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Parafernalha, ESCOLA SEM PARTIDO | PARAFERNALHA

ESCOLA SEM PARTIDO | PARAFERNALHA

Boa tarde.

Que história é essa de marcarem na agenda do Miguel uma briga entre ele e um coleguinha de classe?

Ué, mas é o que tá escrito aqui mesmo,

Miguel e Enzo se desentenderam na aula de Educação Física.

Até aí eu entendi, meu amor, eu quero que me explique.

Bom, O Miguel disse que o Enzo batia na bola feito uma tchola,

e o Enzo disse que a puta da mãe dele não reclamava quando ele batia na bunda dela,

aí os ânimos se exaltaram, e eles marcaram cinco minutinhos na porrada…

sem perder a amizade, eu achei sussa.

Ah, você achou sussa. E ninguém fez nada? Ficou todo mundo olhando?

- Alguém tem que fazer alguma coisa, gente. - Não, não, não, minha senhora.

A senhora não entendeu. Essa escola não toma partido.

Não toma partido? Eles têm 10 anos, pelo amor de Deus, gente. Alguém tem que fazer alguma coisa.

Me desculpe, minha senhora, mas essa escola não vai entrar em nenhuma polêmica.

Que caralha de polêmica? Qual é a dificuldade de falar que não precisa brigar pra resolver?

- Pode resolver no diálogo, de forma oral. - Ih... Mó vacilona, forma oral...

Bom, minha senhora, eu não digo como a senhora deve educar o seu filho…

e a senhora não me diz como meus professores devem ensinar.

Tá? Uma coisa é uma coisa, outra coisa, é outra coisa.

Não, meu amor, as duas coisas estão bem ligadas, se o senhor não entendeu.

E além do mais, minha senhora, não adianta a senhora explicar que brigar tá errado.

A situação é muito mais complexa.

Quando o Miguel diz que o Enzo bate na bola feito uma tchola,

supostamente ele ofende os gays e supostamente sugere que eles são frágeis,

que eles sejam fracos, minha senhora, são duas polêmicas.

Supostamente é o caralho, meu senhor, é exatamente isso que ele tá fazendo.

Por isso que eu me preocupo, porque eu não permito esse comportamento dentro de casa, entendeu?

A escola tem que orientar também, vocês têm que fazer alguma coisa.

- Mas aí eu estaria me posicionando, né, minha senhora? - A quê, meu senhor? A favor dos gays?

De que os homossexuais merecem respeito Da diversidade?

Minha senhora, tem famílias aqui nessa escola que não aceitam esse estilo de vida.

A senhora quer que eu faça o quê? Enfie isso goela abaixo nas pessoas?

Não é questão de opinião, meu amor, é questão de respeito.

E além do mais, minha senhora, sem contar que o Enzo, quando ele chama a senhora de puta,

ele levanta uma série de questões. Existe machismo?

Existe uma repressão sexual em cima da mulher? Minha senhora, é muita polêmica.

- São quatro. - Ah, são quatro... Será que existe?

Em que mundo você vive, meu amor? É claro que existe.

Existem, sim, muitas perguntas, várias respostas e diversas opiniões

- e não cabe à escola interferir nisso. - Ah, não cabe à escola?

Seu Cláudio... Ih, perdão, desculpa.

Seu Cláudio, acabei de pegar mais uma vez um aluno no banheiro, escrevendo a frase:

"Tio Cláudio coça o cu com serrote."

Bom, então você pede pra ele passar aqui pra gente conversar

- depois que eu terminar aqui, tá bom? - Tá bom, pode deixar.

Tchau, desculpa, perdão.

Peraí, com ele tem conversa e com meu filho não?

Ele vai passar aqui, eu vou marcar na porta da escola,

e eu vou lamber esse moleque na porrada.

Briga! Briga! Briga!

Vem, filho da puta, cai dentro, vem! Vou te mostrar quem é que coça o cu com serrote, vem!


