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Café Brasil 101-200, 132 - O Contador de Histórias

132 - O Contador de Histórias

Bom dia, boa tarde, boa noite!

Um dia descobri que eu sabia contar histórias. E que talvez pudesse ganhar a vida com isso! Virei palestrante, atividade que toma a maior parte de meu tempo. E que me dá um baita prazer... Esse será o tema do Café Brasil de hoje: vamos tratar de contadores de histórias!

Pra começar, uma frase de um dos grandes palestrantes estadunidenses, Zig Ziglar:

Motivação é como banho, não dura.

Por isso tem que tomar todo dia..

Quando eu era garoto, lá pelos meus sete, oito anos de idade, minha mãe me levava todo domingo na missa.

E era sagrado... E eu admirava o padre, lá na frente, falando ao microfone um monte de coisas que eu nunca entendia. Mas era impressionante. E às vezes alguém saia do meio dos fiéis para ler um trechinho da missa. Só de pensar naquilo me dava um nervoso...

Mas acho que foi na missa que eu aprendi a admirar os palestrantes, afinal o padre dominava aquele monte de gente!

Um dia aconteceu, era um dia dos pais na Associação Luso Brasileira de Bauru e em meio às comemorações houve um momento em que uma criança deveria ler um texto falando dos pais.

Não sei como nem porque, mas acabou que eu fui o escolhido...

Não vou lembrar dos detalhes, apenas de que eu estava em cima do palco, com uma pessoa segurando o microfone enquanto eu lia texto.

Não lembro do que estava escrito, só me lembro do final, que dizia assim: “... ele é o meu papai.

O melhor papai do mundo.” Todo mundo aplaudiu e meu pai veio e me deu um grande abraço. Aos nove anos de idade eu tinha feito minha primeira palestra.

Fala maluco

Fala maluco Fala maluco Fala maluco Fala maluco Pessoas não falam Necessitam fazer Esforço redobrado Para se comunicar De bom tom pensar Ninguém nasceu falando Você foi aprendendo Repetindo, Imitando.

É de bom tom pensar Ninguém nasceu andando Você foi aprendendo Caindo, Tropeçando. É importante que se pense o que se fala A palavra é um amistoso Que corre para o mar É importante que se pense o que se fala A timidez pode ser Mal interpretada Fala maluco Fala maluco Fala maluco Fala maluco

Você tá ouvindo outra daquelas maluquices do Café brasil.

FALA MALUCO, com o pessoal do CABOCLADA, dos irmãos Marcio e Theo Werneck que continuam viajando pelo Brasil para trazer o som dos caboclos pra nós.

Então, muitos anos mais tarde, já trabalhando numa multinacional em São Paulo, fui a um grande evento no Hotel Transamérica, não me lembro sobre o que era.

Mas era anos 80 e lá pelas tantas entrou o Professor Marins para uma palestra.

Fiquei fascinado com aquele sujeito engraçado, que descia do palco e andava no meio do pessoal.

Impressionante! Mas nunca me passou pela cabeça que um dia eu estaria fazendo o mesmo...

Lá por 1993, já como gerente de uma multinacional, fazia parte de minha função falar para os funcionários e com o tempo fui dominando as técnicas.

Até um dia ser convidado a realizar uma palestra de verdade, sobre o mercado brasileiro de reposição de autopeças, num evento do setor. Aceitei, me preparei e fui lá. E sabe que fui muito bem?

Todos vieram falar comigo e vi que podia levar aquilo mais a sério.

Comecei a aceitar outros convites e aos poucos fui melhorando...

Então em 2003, quando lancei meu livro Brasileiros Pocotó, desenvolvi uma palestra diferente, bem humorada e cheia de recursos áudio visuais.

E um dia o Irineu Toledo e o Pelegi me convidaram para palestrar num evento gigantesco que seria realizado numa das maiores casas de shows de São Paulo, com platéia estimada de 3 mil pessoas. Estariam presentes vários palestrantes, como Roberto Shiniasyki, Marco Aurélio... e claro, o Professor Marins. E no meio dos cobras, eu...

Realizei a palestra Brasileiros Pocotó, que terminou com a platéia aplaudindo em pé.

