Entrelinhas | O Uraguai (08/10/20) (2)
Ele expressa as suas opiniões sobre os jesuítas e os coloca como os grandes responsáveis
pelo massacre aos índios, e também faz várias referências aos crimes cometidos pela
Companhia de Jesus.
Isso agradava, e muito, o Marquês de Pombal.
♫ música ♫
Não basta mais fazer a leitura dos resumos.
Isso é inviável porque você tem que ter já uma sacada de leitura, de conhecimento daquele
modelo de texto, de identificação de alguns componentes,
para tu fazer uma rápida interpretação e conseguir dar conta da resposta.
Para "O Uruguai", por exemplo, não vejo mal que se vá em um site que diga:
"ah, canto tal aparece tal coisa..".
Beleza. Pode até decorar aquilo que é legal de ter como informação,
mas pega essa informação, vai lá no canto tal e tenta achar aquilo.
Aí, sim, é um processo interessante.
Você tem uma orientação de leitura, mesmo que tenha sido da internet, e tenta achar aquilo,
porque só decorar aquelas características não vai dar para dar conta do vestibular.
Se você vai lá no poema, identifica isso, pensa isso, sistematiza,
mesmo que a leitura seja difícil em alguns momentos, como é a de "O Uraguai",
eu acho que é uma maneira de aprender, também, coisas a respeito do do Brasil.
Acho que traz um frescor de algumas questões que, às vezes, passam batidas.
♫ música ♫
Quando pegamos um livro de história para estudar, ou até mesmo uma ficção histórica,
como "O Uraguai", a gente tem a tendência de considerar
que tudo que está escrito ali é passado, ficou para trás. Mas a história é viva. Ela não aconteceu.
Ela está acontecendo.
Então é importante fazer paralelos entre os acontecimentos passados
e os atuais em relação à essa temática.
Hoje, existem vários pontos de conflito entre o governo e os indígenas.
No entanto, a União é obrigada a promover o reconhecimento de terras indígenas.
É o que diz o texto da Constituição, abre aspas:
"São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas,
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens", fecha aspas.
De acordo com a Funai, a Fundação Nacional do Índio, terra demarcada é sinônimo de
redução de conflitos, de garantia da manutenção de uma sociedade pluralmente étnica e cultural,
é sinônimo de preservação do meio ambiente e da biodiversidade,
especialmente para os povos indígenas isolados que não têm nenhum tipo de contato
com a sociedade e que, portanto, são mais vulneráveis à doenças e epidemias.
O Estado brasileiro evita o genocídio.
As invasões de terras indígenas estão aumentando a cada ano e bateram um recorde em 2019,
primeiro ano do governo Bolsonaro.
A alta foi de 40% em relação à 2018, segundo o Conselho Indigenista Missionário.
E, acompanhando a alta das invasões, a devastação da Amazônia também
foi recordista no primeiro ano de Bolsonaro no poder,
de acordo com o INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Só para a gente ter noção, o desmatamento atingiu uma área equivalente a seis cidades de São Paulo.
A alta foi de 74% em relação à 2018, maior número da década.
Outro recorde nada satisfatório foi o aumento do número de líderes indígenas assassinados
por conta de conflitos no campo, maior número em 11 anos.
♫ música ♫
Se você, assim como eu, curte aproveitar o tempo livre e de descanso para continuar
aprendendo e se informando, aqui vão algumas dicas de filmes, séries e músicas
relacionados à obra de hoje.
A minha primeira dica é a série brasileira "Aruanas", que conta a história de
quatro ativistas que militam pela preservação ambiental.
Depois de receberem uma denúncia anônima sobre atentados aos povos indígenas
na região Amazônica, elas viajam para lá para investigar e denunciar
os crimes ambientais que andam acontecendo.
A série conta com protagonismo feminino de peso e a história é extremamente atual,
relevante e potente, além de ter muitas cenas de ação.
"Eu quero o relatório completo da vida destas ativistas."
"Calma!"
"Quem gosta de floresta é índio e celebridade, Felipe."
A segunda dica é o filme "Os Inconfidentes", de 1972.
O filme é dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, que costuma fazer filmes baseados
em obras literárias e sobre a história do Brasil.
"Os Inconfidentes" narra os fatos que aconteceram durante o período da Inconfidência Mineira,
que é o contexto do Arcadismo no Brasil.
Em 2015, o filme entrou para a lista da Abraccine
dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
"(...) se enchem de ouro e voltam para Portugal. É, pobre não deve sonhar."
"Se sonho de pobre é crime, quanto mais qualquer palavra."
Outro filme incrível para entender os conflitos gerados pelo Tratado de Madri,
entre portugueses, espanhóis e índios, é o longa "A Missão", de 1986.
Nele, a gente acompanha a história de Rodrigo Mendoza, interpretado por Robert De Niro,
que tá bem novinho nesse filme.
Ele contrabandeia índios como mão de obra escrava, mas depois de matar o seu irmão
e se arrepender, ele se junta ao jesuítas, justamente no período das Guerras Guaraníticas.
A fotografia desse filme é de tirar o fôlego.
Inclusive, ele ganhou o Oscar de "Melhor Fotografia" em 1987,
e a trilha faz você entrar de cabeça nesse universo.
"A Missão" também já foi indicado ao Oscar de "Melhor Filme", "Direção", "Direção de Arte",
"Edição", "Figurino" e "Trilha Sonora Original", só para você entender do que eu estou falando.
♫ trechos do filme ♫
E a gente tem também o filme "Sociedade dos Poetas Mortos".
Se você ainda não a assistiu esse filme, minha amiga, meu amigo,
você não sabe o que está perdendo.
Com esse filme, você consegue fazer vários paralelos com diversos temas contemporâneos.
Além disso, um dos grandes lemas seguido pelos personagens é o "Carpe Diem",
uma filosofia muito utilizada no Arcadismo, então, tem tudo a ver com que a gente falou até agora.
É um filme poético, filosófico e muito inspirador.
"Touchstone Pictures apresenta Robin Williams como John Keating, um professor"
E, por último, fica minha dica de músicas.
O som é do Kunumi MC, rapper da etnia guarani.
Ele canta não só sobre o cotidiano, mas também sobre os direitos e a luta dos índios.
♫ música ♫
É isso! Espero que eu tenha ajudado você a entender melhor a obra "O Uruguai".
Lembrando que nenhum resumo substitui a leitura integral do livro.
Pode parecer meio difícil ler um poema épico de mais de 200 anos atrás,
mas vale o esforço para fazer uma boa prova.
Se você gostou desse vídeo, deixa seu like aqui e indica para um amigo ou uma amiga
que também vai fazer o vestibular.
Tchau! E até a próxima!
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