×

Utilizziamo i cookies per contribuire a migliorare LingQ. Visitando il sito, acconsenti alla nostra politica dei cookie.


image

Porta Dos Fundos 2020, POLÊMICA DA SEMANA - RACISMO

Por isso que eu digo que o racismo,

no Brasil, é estrutural.

É uma coisa que atravessa as instituições,

inclusive, o nosso modo de pensar.

Muito obrigado, Lúcia, por abrir os nossos olhos

pro nosso racismo estrutural. Não é isso?

Mas esse é um canal que preza pela pluralidade

O que seria do verde se todos gostassem do amarelo?

Nós vamos abrir espaço, agora, para o outro lado.

E o outro lado é o empresário Carlos.

Ele, que é de Pelotas

e embaixador da Ku Klux Klan no Brasil

e criador do canal do YouTube "Branco Drama".

Tudo bem, Carlos? Eu queria que você começasse

falando um pouco sobre o seu novo livro,

"A Solidão do Homem Branco".

Primeiramente, obrigado, né? Por me dar espaço aí

pra nossa causa tão silenciada.

Eu vou começar com uma brincadeira do meu stand-up.

A situação está preta pra quem é branco.

Especialmente, pro branco que se reivindica racista.

Posso ser alpinista, eu posso ser feminista,

eu posso ser paulista, mas eu não posso ser racista.

Eu já perdi cinco empregos por ser racista.

Então, se parar pra pensar, quem mais sofre racismo hoje

é o próprio racista.

A maioria das pessoas que me acusam de crime de ódio,

inclusive, tem ódio de mim.

E a maioria das pessoas que falam em silenciamento

querem me silenciar. Quer dizer,

é complicada a situação

e é importante isso estar sendo dito,

isso estar sendo falado. Eu agradeço o espaço, Lúcia.

Interessante, hein?

Lúcia, a sua tréplica. Não é racismo ser contra o racista?

-Sim. -Oi, desculpa.

Eu estou um pouquinho perplexa.

Primeiro que eu não sabia que ia ser um debate.

Segundo que acho que eu estou entendendo errado.

Esse cara está defendendo o direito ao racismo, é isso?

Não, esse canal aqui mostra sempre o outro lado.

Todo mundo tem direito de se expressar aqui.

Mas eu me recuso a debater com racista confesso.

Perdão, Lúcia, mas aí quem está fugindo

do debate é você. E você não respondeu a pergunta.

-É racismo ser contra o racista? -Não, porque não é raça.

E isso nem deveria ser uma pergunta.

Peço perdão, Carlos, mas pelo visto, hoje

não vai haver debate, né?

Lúcia, eu estou acostumado.

É por essas coisas que o Brasil não vai pra frente.

Ele vai sempre pra esquerda.

O racista precisa ser ouvido nesse país.

-Gente, absurdo. -Eu mesmo,

tenho a vacina pro corona já há muitos anos,

mas as pessoas não me escutam.

E qual é?

Leite...

quente...

batidinho...

e cinco Ave Marias.

Já funcionou pra uma tia minha. Funciona pro Brasil.

-Você concorda, Lúcia? -Eu discordo desse palanque

que você está dando pra um racista.

Eu vou passar o contato da minha tia pra vocês.

O Brasil precisa saber a verdade.

Você acha que ele não tem direito de opinião?

Mas é claro que não, gente. Claro que não.

Se a opinião dele for genocida, não, né?

A gente vai chegar aonde? O que é agora?

Eu vou debater com nazista daqui a pouco, é isso?

Não. Quem vai debater com nazista é Jacob Kligerman,

ele que é rabino e sobrevivente do holocausto.

-É o quê? -Fiquem com a gente

que vai ter debate.

Olha, peço aqui perdão. Quero mandar um abraço

pro meu amigo Cleyton.

Nazista conhecido, de responsabilidade.

Obrigado, Cleyton. Um abraço.

Estou te esperando aqui em Pelotas pra um churrasco, né.

E o tema do debate de amanhã é: paracetamol.

Analgésico?

Ou uma estratégia americana pra roubar o nosso fígado?

Vamos conversar com um clínico geral do Hospital Einstein

e com uma tia-avó hipocondríaca.

Já na segunda-feira, o tema é: quimioterapia.

Tratamento ou crendice? Nós vamos receber para um debate

um médico oncologista e uma curandeira,

que vão discutir se a tão famosa químio

é mais eficaz ou menos eficaz do que o velho e bom sal grosso.