Quando saí do palco, cruzei com o Professor Marins, que estava entrando em cena. Passou por mim e disse: “Parabéns, rapaz”. Eu havia me transformado num palestrante! Dali pra frente foi investir, estudar praticar e palestrar. Palestrar, palestrar, palestrar... Até que um dia saquei que eu podia botar pra quebrar...

Nem vem que não tem

Nem Vem Que Não Tem Nem vem de garfo Que hoje é dia de sopa Esquenta o ferro Passa a minha roupa Eu nesse embalo Vou botar prá quebrar Sacudim, sacundá Sacundim, gundim, gundá!...

Nem Vem Que Não Tem Nem vem de escada Que o incêndio é no porão Tira o tamanco Tem sinteco no chão Eu nesse embalo Vou botar prá quebrar Sacudim, sacundá Sacundim, gundim, gundá!...

Nem Vem! Numa casa de caboclo Já disseram um é pouco Dois é bom, três é demais Nem Vem! Guarda teu lugar na fila Todo homem que vacila A mulher passa prá trás...

Nem Vem Que Não Tem Prá virar cinza Minha brasa demora Michô meu papo Mas já vamos'imbora Eu nesse embalo Vou botar prá quebrar Sacudim, sacundá Sacundim, gundim, gundá!...

Nem Vem! Numa casa de caboclo Já disseram um é pouco Dois é bom, três é demais Nem Vem! Guarda teu lugar na fila Todo homem que vacila A mulher passa prá trás...

Nem Vem Que Não Tem!

UAU!

Eu só tinha ouvido essa com o Simonal, acho que ninguém teve coragem de gravar depois dele, né? Pois a Karla Sabah teve! Nem vem que não tem, do Carlos Imperial. Karla foi integrante do grupo Afrodite se Quiser e além de cantora é diretora de videoclipes. E acredite: até na revista Playboy ela já saiu... Karla Sabah, uma maravilha, no Café Brasil!

Um dia fui convidado a palestrar para um grupo de voluntários do Viva e Deixe Viver (www.vivaedeixeviver.org.br), um grupo que percorre hospitais contando histórias para crianças.

Apresentam-se com divertidos aventais cheios de quinquilharias, levando aos pequenos adoecidos um pouco de alívio... São contadores de histórias.

Com eles aprendi o Credo do Contador de Histórias: "Creio que a imaginação pode mais que o conhecimento. Que o mito pode mais que a história. Que os sonhos podem mais que os fatos. Que a esperança sempre vence a experiência. Que só o riso cura a tristeza.

E creio que o amor pode mais que a morte. " Durante muito tempo me senti atraído por essa profissão: contador de histórias.

Até que tornei-me um deles. O que faço em meus textos, palestras, programa de rádio, podcast ou livros é simplesmente... Contar histórias.

Foram as histórias que ouvimos de nossos pais, avós e tios, que nos transmitiram conceitos morais e éticos enquanto crescemos.

E hoje, continuamos ávidos devoradores de histórias. Que outra explicação existe para o sucesso das novelas na TV? Ou para a nossa fome pelos telejornais e jornais impressos?

Você está ouvindo, no podcast, SE EU QUISER FALAR COM DEUS, de Gilberto Gil, com o piano sempre instigante de Arthur Moreira Lima...

Nos alimentamos de histórias.

Com elas enriquecemos nosso repertório e aprendemos a interpretar o mundo. Mas tem um probleminha aí.

Aquela “moral da história” que ouvi de meus pais e avós sempre envolveu regras de comportamento, lições que separaram o que era bom do que era ruim, mandamentos sobre a convivência harmoniosa, sobre o uso da inteligência ou o respeito ao semelhante.

As histórias que conto para meus filhos também transportam valores morais que, penso, vão ajudar cada um a moldar seu caráter.

Como meus pais e avós, quero formar cidadãos.

Mas hoje os filhos e netos não estão mais interessados em ouvir histórias dos mais velhos.

Preferem a TV. O videogame. O cinema. A propaganda. As cores, movimentos e sons hipnóticos preparados por especialistas. Quem conta as histórias não são mais parentes interessados em valores morais. São vendedores interessados em vender um produto. Um serviço. Um político. Gente interessada em formar con-su-mi-do-res... Dá pra notar a diferença? Cidadãos... E consumidores... Em ritmo de festa...

