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Escriba Cafe Podcast, A Segunda Guerra Mundial (3)

A Segunda Guerra Mundial (3)

James McDonald da Foreign Policy Association, por volta de 1933 afirmou: “A guerra, o tratado de Versalhes e tratamento dispensado à Alemanha a partir da primeira guerra levaram os alemães a se voltarem para novas lideranças. O hitlerismo é, na verdade, um presente dos Aliados e dos Estados Unidos.”

Com isso podemos responder também as perguntas que todos que não pesquisam muito fazem nos dias de hoje, como “por que os alemães aceitaram todos os horrores que os nazistas promoviam contra os judeus?”

Na verdade eles não aceitavam. Boa parte da população nem sequer tinha certeza do que realmente estava acontecendo. Claro que ouviam falar através de fofocas e boatos, mas, o que eles podiam fazer?

Morando no Brasil fica fácil para entendermos a posição não só dos civis, como dos militares alemães perante o holocausto. Em muitos países mais justos e civilizados, um assassinato vira notícia de primeira capa de jornal de tão absurdo que é, enquanto aqui no Brasil são tantos assassinatos diários, a maioria por motivos tão absurdos, que vários sequer são noticiados, ou somente ganham uma pequena nota num jornal sensacionalista, de tão banalizada que a violência está, isso sem contar os inúmeros assaltos, torturas, invasões a domicílio, estupros e sequestros. Então faça essa pergunta a você mesmo: “Por que você aceita todos esses horrores promovidos no Brasil?” O que quer que passe pela sua cabeça será a resposta para a pergunta sobre os alemães perante o holocausto.

Mas numa guerra é diferente, e por isso, mesmo culturalmente taxados como indesejáveis, alguns judeus receberam auxílio de alemães quando foi possível. Mas não havia muito o que se fazer.

Podemos perguntar também porque nenhum outro país quis aceitar os judeus refugiados. Hitler e seus fanáticos transformaram cruelmente todos os judeus da Alemanha em indesejáveis e os queriam fora dali. Os países que não os aceitaram acabaram de selar o seu destino.

Outra questão que se levanta é sobre o exército alemão. Por que os militares apoiaram Hitler em sua guerra insana? Na verdade não foi um apoio. O exército é o braço de ferro do governo, principalmente numa ditadura. Recebe ordens e pronto. E mesmo assim Hitler enfrentou muitos opositores do alto escalão da Wehrmacht. Alguns o queriam preso, outros o queriam declarado como louco e dois atentados promovidos ou auxiliados por altos oficiais do exército foram executados contra Hitler. Infelizmente ambos falharam.

No livro “Soldados, sobre lutar, matar e morrer” Harald Welzer explica porque horrorizamos hoje com determinadas coisas que outras pessoas, de outros países em outras épocas achavam normal ou algo cotidiano, bem como sobre o porque da crueldade banalizada de soldados. Tudo isso é explicado através de marcos referenciais, que agem como guias inconscientes de acordo com o ambiente que cerca uma pessoa e seu grupo sócio-cultural. Ou seja, só seremos capazes de entender a ações de outra pessoa se nos colocarmos e entendermos o seu marco referencial.

Assim, nós, sentados confortavelmente em nossas poltronas, tomando uma xícara de café enquanto navegamos por sites idiotas na internet, vivendo em um outro país, numa outra época em meio a uma cultura completamente diferente não temos direito algum de julgar os alemães, judeus, americanos e ingleses da época ou seja lá quem for que esteve em meio a esse sombrio evento que paira sobre nossa história. Tudo que podemos fazer é estudar e aprender os fatos da guerra para que, assim, talvez nos livremos de ter que passar por todos esses horrores novamente.

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A Segunda Guerra Mundial (3) Der Zweite Weltkrieg (3) The Second World War (3) La Segunda Guerra Mundial (3) La seconda guerra mondiale (3) 第二次世界大戦 (3)

James McDonald da Foreign Policy Association, por volta de 1933 afirmou: “A guerra, o tratado de Versalhes e tratamento dispensado à Alemanha a partir da primeira guerra levaram os alemães a se voltarem para novas lideranças. |McDonald|||Politik|||||||||||Versailles Vertrag|||gewährte Behandlung||||||||||||||||Führungen |McDonald||Foreign|policy|||||||||||||treatment|dispensed||||||||led|||||turn to|||leadership James McDonald of the Foreign Policy Association, circa 1933 stated: “The war, the Treaty of Versailles, and treatment of Germany from World War I led the Germans to turn to new leadership. O hitlerismo é, na verdade, um presente dos Aliados e dos Estados Unidos.” |Hitlerismus||||||||||| the|Hitlerism||||||||||| Hitlerism is, in fact, a gift from the Allies and the United States.”

Com isso podemos responder também as perguntas que todos que não pesquisam muito fazem nos dias de hoje, como “por que os alemães aceitaram todos os horrores que os nazistas promoviam contra os judeus?” |||||||||||||||||||||||akzeptierten|||||||||| |||||||||||research||||||||||||accepted|||horrors||||were promoting||| With this we can also answer the questions that everyone who doesn't research much ask these days, such as "why did the Germans accept all the horrors that the Nazis promoted against Jews?"

