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World News 2020 (European Portuguese audio), "Não temos armas para esta guerra"

"Não temos armas para esta guerra"

Como é que um dos países ricos do mundo, a França, enfrenta a guerra sanitária que o seu presidente acabou de declarar?

"Acabámos por arranjar máscaras, mas é só o que temos. Faltam batas, falta gel hidroalcoólico, toucas de proteção, calçado próprio...", conta-nos Sabrina Ali Benali.

Esta médica nas urgências de um hospital parisiense não hesita em afirmar que o sistema de saúde francês não está preparado para o que aí vem.

"Partilhamos da ansiedade de toda a gente. Há vários testemunhos de enfermeiras que fazem domicílios e que dizem que não têm armas para esta guerra.

Trabalham numa angústia permanente. Há uma tendência para achar que devemos assumir o papel de heróis.

Eu não, não sou heroína nenhuma. Tomei há pouco um ansiolítico para trabalhar. Tenho medo como os outros", desabafa.

A verdade é que há vários meses que o sistema de saúde francês tem sido sacudido por múltiplos protestos.

Sucedem-se as greves contra cortes orçamentais, as críticas contra a degradação do atendimento e o interminável tempo de espera para uma simples consulta.

Agora acrescenta-se a forma como as autoridades responderam ao que se tornou numa pandemia.

"Eles já deviam ter fechado tudo mais cedo. As medidas chegam com 15 dias de atraso.

Nós estávamos à espera que fechassem as escolas, Já foi tarde demais.

E agora é o confinamento total. Pedi ao meu marido que me comprasse sacos do lixo para tentar improvisar batas descartáveis.

Vivemos no sétimo país mais rico do mundo e chegámos a este ponto", diz-nos Sabrina.

Os dados oficiais publicados o ano passado colocam a França 25% acima da média europeia em matéria de despesas de Saúde e um investimento de 11% do PIB no setor.

Os contestatários apontam que a realidade atual colocou a nu a insuficiência desses números.

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"Não temos armas para esta guerra" "We have no weapons for this war" "No tenemos armas para esta guerra"

Como é que um dos países ricos do mundo, a França, enfrenta a guerra sanitária que o seu presidente acabou de declarar? Wie geht eines der reichsten Länder der Welt, Frankreich, mit dem Gesundheitskrieg um, den sein Präsident gerade erklärt hat?

"Acabámos por arranjar máscaras, mas é só o que temos. Faltam batas, falta gel hidroalcoólico, toucas de proteção, calçado próprio...", conta-nos Sabrina Ali Benali.

Esta médica nas urgências de um hospital parisiense não hesita em afirmar que o sistema de saúde francês não está preparado para o que aí vem. Dieser Arzt in der Notaufnahme eines Pariser Krankenhauses zögert nicht zu sagen, dass das französische Gesundheitssystem nicht auf das vorbereitet ist, was auf uns zukommt. This doctor in the emergency room of a Parisian hospital does not hesitate to say that the French health system is not prepared for what is coming.

"Partilhamos da ansiedade de toda a gente. Há vários testemunhos de enfermeiras que fazem domicílios e que dizem que não têm armas para esta guerra. Es gibt mehrere Berichte von Krankenschwestern und Krankenpflegern, die sagen, dass sie keine Waffen für diesen Krieg haben. There are several testimonies from nurses who do households and say they have no weapons for this war.

Trabalham numa angústia permanente. Há uma tendência para achar que devemos assumir o papel de heróis. Es gibt eine Tendenz zu denken, dass wir die Rolle des Helden übernehmen sollten.

Eu não, não sou heroína nenhuma. Tomei há pouco um ansiolítico para trabalhar. I just took an anxiolytic to work. Tenho medo como os outros", desabafa. I am afraid like the others ", he says.

A verdade é que há vários meses que o sistema de saúde francês tem sido sacudido por múltiplos protestos.

Sucedem-se as greves contra cortes orçamentais, as críticas contra a degradação do atendimento e o interminável tempo de espera para uma simples consulta. Streiks gegen Haushaltskürzungen, Kritik an der Verschlechterung des Dienstes und die endlosen Wartezeiten für eine einfache Beratung folgen aufeinander.

Agora acrescenta-se a forma como as autoridades responderam ao que se tornou numa pandemia. Und dann ist da noch die Art und Weise, wie die Behörden auf die Pandemie reagiert haben, die sich zu einer Pandemie entwickelt hat. Now we add the way in which the authorities responded to what has become a pandemic.

"Eles já deviam ter fechado tudo mais cedo. As medidas chegam com 15 dias de atraso.

Nós estávamos à espera que fechassem as escolas, Já foi tarde demais.

E agora é o confinamento total. Pedi ao meu marido que me comprasse sacos do lixo para tentar improvisar batas descartáveis.

Vivemos no sétimo país mais rico do mundo e chegámos a este ponto", diz-nos Sabrina.

Os dados oficiais publicados o ano passado colocam a França 25% acima da média europeia em matéria de despesas de Saúde e um investimento de 11% do PIB no setor. Nach den im vergangenen Jahr veröffentlichten offiziellen Zahlen liegt Frankreich bei den Gesundheitsausgaben 25 Prozent über dem europäischen Durchschnitt und investiert 11 Prozent des BIP in diesen Sektor. Official data published last year places France 25% above the European average in terms of health expenditure and an investment of 11% of GDP in the sector.

Os contestatários apontam que a realidade atual colocou a nu a insuficiência desses números. Die Gegner weisen darauf hin, dass die aktuelle Realität die Unzulänglichkeit dieser Zahlen deutlich gemacht hat. The contestants point out that the current reality has revealed the insufficiency of these numbers.