Quando contei histórias para os contadores de histórias do Viva e Deixe Viver tive diante de mim um grupo de voluntários que tem um objetivo admirável: suplantar a dor, contando histórias.

Enriquecer repertórios, contando histórias. Disseminar valores morais, contando histórias. Pois repare nas histórias que você ouvirá hoje e procure entender a motivação de quem as conta.

Diferente dos pais e avós que, assim como os voluntários do Viva e Deixe Viver contaram histórias para sua alma, os vendedores dos novos tempos contam histórias para seu bolso.

A voz que conta a nossa história

Amiga no meu peito, as horas dormem Num compassar dolente e sossegado Seduz a minha alma uma voz de homem Que ao longe entoa triste um triste fado Seduz a minha alma uma voz de homem Que ao longe entoa triste um triste fado Como se aquela voz entristecida Contasse a nossa história a toda a gente Cada quadra parece ser escolhida Do amor que quer doer lentamente Cada quadra parece ser escolhida Do amor que quer doer lentamente E enquanto eu não reclamo a dor dos dias Em que me afundo a sós nesta memória O frio das noites frias e vazias Só cabe a voz que conta a nossa história O frio das noites frias e vazias Só cabe a voz que conta a nossa história O frio das noites frias e vazias Só cabe a voz que conta a nossa história

Ah... Ana Moura... Essa portuguesinha me dá arrepios.

Aqui você ouve Ana interpretando um daqueles fados arrasadores: A VOZ QUE CANTA NOSSA HISTÓRIA. Sabe o que é? Meu avô era português e eu cresci com esse som... não tem como não gostar...

Um palestrante entrou num auditório para proferir uma palestra e, com surpresa, deu com o auditório vazio.

Só havia um homem sentado na primeira fila. Desconcertado, o palestrante perguntou ao homem se devia ou não dar a palestra só para ele. O homem respondeu: - Sou um homem simples, não entendo dessas coisas. Mas se eu entrasse num galinheiro e encontrasse apenas uma galinha para alimentar, eu alimentaria essa única galinha.

O palestrante entendeu a mensagem e deu a palestra inteira, conforme havia preparado... Quando terminou, perguntou ao homem: - Então, gostou da palestra?

O homem respondeu: - Como lhe disse, sou um homem simples, não entendo dessas coisas. Mas se eu entrasse num galinheiro e só tivesse uma única galinha, eu não daria o saco de milho inteiro para ela.

E meu amigo Klaus Peter Melken conta uma historinha...

Há uns 22 ou 23 anos vivi um episódio que se encaixa à perfeição a essa história dos palestrantes.

Um dia,um clube do qual eu era diretor organizou uma palestra do Prof. Euriclides de Jesus Zerbini numa 6ª feira às 20:00 hs.

Tema: Transplantes de coração, terapias e modos de prevenção de males cardíacos. Inscreveram-se umas 80 pessoas.

O prof. Zerbini viria de Brasília naquela noite, especialmente para cumprir aquele compromisso.

Estavam ausentes o Presidente e o 1º e 2º Diretores Sociais do clube e coube a mim, a tarefa de receber o ilustre visitante e apresentá-lo à platéia, que supunha-se superlotada.

Às 19:55 chegou o palestrante numa limusine com chofer.

Recebi-o e o acompanhei até uma saleta reservada, onde deu os últimos acertos na sua máquina de vídeo-show, montou um mega-coração de plástico e retirou de uma pasta os slides e a documentação nos quais basearia sua palestra. Dei uma olhada no salão nobre...: nada mais que umas poucas pessoas presentes.

O professor ofereceu esperar mais alguns minutos, para que os retardatários chegassem.

Às 20:30, Dr. Zerbini iniciou sua apresentação, fascinante sob todos os aspectos.

1 hora depois, tendo inclusive oferecido um tempo para responder perguntas, o professor encerrou sua palestra, agradecendo com uma atenciosa reverência e uma saudação em português e outra em alemão...! Estavam presentes à palestra 14 gatos pingados, comigo incluído.

