzon. O Pinzon chegou antes que o Cabral
no Brasil, todo mundo sabe, chegou nove de janeiro de 1500, né. Não se sabe bem onde
ele chegou, deve ter chegado ali onde é Mucuripe. Tem gente que diz que foi no
Cabo Santo Agostinho (mas não foi no Cabo Santo Agostinho). Foi em Mucuripe ali, aí
encontrou o Raimundo Fagner e claro, viu o Fagner e foi embora dali, não ia ficar junto
com o Fagner, né. E aí ele foi indo, foi indo, foi indo, passou por Jericoacoara, ele
descreve Jericoacoara como "cisne hermoso", é, já se apaixonou por Jericoacoara antes
dos gringo chegarem lá, e aí cara, a tripulação dele e ele próprio viram que o mar tinha
ficado doce, dulce, dulce, o mar tinha se adocicado pelas águas de um rio tão poderoso,
tão poderoso que era capaz de deixar o mar doce. E ele o batizou como Santa Maria del
Mar Dulce. E entrou um pouquinho até no Amazonas. Mas eu já disse que esse episódio não é
sobre o Pinzon, esse episódio é sobre como o Brasil-Portugal tomou o Amazonas na mão
grande, porque nós estamos na nossa semana Amazônica, nós estamos só em campanha pelo
Amazonas. Nós estamos em campanha pra provar que o Amazonas não é do Brasil, portanto
o Brasil não tem o direito de incendiar o Amazonas, só nós, espanhóis, é que temos.
Então, além do Pinzon ter sido o primeiro a chegar, em 1500, em março de 1500, quem
é que foi o primeiro a descer o Amazonas, quem é que conheceu o Amazonas da nascente
à foz? Os espanhóis! Você já viu aqui, Francisco de Orellana e Gaspar de Carvajal
desceram o rio e em 1542 eles chegaram na foz do rio... Vai lá ver! Eu não vou te
contar porque já existe o episódio "As Fabulosas Amazonas", tá aqui ó, "Fabulosas Amazonas",
a produção colocou o nome aqui em cima, você clica e vai lá ver. Viu, voltou, agora
pode continuar vendo esse episódio. Aí cara, durante cem anos, ninguém mais conseguiu
percorrer de fato aquele rio. Mas os portugueses vieram comendo pela beirinha, comendo pela
beirinha, os franceses tinham ocupado o Maranhão, eles expulsaram os franceses do Maranhão,
criaram São Luis em 1612, parari parará, criaram a cidade de Belém, o o o Forte do
Presépio, mas ficaram ali, naquelas redondezas, ninguém tinha percorrido o Amazonas lá pra
dentro. Até que, no dia 5 de fevereiro de 1637 o povo tá ali em Belém, no mercado
Ver-o-Peso, não ver-o-peso não tinha, mas o povo tava ali dando uma banda pelo cais
do porto de Belém, a cidade onde nasceu o Nosso Senhor Jesus Cristo... Não, não é
essa, é a outra Belém, na Belém do Pará. Quando aparecem oito caras, cara, barbudo
com uma cara de maluco, seis soldados com cara de "Aguirre: a cólera dos deuses", como
se fosse um filme do Herzog, e dois frades franciscanos que já são terríveis por si,
chamados Andrés de Toledo, portanto deveria ser de Toledo, né, e Domingos de Brieva.
Esses caras tinham saído de Quito, de São Francisco de Quito, no Equador, e vindo até
Belém do Pará. E eles tinham uma história incrível pra contar. A história que eles
contaram é que eles tinham saído, esses dois freis e uma expedição, para catequizar
os índios "encabelados", hehehe, é, é uma tribo que não foi identificada mas que tinha
os cabelos até os joelhos, era os escabelados, descabelados, encabelados, assim, com o cabelo
lindíssimo que nem o apresentador do canal Buenas Ideias, que sou eu próprio, e aí
eles foram lá né, tentar convencer os índios descabelados encabelados de de ser catequizado.
Os índios cabelado encabeludo ã ã não gostaram da ideia, receberam os caras ali
mas atacaram durante a noite, desbarataram a expedição, né, mataram o chefe da expedição
e oito desses caras fugiram rio abaixo. Era no rio Napo que eles estavam, né, daí schuuuu,
foram descendo rio abaixo, né, com a correnteza e tal, a mesma coisa que tinha acontecido
cem anos antes com o Orellana e com o Carvajal, e aí vuuupt, foram rio abaixo e acabaram,
oito, nove meses depois, chegando, famélicos, esqueléticos e com uma história incrível
pra contar, em Belém do Pará. Foram recebidos imediatamente, é claro, pelo governador local
que é o Jácome de Noronha, né, e o Jácome de Noronha cresceu o olho, né, disse "ó,
bababá, dá pra vir por esse rio", e tal. E o que você tem que levar em consideração,
cara, é que era o período da União Ibérica. Já falei dez vezes aqui da União Ibérica.
De 1580 a 1640, Portugal e Espanha estavam agrupadas e reunidas em torno da mesma coroa.