ESCOLA SEM PARTIDO | PARAFERNALHA SCUOLA SENZA MATERIALE PER FESTE E FESTEGGIAMENTI

Boa tarde.

Que história é essa de marcarem na agenda do Miguel uma briga entre ele e um coleguinha de classe?

Ué, mas é o que tá escrito aqui mesmo,

Miguel e Enzo se desentenderam na aula de Educação Física.

Até aí eu entendi, meu amor, eu quero que me explique.

Bom, O Miguel disse que o Enzo batia na bola feito uma tchola,

e o Enzo disse que a puta da mãe dele não reclamava quando ele batia na bunda dela,

aí os ânimos se exaltaram, e eles marcaram cinco minutinhos na porrada…

sem perder a amizade, eu achei sussa.

Ah, você achou sussa. E ninguém fez nada? Ficou todo mundo olhando?

- Alguém tem que fazer alguma coisa, gente. - Não, não, não, minha senhora.

A senhora não entendeu. Essa escola não toma partido.

Não toma partido? Eles têm 10 anos, pelo amor de Deus, gente. Alguém tem que fazer alguma coisa.

Me desculpe, minha senhora, mas essa escola não vai entrar em nenhuma polêmica.

Que caralha de polêmica? Qual é a dificuldade de falar que não precisa brigar pra resolver?

- Pode resolver no diálogo, de forma oral. - Ih... Mó vacilona, forma oral...

Bom, minha senhora, eu não digo como a senhora deve educar o seu filho…

e a senhora não me diz como meus professores devem ensinar.

Tá? Uma coisa é uma coisa, outra coisa, é outra coisa.

Não, meu amor, as duas coisas estão bem ligadas, se o senhor não entendeu.

E além do mais, minha senhora, não adianta a senhora explicar que brigar tá errado.

A situação é muito mais complexa.

Quando o Miguel diz que o Enzo bate na bola feito uma tchola,

supostamente ele ofende os gays e supostamente sugere que eles são frágeis,

que  eles sejam fracos, minha senhora, são duas polêmicas.

Supostamente é o caralho, meu senhor, é exatamente isso que ele tá fazendo.

Por isso que eu me preocupo, porque eu não permito esse comportamento dentro de casa, entendeu?

A escola tem que orientar também, vocês têm que fazer alguma coisa.

- Mas aí eu estaria me posicionando, né, minha senhora? - A quê, meu senhor? A favor dos gays?

De que os homossexuais merecem respeito Da diversidade?

Minha senhora, tem famílias aqui nessa escola que não aceitam esse estilo de vida.

A senhora quer que eu faça o quê? Enfie isso goela abaixo nas pessoas?

Não é questão de opinião, meu amor, é questão de respeito.

E além do mais, minha senhora, sem contar que o Enzo, quando ele chama a senhora de puta,

ele levanta uma série de questões. Existe machismo?

Existe uma repressão sexual em cima da mulher? Minha senhora, é muita polêmica.

- São quatro. - Ah, são quatro... Será que existe?

Em que mundo você vive, meu amor? É claro que existe.

Existem, sim, muitas perguntas, várias respostas e diversas opiniões

- e não cabe à escola interferir nisso. - Ah, não cabe à escola?

Seu Cláudio... Ih, perdão, desculpa.

Seu Cláudio, acabei de pegar mais uma vez um aluno no banheiro, escrevendo a frase:

"Tio Cláudio coça o cu com serrote."

Bom, então você pede pra ele passar aqui pra gente conversar

- depois que eu terminar aqui, tá bom? - Tá bom, pode deixar.

Tchau, desculpa, perdão.

Peraí, com ele tem conversa e com meu filho não?

Ele vai passar aqui, eu vou marcar na porta da escola,

e eu vou lamber esse moleque na porrada.

Briga! Briga! Briga!

Vem, filho da puta, cai dentro, vem! Vou te mostrar quem é que coça o cu com serrote, vem!