Na despedida, abrindo-lhe a porta do carro, desculpei-me pela descortesia dos 66 otários que confirmaram presença, mas não apareceram.

Sabe qual sua resposta ao abraçar-me carinhosamente? Vieram os melhores...!

O craque

Muita grana pode ser o mel Todo o mundo apenas pro seu bel prazer Muita grana pode ser pinel Muita grana pode ser poder Muita grana pode ser papel e mais papel

Muita mídia pode resolver Muita mídia pode parecer que se é Deus Muita mídia pode ser o céu Muita mídia pode ser o breu Muita mídia pode ser você virar patê

O craque pode ser o tal na mídia ou nunca entrar na mídia e ser o tal E mesmo sendo genial também terá seu dia mau Não vá cobrar que seja bom em tempo total

Veja o craque como um ser normal Veja o craque apenas como tal Deixe o craque no gramado e o resto na geral

Você está ouvindo, no podcast, O craque de Celso Viáfora e Vicente Barreto, com o próprio Vicente Barreto.

E daí tem uma historinha que circula entre os palestrantes e que é uma delícia, quer ver...

O palestrante entra e encontra o auditório cheio.

Feliz da vida, começa sua palestra, entusiasmado, caprichando nos gestos, caras e bocas. Lá pelas tantas, repara que uma pessoa entra lá pelo fundo e cochicha alguma coisa baixinho para outra pessoa que estava sentada na última cadeira. A pessoa ouve, levanta-se e começa a sair. Mas antes de sair, repete o procedimento, cochichando no ouvido de outra pessoa que estava na cadeira ao lado. E assim vai, uma a uma, levantando e cochichando no ouvido de outra, que se levanta e sai. Até que finalmente resta uma só pessoa no auditório, ali na primeira fila, ouvindo o palestrante. Intrigado com o esvaziamento do auditório, o palestrante então dirige-se ao solitário espectador e pergunta:

- Desculpe-me, mas o que é que as pessoas disseram uma às outras?

E o homem responde: - Parou de chover.

Pois é... palestrar para outras pessoas é contar histórias.

É contando e ouvindo histórias que o homem se desenvolveu e por mais que o mundo evolua, por mais que a tecnologia nos assombre com novidades e por mais que criemos redes sociais e mídias, contar e ouvir histórias jamais deixará de ser nossa forma predileta de aprender...

Contando histórias transmitimos o saber.

Espalhamos o conhecimento. E no meu caso, servimos como um personal trainer para o cérebro, ajudando as pessoas a praticar seu fitness intelectual.

Quem sabe falar de histórias é o mestre Rubem Alves que um dia escreveu assim:

As histórias se formam da mesma maneira como se forma a pérola dentro de uma ostra.

Ostras felizes não fazem pérolas. É preciso que um grão de areia entre em sua carne mole. O grão de areia torna a ostra infeliz. Para livrar-se da dor do grão de areia a ostra pacientemente envolve o grão de areia com uma substância lisa, sem arestas e redonda. A pérola. E é assim também que nascem as histórias. Como as pérolas.

E Rubem continua: a palavra é o começo de tudo.

Com a palavra, o universo começou. Com a palavra, nós começamos. Somos poemas encarnados. Somos as estórias que moram em nós. Se as palavras que moram em nós formarem estórias belas, seremos belos e bons...

E pra terminar o mestre dá uma porrada: só se deve falar quando a fala melhora o silêncio...

Então, você pode ter passado batido, mas eu vou repetir.

O credo do Contador de histórias. Preste atenção:

"Creio que a imaginação pode mais que o conhecimento. Que o mito pode mais que a história. Que os sonhos podem mais que os fatos. Que a esperança sempre vence a experiência. Que só o riso cura a tristeza.

Pé quente cabeça fria

Pé quente, cabeça fria, dou-lhe uma Pé quente, cabeça fria, dou-lhe duas Pé quente, cabeça fria, dou-lhe três Saia despreocupado Você pode conquistar o mundo dessa vez Pé quente, cabeça fria, dou-lhe uma Pé quente, cabeça fria, dou-lhe duas Pé quente, cabeça fria, dou-lhe três Saia despreocupado Faça tudo que você queria e nunca fez Pé quente, cabeça fria, numa boa Pé quente, cabeça fria, na maior Pé quente, cabeça fria, na total Saia despreocupado Mas cuidado porque existe o bem e o mal Pé quente, cabeça fria, numa boa Pé quente, cabeça fria, na maior Pé quente, cabeça fria, na total Saia despreocupado Mas se alguém se fizer de engraçado, meta o pau.

