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Porta Dos Fundos 2018, DOMINADO

Estou fodido com você, Valmir!

Puta que me pariu, hein?

-Oi... -Sai do banheiro...

Eu gostaria de falar com o senhor.

Pode falar.

Então, tem um bandido rodeando a minha casa.

-Tá. Onde a senhora mora? -Aqui no Leblon mesmo.

Nossa... meu Deus do céu,

está cada vez mais perigoso morar aqui, né?

OK, Leblon...

A senhora poderia descrever o elemento?

Claro, posso, sim.

-É um rapaz negro. -Rapaz negro...

É isso.

Nenhuma outra característica dele?

Não, eu não fico reparando em detalhes de bandido, né?

A senhora sabe a roupa que o indivíduo estava usando?

Cada hora ele está vestido de um jeito,

ele troca de roupa muito rápido.

Às vezes ele até se veste de mulher.

Ele está me perseguindo por todos os cantos.

Então ele persegue a senhora na rua?

Isso, na rua, na praça, na praia, no banco, no aeroporto...

Eu desconfio até que no aeroporto já está virando uma gangue.

De uns anos para cá, eles começaram a dominar tudo.

Ah, uma gangue? Aham.

Acho até que é a mesma gangue que invadiu o programa da Regina Casé.

Antigamente, o programa dela era até bom,

mas agora, coitada.

Minha senhora, a senhora já teve contato

ou foi atacada por algum membro dessa gangue

que a senhora diz que te persegue?

Aham, tentativa de sequestro.

Um dia eu chamei um Uber, abri a porta,

e, para a minha surpresa, estava ele lá dirigindo.

Sabia o meu nome, eu fiquei assim e saí correndo.

A senhora não anotou a placa do carro?

Não, mas eu me lembro que era um carro novo.

-Grande, sabe? -Entendi.

E não podia ser o motorista do carro?

Olha, pode ser, mas aí tem que avisar ao dono

que o motorista está roubando o carro para fazer sequestro, né?

Olha só, minha senhora,

está acontecendo uma confusãozinha aqui.

Eu acho que o que a senhora está descrevendo para mim

-é um homem negro. -Esse!

Esse mesmo! Um sujeito negro! É esse mesmo!

Já vi que vocês conhecem, porque ele está por aqui.

Tem foto dele em tudo que é canto.

Tem que prender logo.

A gente não conhece ninguém aqui, não, minha senhora.

Bastos, acabei de arquivar...

Aí ele! Aí ele! Prende ele!

Prende ele! É ele!

É ele.

Minha senhora...

essa é a dona Gláucia, que trabalha aqui com a gente.

Tá? Na corporação.

Ai, desculpa.

Desculpa a vergonha.

Ai, que vergonha a minha.

Traz uma Coca, então, com gelo e limão para mim, por favor?

E aí, começou há muito tempo?

Não, mãe, acabou de começar.

O que aconteceu?

Esse é o reino dele, esse é o herói...

Presta atenção.

Eu conheço ele, eu conheço ele...

Corre filho, corre, corre!

Corre! Corre, filho. Corre!

Corre!


Estou fodido com você, Valmir!

Puta que me pariu, hein?

-Oi... -Sai do banheiro...

Eu gostaria de falar com o senhor.

Pode falar.

Então, tem um bandido rodeando a minha casa.

-Tá. Onde a senhora mora? -Aqui no Leblon mesmo.

Nossa... meu Deus do céu,

está cada vez mais perigoso morar aqui, né?

OK, Leblon...

A senhora poderia descrever o elemento?

Claro, posso, sim.

-É um rapaz negro. -Rapaz negro...

É isso.

Nenhuma outra característica dele?

Não, eu não fico reparando em detalhes de bandido, né?

A senhora sabe a roupa que o indivíduo estava usando?

Cada hora ele está vestido de um jeito,

ele troca de roupa muito rápido.

Às vezes ele até se veste de mulher.

Ele está me perseguindo por todos os cantos.

Então ele persegue a senhora na rua?

Isso, na rua, na praça, na praia, no banco, no aeroporto...

Eu desconfio até que no aeroporto já está virando uma gangue.

De uns anos para cá, eles começaram a dominar tudo.

Ah, uma gangue? Aham.

Acho até que é a mesma gangue que invadiu o programa da Regina Casé.

Antigamente, o programa dela era até bom,

mas agora, coitada.

Minha senhora, a senhora já teve contato

ou foi atacada por algum membro dessa gangue

que a senhora diz que te persegue?

Aham, tentativa de sequestro.

Um dia eu chamei um Uber, abri a porta,

e, para a minha surpresa, estava ele lá dirigindo.

Sabia o meu nome, eu fiquei assim e saí correndo.

A senhora não anotou a placa do carro?

Não, mas eu me lembro que era um carro novo.

-Grande, sabe? -Entendi.

E não podia ser o motorista do carro?

Olha, pode ser, mas aí tem que avisar ao dono

que o motorista está roubando o carro para fazer sequestro, né?

Olha só, minha senhora,

está acontecendo uma confusãozinha aqui.

Eu acho que o que a senhora está descrevendo para mim

-é um homem negro. -Esse!

Esse mesmo! Um sujeito negro! É esse mesmo!

Já vi que vocês conhecem, porque ele está por aqui.

Tem foto dele em tudo que é canto.

Tem que prender logo.

A gente não conhece ninguém aqui, não, minha senhora.

Bastos, acabei de arquivar...

Aí ele! Aí ele! Prende ele!

Prende ele! É ele!

É ele.

Minha senhora...

essa é a dona Gláucia, que trabalha aqui com a gente.

Tá? Na corporação.

Ai, desculpa.

Desculpa a vergonha.

Ai, que vergonha a minha.

Traz uma Coca, então, com gelo e limão para mim, por favor?

E aí, começou há muito tempo?

Não, mãe, acabou de começar.

O que aconteceu?

Esse é o reino dele, esse é o herói...

Presta atenção.

Eu conheço ele, eu conheço ele...

Corre filho, corre, corre!

Corre! Corre, filho. Corre!

Corre!