Na verdade eles não aceitavam. ||||akzeptierten ||||accepted, agreed In fact, they didn't. Boa parte da população nem sequer tinha certeza do que realmente estava acontecendo. |||||even so||||||| Much of the population was not even sure what was really happening. Claro que ouviam falar através de fofocas e boatos, mas, o que eles podiam fazer? ||||durch||||Gerüchte|||||| ||||||gossip||rumors|||||| Of course they heard about it through gossip and rumors, but what could they do?

Morando no Brasil fica fácil para entendermos a posição não só dos civis, como dos militares alemães perante o holocausto. ||||||understand|||||||||||before|| Living in Brazil, it is easy for us to understand the position not only of civilians, but also of the German military in the face of the holocaust. Em muitos países mais justos e civilizados, um assassinato vira notícia de primeira capa de jornal de tão absurdo que é, enquanto aqui no Brasil são tantos assassinatos diários, a maioria por motivos tão absurdos, que vários sequer são noticiados, ou somente ganham uma pequena nota num jornal sensacionalista, de tão banalizada que a violência está, isso sem contar os inúmeros assaltos, torturas, invasões a domicílio, estupros e sequestros. ||||||zivilisiert|||||||||||||||||||||Morde|||||||||||||||||||||sensationalistisch|||banalisiert||||||||||||Invasionen||Wohnsitz|||Entführungen ||||just||civilized||murder|||||front|||||absurd||||||||||||||||absurd reasons|||even||reported||only|gain||||||sensational|||banalized||||||||||robberies|tortures|||home invasions|rapes||kidnappings Então faça essa pergunta a você mesmo: “Por que você aceita todos esses horrores promovidos no Brasil?” O que quer que passe pela sua cabeça será a resposta para a pergunta sobre os alemães perante o holocausto. |ask|||||||||||||promoted|||||||passes|||||||||||||||

Mas numa guerra é diferente, e por isso, mesmo culturalmente taxados como indesejáveis, alguns judeus receberam auxílio de alemães quando foi possível. |||||||||kulturell|||||||||||| ||||||||||taxed||undesirable people||||aid||||| Mas não havia muito o que se fazer. aber|||||||

Podemos perguntar também porque nenhum outro país quis aceitar os judeus refugiados. |||||||wanted|||| Hitler e seus fanáticos transformaram cruelmente todos os judeus da Alemanha em indesejáveis e os queriam fora dali. ||||||||||||unerwünscht||||| Os países que não os aceitaram acabaram de selar o seu destino. ||||||haben||besiegeln||| ||||||||seal|||

Outra questão que se levanta é sobre o exército alemão. Por que os militares apoiaram Hitler em sua guerra insana? ||||supported||||| Na verdade não foi um apoio. O exército é o braço de ferro do governo, principalmente numa ditadura. ||||||iron arm|||||dictatorship Recebe ordens e pronto. receives orders||| E mesmo assim Hitler enfrentou muitos opositores do alto escalão da Wehrmacht. |||||||||||Wehrmacht ||||faced many|||||high ranks|| Alguns o queriam preso, outros o queriam declarado como louco e dois atentados promovidos ou auxiliados por altos oficiais do exército foram executados contra Hitler. ||||||||||||Attentate|||||||||||| |||imprisoned||||declared|||||attacks|||aided or supported||high-ranking||||||| Infelizmente ambos falharam. ||failed

No livro “Soldados, sobre lutar, matar e morrer” Harald Welzer explica porque horrorizamos hoje com determinadas coisas que outras pessoas, de outros países em outras épocas achavam normal ou algo cotidiano, bem como sobre o porque da crueldade banalizada de soldados. |||||||||Welzer|||horrisieren|||||||||||||||||||||||||Banalität der Grausamkeit||| ||||||||Harald Welzer|Welzer|explains||are horrified|||determined|||||||||||||||everyday occurrence|||||||banalized cruelty||| Tudo isso é explicado através de marcos referenciais, que agem como guias inconscientes de acordo com o ambiente que cerca uma pessoa e seu grupo sócio-cultural. ||||||||||||unbewusste Leitfäden|||||||||||||| |||explained|||markers|referential||act||guides|unconscious guides|||||environment||||||||social| Ou seja, só seremos capazes de entender a ações de outra pessoa se nos colocarmos e entendermos o seu marco referencial. ||||||||||||||uns hineinversetzen|||||| |||we will|capable||||||||||put ourselves|||||| En otras palabras, sólo podremos entender las acciones de otra persona si nos situamos en su marco de referencia y lo comprendemos.

Assim, nós, sentados confortavelmente em nossas poltronas, tomando uma xícara de café enquanto navegamos por sites idiotas na internet, vivendo em um outro país, numa outra época em meio a uma cultura completamente diferente não temos direito algum de julgar os alemães, judeus, americanos e ingleses da época ou seja lá quem for que esteve em meio a esse sombrio evento que paira sobre nossa história. ||||||Sessel|||||||surfen|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||schwebt||| |||comfortably|||armchairs|||cup||||we browse||sites|silly|||||||||||||||||||||||judge||||||||||||||||||||dark|||hovers over||| Tudo que podemos fazer é estudar e aprender os fatos da guerra para que, assim, talvez nos livremos de ter que passar por todos esses horrores novamente. |||||||||||||||||"we avoid"|||||||||