MAZAGÃO, A CIDADE TRANSPLANTADA - EDUARDO BUENO (2)
pelo amor de deus, me libera de ir embora desse lugar".
Foram liberados a partir de, sei lá, 1802, parará, e a cidade é praticamente coberta
por... por mata de novo, barará.
Bom, mas daí cê sabe como é que são as coisas... reocupam Mazagão um tempo depois,
que ainda existe e é uma cidade de 20 mil habitantes.
A questão, cara, é que em 2006, a Universidade Federal de Pernambuco iniciou uma grande pesquisa
arqueológica lá e escavações e inclusive encontrou o cemitério onde a maior parte
dessas vítimas aí, mais de 200 vítimas da tal epidemia, tinha sido enterrada.
O nome do arquiteto, eu anotei aqui em algum lugar...
Ah, esqueci o nome do arquiteto, não sei, não entendo minha própria letra, sempre
acontece isso, mas daí vai aparecer aqui o nome do arquiteto.
Aliás, esqueci de dizer também que essa cidade de Mazagão original ela foi, ela teve
um projeto arquitetônico e também de um arquiteto italiano.
Domingos Sambucelli, é, que fez um projeto de uma cidade planejada!
As cidades coloniais portuguesas eram planejadas, cara!
Não é que nem essas coisas horrorosas do Brasil de hoje, essa ocupação totalmente
sem planejamento urbano, sem visão..
Não!
Era uma cidade planejada!
Só que o que não foi planejado é que ficava na Amazônia, né cara, quer dizer, o Marquês
do Pombal sabia que era na Amazônia mas não sabia que os caras iam sofrer... mas poderiam
ter intuído, né!
Que iam sofrer o que sofreram, né, morrem todos e aí assim se encerra essa história
de Mazagão, embora ela ainda exista e agora esteja sendo pesquisada nessa história incrível,
extraordinária, que se não fosse o canal Buenas Ideias tu ia morrer de epidemia sem
ficar sabendo.
Haha!
Agora tu pode morrer sabendo!
Melhor levar pro túmulo um monte de conhecimento do que ser enterrado em cova rasa com a mente
mais rasa ainda, né.
Então assim encerro esse dramático, incrível, extraordinário episódio da transplantação
de uma cidade marroquina africana para a Amazônia brasileira.
Não podia dar certo, né?
Não deu.
Então tá, tchau.
Vai tomar no cu com essa história, hein, cara!
"O que você acaba de ver está repleto de generalizações e simplificações.
Mas o quadro geral era esse aí mesmo.
Agora, se você quiser saber como as coisas de fato foram, ah, aí você vai ter que ler!".