E é assim, ao som de PÉ QUENTE, CABEÇA FRIA, com Gil, Caetano, Gal e Bethânia nos Doces Bárbaros que este Café Brasil que falou de contadores de histórias, vai embora.

Na técnica, o grande historiador Lalá Moreira.

Na produção, a contadora de histórias Ciça Camargo. E eu, Luciano Pires, o inventor de histórias na apresentação e direção.

Estiveram conosco a Caboclada, Karla Sabah, Arthur Moreira Lima, Ana Moura, os Doces Bárbaros, Vicente Barreto... e o Silvio Santos!

Gostou?

Quer mais? Quer participar de uma palestra? Acesse www.lucianopires.com.br ou www.portalcafebrasil.com.br e cadastre-se em nossa comunidade!

Para terminar, uma frase do escritor espanhol Max Aub:

"Há três categorias de homens: a) os que contam a sua história b) os que não a contam c) os que não a têm.

132 - O Contador de Histórias 132 - The Storyteller 132 - El narrador 132 - Le conteur 132 - Il narratore

Bom dia, boa tarde, boa noite!

Um dia descobri que eu sabia contar histórias. One day I discovered that I knew how to tell stories. E que talvez pudesse ganhar a vida com isso! Virei palestrante, atividade que toma a maior parte de meu tempo. E que me dá um baita prazer... Esse será o tema do Café Brasil de hoje: vamos tratar de contadores de histórias!

Pra começar, uma frase de um dos grandes palestrantes estadunidenses, Zig Ziglar:

Motivação é como banho, não dura. Motivation is like bathing, it doesn't last.

Por isso tem que tomar todo dia.. So you have to take it every day ..

Quando eu era garoto, lá pelos meus sete, oito anos de idade, minha mãe me levava todo domingo na missa. When I was a boy, around the age of seven, eight, my mother took me to Mass every Sunday.

E era sagrado... E eu admirava o padre, lá na frente, falando ao microfone um monte de coisas que eu nunca entendia. Mas era impressionante. But it was impressive. E às vezes alguém saia do meio dos fiéis para ler um trechinho da missa. And sometimes someone would come out from among the faithful to read a part of the mass. Só de pensar naquilo me dava um nervoso... Just thinking about it made me nervous ...

Mas acho que foi na missa que eu aprendi a admirar os palestrantes, afinal o padre dominava aquele monte de gente!

Um dia aconteceu, era um dia dos pais na Associação Luso Brasileira de Bauru e em meio às comemorações houve um momento em que uma criança deveria ler um texto falando dos pais.

Não sei como nem porque, mas acabou que eu fui o escolhido... I don't know how or why, but it turned out that I was the chosen one ...

Não vou lembrar  dos detalhes, apenas de que eu estava em cima do palco, com uma pessoa segurando o microfone enquanto eu lia texto.

Não lembro do que estava escrito, só me lembro do final, que dizia assim: “... ele é o meu papai. I don't remember what was written, I only remember the ending, which said: “... he is my dad.

O melhor papai do mundo.” Todo mundo aplaudiu e meu pai veio e me deu um grande abraço. Aos nove anos de idade eu tinha feito minha primeira palestra.

Fala maluco

Fala maluco Fala maluco Fala maluco Fala maluco Pessoas não falam Necessitam fazer Esforço redobrado Para se comunicar De bom tom pensar Ninguém nasceu falando Você foi aprendendo Repetindo, Imitando. Crazy speech Crazy speech Crazy speech Crazy speech People don't speak Need to make redoubled effort To communicate In good tone thinking Nobody was born talking You were learning Repeating, Imitating.

