CADÊ A VACINA? | EMBRULHA PRA VIAGEM
Oi, patota.
Eu falei patota hoje,
que uma vez eu falei patota e o pessoal gostou, aí eu repeti agora.
Pois é, né? O tempo tá passando, e a gente continua se lascando muito.
Tempos difíceis.
Hoje a nossa reflexão vai ser sobre a vacina ou sobre a falta dela, né?
O negócio tá dose. Quer dizer, não tá dose de vacina, porque não tem.
Dose no sentido de ser ruim. Vocês entenderam, né?
Que no Brasil tá tudo uma porcaria. Que a gente vai ver o jornal,
aí o moço do jornal fala que já vacinou milhares de pessoas,
aí a gente fica feliz.
Só que aí logo depois ele fala percentual disso
em relação à população toda do Brasil, aí dá lá 5,1%.
E 5,1% é horroroso. Não rende o negócio, não rende.
Vacina, vacina e aumenta a 0,1%.
E aí é uma confusão, né? Uns dizem que não tem vacina,
uns dizem que tá chegando em agosto,
outros dizem que só vai ter pra primeira dose,
e eu choro e fico aos prantos aqui em casa pensando no que fazer.
Outro dia eu tava aqui em casa com a Eleonora,
e a gente fez uns cálculos rápidos
pensando no ritmo que tá indo a vacinação,
quando que eu vou poder me vacinar.
E chegamos à conclusão que eu vou conseguir me vacinar com 68 anos.
É tristíssimo isso, e me deu preocupação,
porque raciocina comigo.
Quando eu tiver 68 anos e for lá no posto,
talvez o moço vire pra mim e fale que não pode mais.
"Os idosos se vacinaram em 2021."
Mas aí vou falar, "Mas moço, eu naquela época não era idoso."
Perdeu a chance. Isso é desesperador.
E mesmo assim, se chegar minha vez,
a gente não sabe se tem vacina mesmo, né?
Porque já tem pouca vacina, aí quando tem, os prefeitos que tem aí,
alguns que vacina a esposa, a amante, a família,
e não tá nem aí para o resto.
Aí tem aquelas enfermeiras muito loucas
que fingem que vacinam e não vacinam o idoso.
É horroroso isso.
Eu não vou mentir, não.
Eu não desejo coisas boas pra essas pessoas.
Eu gostaria que quando fosse vacinar essas enfermeiras esquisitas,
fosse eu aí eu ia lá vacinar a moça com vacina de sarampo.
Eu ia falar pra ela, "tá vacinada". Mentir eu não tô mentindo, né?
Aí ia falar, "tira a máscara e vai feliz curtir tua vida, fofa."
Jogava ela numa festa clandestina
e falava "vai curtir que a vida é uma só."
Tem que ser.
Eu sei que toda essa confusão deixou muito desconfiado.
Quando eu for vacinar, eu vou falar pra ela assim,
"Não, moça. Deixa tudo em cima da mesa que eu mesmo mexo."
Aí eu já leio lá a bula, as contra-indicações,
eu vou levar a seringa de casa já toda passada álcool 70,
e eu leio lá se é a vacina mesmo e eu aplico.
Isso se eu não levar o frasco para casa, né?
Mais seguro, não fica ninguém olhando. Menos pressão.
Não dá mais pra confiar em ninguém.