SEGURO CORONA | EMBRULHA PRA VIAGEM
Olha aí, meu bem!
Prudência e dinheiro no bolso.
Canja de galinha não faz mal à ninguém.
Eu cantei pra enganar vocês.
Pra vocês acharem que eu ia falar Oi.
E aí, meu bem.
Por quê eu fiz isso? Não tem sentido nenhum.
Tudo bem com vocês?
Pra quem estiver bem, que bom!
Porque aqui continua ladeira abaixo.
Hoje nossa reflexão vai ser sobre segurança no emprego na pandemia.
Não o meu emprego, que eu já perdi faz tempo.
É mais o emprego dos outros, mesmo.
Eu percebo agora as pessoas voltando à trabalhar
e tá um clima um pouco tenso.
Assim, elas tão felizes que tão voltando à trabalhar,
mas ao mesmo tempo preocupados de pegar o COVID na volta ao trabalho.
E aí, por conta disso, ter que parar de trabalhar.
Você vê a contradição filosófica que esse vírus tá nos colocando.
E agora a pessoa não quer ficar afastada do trabalho
pra não notarem que ela não faz falta nenhuma às vezes.
Minha mãe sempre dizia,
"Filho, nunca falte no trabalho
pra não perceberem que sem você a coisa anda."
E às vezes a coisa anda até melhor. Isso que é ruim.
Porque na quarentena, você já não fazia falta,
mas não tinha ninguém lá pra notar isso.
Então era mais tranquilo.
Então eu acho que deveria ter um seguro
que garantisse a pessoa de não perder o emprego
se ela pegar COVID indo pro emprego.
Segura ela ali pelo menos um ano e meio.
Mesmo que já tenham notado que ela não faz falta nenhuma.
Eu, por exemplo, tenho um amigo, Seu Hélio.
Foi um caso terrível.
Ele pegou corona no período de volta ao trabalho.
Começou com sintoma leve.
Eu falava, Seu Hélio, tem que contar na empresa!
Pra não contaminar o pessoal.
Ele falou "Não, imagina! Tenho família pra criar!"
Falei "Mas o senhor tá sendo egoísta! Vai passar isso pra todo mundo!
"Não, de jeito nenhum! Quem vai pagar minhas contas?!"
E foi. Ia todo dia pra lá com febre alta, dor no corpo.
Mas fingia que tava tudo bem.
E Seu Hélio é malandro, sempre ia trabalhar com picolé.
Aí na hora da fila que a moça coloca o termômetro,
ele já levantava o picolé na testa.
Não pegava a febre dele e ele entrava.
A coisa começou a ficar estranha na segunda semana.
Um dia, no horário de almoço da firma,
que ele sem querer deixou cair um guardanapo de papel na comida
ele não percebeu, tava distraído conversando com a amiga,
e comeu o guardanapo inteiro ali,
sem paladar, né?
O pessoal tudo olhando
e ele ainda terminou falando que tava uma delícia.
Aí começaram a desconfiar.
Aí na outra semana não teve mais jeito.
Porque ele foi com respirador portátil na mochila,
e falou pro povo "Tô com um narguilé que comprei na internet,
e tô viciadão nisso aqui." Ele ficava...
Aí não enganou, né? Pegaram.
Aí você vê, se já tivesse esse seguro que eu tô criando,
o seguro pra pessoas que pegam COVID durante a volta ao trabalho
não serem mandadas embora durante um ano e meio,
Seu Hélio já tava tranquilo, tava até curado!
E não teria passado pra 42 funcionários na firma.
Pra você ver. Fica aí a dica.