É de bom tom pensar Ninguém nasceu andando Você foi aprendendo Caindo, Tropeçando. It's a good tone to think No one was born walking You were learning Falling, Stumbling. É importante que se pense o que se fala A palavra é um amistoso Que corre para o mar É importante que se pense o que se fala A timidez  pode ser Mal interpretada Fala maluco Fala maluco Fala maluco Fala maluco

Você tá ouvindo outra daquelas maluquices do Café brasil.

FALA MALUCO, com o pessoal do CABOCLADA, dos irmãos Marcio e Theo Werneck que continuam viajando pelo Brasil para trazer o som dos caboclos pra nós.

Então, muitos anos mais tarde, já trabalhando numa multinacional em São Paulo, fui a um grande evento no Hotel Transamérica, não me lembro sobre o que era.

Mas era anos 80 e lá pelas tantas entrou o Professor Marins para uma palestra. But it was the 80's and Professor Marins came in for a lecture.

Fiquei fascinado com aquele sujeito engraçado, que descia do palco e andava no meio do pessoal. I was fascinated by that funny guy, who came down from the stage and walked among the crowd.

Impressionante! Impressive! Mas nunca me passou pela cabeça que um dia eu estaria fazendo o mesmo...

Lá por 1993, já como gerente de uma multinacional, fazia parte de minha função falar para os funcionários e com o tempo fui dominando as técnicas. Back in 1993, as a manager of a multinational company, it was part of my job to speak to employees and over time I mastered the techniques.

Até um dia ser convidado a realizar uma palestra de verdade, sobre o mercado brasileiro de reposição de autopeças, num evento do setor. Until one day I was invited to give a real lecture on the Brazilian auto parts replacement market, at an industry event. Aceitei, me preparei e fui lá. E sabe que fui muito bem? And you know I did really well?

Todos vieram falar comigo e vi que podia levar aquilo mais a sério. Everyone came to talk to me and I saw that I could take it more seriously.

Comecei a aceitar outros convites e aos poucos fui melhorando... I started accepting other invitations and little by little I got better ...

Então em 2003, quando lancei meu livro Brasileiros Pocotó, desenvolvi uma palestra diferente, bem humorada e cheia de recursos áudio visuais.

E um dia o Irineu Toledo e o Pelegi me convidaram para palestrar num evento gigantesco que seria realizado numa das maiores casas de shows de São Paulo, com platéia estimada de 3 mil pessoas. Estariam presentes vários palestrantes, como Roberto Shiniasyki, Marco Aurélio... e claro, o Professor Marins. Several speakers would be present, such as Roberto Shiniasyki, Marco Aurélio ... and of course, Professor Marins. E no meio dos cobras, eu...

Realizei a palestra Brasileiros Pocotó, que terminou com a platéia aplaudindo em pé. I gave the lecture Brasileiros Pocotó, which ended with the audience standing up and applauding.

Quando saí do palco, cruzei com o Professor Marins, que estava entrando em cena. Passou por mim e disse: “Parabéns, rapaz”. Eu havia me transformado num palestrante! Dali pra frente foi investir, estudar praticar e palestrar. Palestrar, palestrar, palestrar... Até que um dia saquei que eu podia botar pra quebrar... Talk, talk, talk ... Until one day I realized that I could put it to break ...

Nem vem que não tem It doesn't even come without

Nem Vem Que Não Tem Nem vem de garfo Que hoje é dia de sopa Esquenta o ferro Passa a minha roupa Eu nesse embalo Vou botar prá quebrar Sacudim, sacundá Sacundim, gundim, gundá!... Neither Comes That Doesn't Have nor comes with a fork Today's soup day Heats up the iron Iron my clothes I'm going to put it to break Jolt, jerk, jerk, jerk! ...

Nem Vem Que Não Tem Nem vem de escada Que o incêndio é no porão Tira o tamanco Tem sinteco no chão Eu nesse embalo Vou botar prá quebrar Sacudim, sacundá Sacundim, gundim, gundá!...

Nem Vem! Don't even come! Numa casa de caboclo Já disseram um é pouco Dois é bom, três é demais Nem Vem! Guarda teu lugar na fila Todo homem que vacila A mulher passa prá trás...