União Ibérica é um eufemismo, na verdade Portugal tinha sido absorvido pela Espanha
e as suas colônias também, quem mandava era a Espanha. A Espanha até foi muito generosa,
permitiu que Portugal mantivesse as suas instituições, a sua língua, as suas leis, bababá, mas
quem mandava era a Espanha. E quem se serviu muito disso foram os portugueses e luso brasileiros
aqui no Brasil, porque os limites de Tordesilhas nunca tinham sido plenamente esclarecidos,
barará barará, mil coisas aconteceram aí nesse período de 1580 a 1640, 60 anos no
qual o Brasil foi na mão grande, né... Porque o Brasil acha né, que é um país legal,
bacana, país do samba, do Carnaval... Cara, o Brasil sempre teve um lado sinistro, cara,
o Brasil sempre teve um lado aproveitador, cara, o Brasil nunca cumpriu a lei, cara,
o Brasil sempre gostou de ser desleal e de viver fora da lei, então era a ocasião ideal
pra eles irem se expandindo, e esse Jácome de Noronha disse "bá, o seguinte, vamos mandar
uma expedição pra refazer o caminho desses caras, né cara". E aí pegou um cara chamado
Pedro Teixeira, que era um... Que era um empreendedor, digamos assim, né. Não, que era um cara
ligado às forças militares de São Luis do Maranhão, trouxe ele pra Belém do Pará,
montou uma expedição com setenta canoas de bom porte, de tão bom porte que ele botou
ali 1200 indígenas, 1200 indígenas, mais 70 soldados! Todos sobre o comando do Pedro
Teixeira, né, e disse pra ele "refaz o caminho que esses freis franciscanos aí fizeram,
né". E no dia 28 de outubro de 1537, os caras partiram do Forte do Presépio em Belém do
Pará, nadando contra a corrente só pra exercitar. No caso não era nadando, né, era remando
contra a corrente, remeiros indígenas, né cara, e a corrente, não sei se você sabe...
Claro que você sabe, você sabe tudo, se você não fosse uma enciclopédia viva você
não estaria aqui, no canal Buenas Ideias! Mas chovendo no molhado, eu te diria que a
correnteza do do Amazonas, é de 6 nós, 6 nós por hora, eu fiz um cálculo aqui que
agora eu me perdi... É, é é é 10km por hora, 10km por hora é a correnteza, seis
nós é a correnteza do Amazonas, e eles remaram contra a corrente, contra a corrente, né,
cada canoa tinha mais de cem remeiros, tahh tagh tada, todos remando sob regime de chibatada,
né, Ben Hur, era uma cena de Ben Hur, tumtumtum, velocidade da bordagem, tumtumtum, inclusive
o Ben Hur estava ali, o Charlton Heston estava acorrentado aos remos! Não, os caras não
eram escravos mas tavam ali submetidos a essa situação, foram indo, inclusive começaram
a encher muito o saco deles, e quando chega em dezembro, no dia 4 de dezembro o Pedro
Teixeira percebe que há uma grande insatisfação a bordo e aí ele para numa ilha que nunca
foi plenamente identificada, que se chama Ilha das Areias, e deixa o pessoal dele lá
um mês caçando, pescando e fazendo lá um merdeiro, suruba e ahh, bababá, sério sério,
é um período de grandes festas, tal, e eles só retomam a navegação deles em janeiro
de 1638. E no dia 24 de julho de 1638, cara, 24 de julho de 1638 eles chegaram cara, em
Quito. São Francisco de Quito, no Equador que era, como você também sabe evidentemente,
uma das capitais do império Inca. Cusco e Quito, uma cidade linda, uma cidade maravilhosa,
tá lá até hoje, né, evidentemente, e são recebidos pelo governador espanhol! E como
as coroas estavam unidas, são recebidos com festa, com touradas, com cavalhadas, com com
com folguedos e festejos, e são considerados heróis, né, porque de fato haviam se tornado
os primeiros humanos que se tem notícia, e provavelmente nem mesmo nenhum índio ã
tinha ã ã teria feito isso antes, os índios não eram trouxa de ficar navegando contra
a corrente, né. Tinham saído de Belém do Pará e tinham navegado 6 mil quilômetros
conta a corrente chegando em Quito, né. Então foram saudados como heróis, mas quando mandaram
a comunicação pro chefão mesmo de Quito e pra outros administradores espanhóis, os
caras disseram "manda de volta. Trata bem, mas manda de volta". E o argumento que eles
usaram foi maravilhoso, foi assim, "manda de volta porque eles devem estar fazendo falta
pra pra fortificar a entrada do rio Amazonas, a função deles é proteger a boca do rio,
eles não tem nada que tar fazendo aqui na nascente do rio". E de fato foram mandados
embora e partem de Quito no dia 10 de fevereiro de 1639, 10 de fevereiro de 1639, e junto
vem um jesuíta... Porque daí o seguinte, esqueci de falar que metade da tripulação
do do do da expedição, os índios sempre que tinham chance fugiam né, se misturavam
na mata, foi uma viagem terrível, a viagem de ida, não é. Então ele pegou novos contingentes
indígenas, lá mesmo em Quito, e também autoridades espanholas e, acima de tudo, o
cara que muito nos interessa nesse momento, um jesuíta chamado Cristóbal de Acunha,
que é o cara que vai narrar toda essa viagem de volta num livro maravilhoso, mas ainda
não é hora de falar desse livro. Aí eles saem no dia 10 de fevereiro de 1639, iniciam
a sua viagem de volta, e aí cara, anota isso aí na tua cabeça, vai aparecer aí: 16 de
agosto de 1639, sabe que que acontece cara? O Pedro Teixeira e a expedição estão fazendo
o caminho de volta, estão no rio Napo, na confluência desse rio com outro rio chamado
Aguarico, né, e ali ele tinha deixado um acampamento, esse acampamento quando ele chega
estava sendo assediado pelos índios Omagua, que eram os índios chamados de "índios cabeça
chata", os portugueses os chamavam assim porque eles usavam um a coroa assim, o cabelo deles,
e esses índios omagua eram super aguerridos e os índios omagua tinham cercado o acampamento
e tavam a um passo de conquistar esse acampamento, quando o Pedro Teixeira chega com a cavalaria,
tototó totó, e PÁ, mata um monte de omagua, escraviza outros omaguas, liberta os seus
companheiros... E o que interessa não é isso, o que interessa é que naquele dia eles