Você não pode perder.

Por isso que eu digo que o racismo,

no Brasil, é estrutural.

É uma coisa que atravessa as instituições,

inclusive, o nosso modo de pensar.

Muito obrigado, Lúcia, por abrir os nossos olhos

pro nosso racismo estrutural. Não é isso?

Mas esse é um canal que preza pela pluralidade

O que seria do verde se todos gostassem do amarelo?

Nós vamos abrir espaço, agora, para o outro lado.

E o outro lado é o empresário Carlos.

Ele, que é de Pelotas

e embaixador da Ku Klux Klan no Brasil

e criador do canal do YouTube "Branco Drama".

Tudo bem, Carlos? Eu queria que você começasse

falando um pouco sobre o seu novo livro,

"A Solidão do Homem Branco".

Primeiramente, obrigado, né? Por me dar espaço aí

pra nossa causa tão silenciada.

Eu vou começar com uma brincadeira do meu stand-up.

A situação está preta pra quem é branco.

Especialmente, pro branco que se reivindica racista.

Posso ser alpinista, eu posso ser feminista,

eu posso ser paulista, mas eu não posso ser racista.

Eu já perdi cinco empregos por ser racista.

Então, se parar pra pensar, quem mais sofre racismo hoje

é o próprio racista.

A maioria das pessoas que me acusam de crime de ódio,

inclusive, tem ódio de mim.

E a maioria das pessoas que falam em silenciamento

querem me silenciar. Quer dizer,

é complicada a situação

e é importante isso estar sendo dito,

isso estar sendo falado. Eu agradeço o espaço, Lúcia.

Interessante, hein?

Lúcia, a sua tréplica. Não é racismo ser contra o racista?

-Sim. -Oi, desculpa.

Eu estou um pouquinho perplexa.

Primeiro que eu não sabia que ia ser um debate.

Segundo que acho que eu estou entendendo errado.

Esse cara está defendendo o direito ao racismo, é isso?

Não, esse canal aqui mostra sempre o outro lado.

Todo mundo tem direito de se expressar aqui.

Mas eu me recuso a debater com racista confesso.

Perdão, Lúcia, mas aí quem está fugindo

do debate é você. E você não respondeu a pergunta.

-É racismo ser contra o racista? -Não, porque não é raça.

E isso nem deveria ser uma pergunta.

Peço perdão, Carlos, mas pelo visto, hoje

não vai haver debate, né?

Lúcia, eu estou acostumado.

É por essas coisas que o Brasil não vai pra frente.

Ele vai sempre pra esquerda.

O racista precisa ser ouvido nesse país.

-Gente, absurdo. -Eu mesmo,

tenho a vacina pro corona já há muitos anos,

mas as pessoas não me escutam.

E qual é?

Leite...

quente...

batidinho...

e cinco Ave Marias.

Já funcionou pra uma tia minha. Funciona pro Brasil.

-Você concorda, Lúcia? -Eu discordo desse palanque

que você está dando pra um racista.

Eu vou passar o contato da minha tia pra vocês.

O Brasil precisa saber a verdade.

Você acha que ele não tem direito de opinião?

Mas é claro que não, gente. Claro que não.

Se a opinião dele for genocida, não, né?

A gente vai chegar aonde? O que é agora?

Eu vou debater com nazista daqui a pouco, é isso?

Não. Quem vai debater com nazista é Jacob Kligerman,

ele que é rabino e sobrevivente do holocausto.

-É o quê? -Fiquem com a gente

que vai ter debate.

Olha, peço aqui perdão. Quero mandar um abraço

pro meu amigo Cleyton.

Nazista conhecido, de responsabilidade.

Obrigado, Cleyton. Um abraço.

Estou te esperando aqui em Pelotas pra um churrasco, né.

E o tema do debate de amanhã é: paracetamol.

Analgésico?

Ou uma estratégia americana pra roubar o nosso fígado?

Vamos conversar com um clínico geral do Hospital Einstein

e com uma tia-avó hipocondríaca.

Já na segunda-feira, o tema é: quimioterapia.

Tratamento ou crendice? Nós vamos receber para um debate

um médico oncologista e uma curandeira,

que vão discutir se a tão famosa químio

é mais eficaz ou menos eficaz do que o velho e bom sal grosso.

Você não pode perder.