Nem Vem Que Não Tem Prá virar cinza Minha brasa demora Michô meu papo Mas já vamos’imbora Eu nesse embalo Vou botar prá quebrar Sacudim, sacundá Sacundim, gundim, gundá!... It Doesn't Come That It Doesn't Have to Turn to Gray My Ember Delays Michô My Chat But we’re going to be in this moment I’m going to put it to break Jolt, jerk Sacundim, gundim, gundá! ...

Nem Vem! Numa casa de caboclo Já disseram um é pouco Dois é bom, três é demais Nem Vem! Guarda teu lugar na fila Todo homem que vacila A mulher passa prá trás...

Nem Vem Que Não Tem!

UAU!

Eu só tinha ouvido essa com o Simonal, acho que ninguém teve coragem de gravar depois dele, né? Pois a Karla Sabah teve! Nem vem que não tem, do Carlos Imperial. Karla foi integrante do grupo Afrodite se Quiser e além de cantora é diretora de videoclipes. Karla was a member of the group Afrodite se Quiser and besides being a singer, she is the director of music videos. E acredite: até na revista Playboy ela já saiu... Karla Sabah, uma maravilha, no Café Brasil!

Um dia fui convidado a palestrar para um grupo de voluntários do Viva e Deixe Viver (www.vivaedeixeviver.org.br), um grupo que percorre hospitais contando histórias para crianças.

Apresentam-se com divertidos aventais cheios de quinquilharias, levando aos pequenos adoecidos um pouco de alívio... São contadores de histórias.

Com eles aprendi o Credo do Contador de Histórias: "Creio que a imaginação pode mais que o conhecimento. With them I learned the Storytelling Creed: "I believe that imagination can do more than knowledge. Que o mito pode mais que a história. That myth can do more than history. Que os sonhos podem mais que os fatos. That dreams can outnumber facts. Que a esperança sempre vence a experiência. That hope always wins over experience. Que só o riso cura a tristeza.

E creio que o amor pode mais que a morte. " And I believe that love can do more than death. " Durante muito tempo me senti atraído por essa profissão: contador de histórias.

Até que tornei-me um deles. Until I became one of them. O que faço em meus textos, palestras, programa de rádio, podcast ou livros é simplesmente... Contar histórias.

Foram as histórias que ouvimos de nossos pais, avós e tios, que nos transmitiram conceitos morais e éticos enquanto crescemos.

E hoje, continuamos ávidos devoradores de histórias. Que outra explicação existe para o sucesso das novelas na TV? Ou para a nossa fome pelos telejornais e jornais impressos? Or to our hunger for news and printed newspapers?

Você está ouvindo, no podcast, SE EU QUISER FALAR COM DEUS, de Gilberto Gil, com o piano sempre instigante de Arthur Moreira Lima...

Nos alimentamos de histórias.

Com elas enriquecemos nosso repertório e aprendemos a interpretar o mundo. Mas tem um probleminha aí.

Aquela  “moral da história” que ouvi de meus pais e avós sempre envolveu regras de comportamento, lições que separaram o que era bom do que era ruim, mandamentos sobre a convivência harmoniosa, sobre o uso da inteligência ou o respeito ao semelhante.

As histórias que conto para meus filhos também transportam valores morais que, penso, vão ajudar cada um a moldar seu caráter.

Como meus pais e avós, quero formar cidadãos.

Mas hoje os filhos e netos não estão mais interessados em ouvir histórias dos mais velhos.

Preferem a TV. O videogame. O cinema. A propaganda. As cores, movimentos e sons hipnóticos preparados por especialistas. The colors, movements and hypnotic sounds prepared by experts. Quem conta as histórias não são mais parentes interessados em valores morais. Those who tell the stories are no longer relatives interested in moral values. São vendedores interessados em vender um produto. They are salespeople interested in selling a product. Um serviço. Um político. Gente interessada em formar con-su-mi-do-res... Dá pra notar a diferença? People interested in forming con-su-mi-do-res ... Can you tell the difference? Cidadãos... E consumidores... Em ritmo de festa... Citizens ... And consumers ... At a party pace ...

Quando contei histórias para os contadores de histórias do Viva e Deixe Viver tive diante de mim um grupo de voluntários que tem um objetivo admirável: suplantar a dor, contando histórias. When I told stories to Viva and Let Viver storytellers, I had a group of volunteers before me who had an admirable goal: to overcome the pain by telling stories.

Enriquecer repertórios, contando histórias. Enriching repertoires by telling stories. Disseminar valores morais, contando histórias. Pois repare nas histórias que você ouvirá hoje e procure entender a motivação de quem as conta. So look at the stories you will hear today and try to understand the motivation of those who tell them.

Diferente dos pais e avós que, assim como os voluntários do Viva e Deixe Viver contaram histórias para sua alma, os vendedores dos novos tempos contam histórias para seu bolso. Unlike parents and grandparents who, like the volunteers at Viva and Let Viver, told stories to their souls, salespeople from the new times tell stories to their pockets.

A voz que conta a nossa história The voice that tells our story

Amiga no meu peito, as horas dormem Num compassar dolente e sossegado Seduz a minha alma uma voz de homem Que ao longe entoa triste um triste fado Seduz a minha alma uma voz de homem Que ao longe entoa triste um triste fado Como se aquela voz entristecida Contasse a nossa história a toda a gente Cada quadra parece ser escolhida Do amor que quer doer lentamente Cada quadra parece ser escolhida Do amor que quer doer lentamente E enquanto eu não reclamo a dor dos dias Em que me afundo a sós nesta memória O frio das noites frias e vazias Só cabe a voz que conta a nossa história O frio das noites frias e vazias Só cabe a voz que conta a nossa história O frio das noites frias e vazias Só cabe a voz que conta a nossa história Friend in my chest, the hours sleep In a painful and quiet pace Seduces my soul a man's voice That in the distance sings a sad fado Seduces my soul a man's voice That in the distance sings a sad fado As if that sad voice Tell our story to everyone Each block seems to be chosen From the love that wants to hurt slowly Each block seems to be chosen From the love that wants to hurt slowly And while I don't claim the pain of the days When I sink alone in this memory The cold of Cold and empty nights Only the voice that tells our story The cold of the cold and empty nights Only the voice that tells our story The cold of the cold and empty nights It is only the voice that tells our story

Ah... Ana Moura... Essa portuguesinha me dá arrepios.

Aqui você ouve Ana interpretando um daqueles fados arrasadores: A VOZ QUE CANTA NOSSA HISTÓRIA. Sabe o que é? Meu avô era português e eu cresci com esse som... não tem como não gostar... My grandfather was Portuguese and I grew up with that sound ... there's no way I don't like it ...

Um palestrante entrou num auditório para proferir uma palestra e, com surpresa, deu com o auditório vazio. A speaker entered an auditorium to deliver a lecture and, with surprise, found the auditorium empty.

Só havia um homem sentado na primeira fila. Desconcertado, o palestrante perguntou ao homem se devia ou não dar a palestra só para ele. O homem respondeu: - Sou um homem simples, não entendo dessas coisas. Mas se eu entrasse num galinheiro e encontrasse apenas uma galinha para alimentar, eu alimentaria essa única galinha. But if I went into a chicken coop and found only one chicken to feed, I would feed that one chicken.

O palestrante entendeu a mensagem e deu a palestra inteira, conforme havia preparado... Quando terminou, perguntou ao homem: - Então, gostou da palestra?

O homem respondeu: - Como lhe disse, sou um homem simples, não entendo dessas coisas. The man replied: - As I told you, I am a simple man, I do not understand these things. Mas se eu entrasse num galinheiro e só tivesse uma única galinha, eu não daria o saco de milho inteiro para ela. But if I went into a chicken coop and only had a single chicken, I wouldn't give her the whole bag of corn.

E meu amigo Klaus Peter Melken conta uma historinha... And my friend Klaus Peter Melken tells a story ...

Há uns 22 ou 23 anos vivi um episódio que se encaixa à perfeição a essa história dos palestrantes. Some 22 or 23 years ago I experienced an episode that perfectly fits this story of the speakers.

Um dia,um clube do qual eu era diretor organizou uma palestra do Prof. Euriclides de Jesus Zerbini numa 6ª feira às 20:00 hs. One day, a club of which I was director organized a lecture by Prof. Euriclides de Jesus Zerbini on a Friday at 8:00 pm.

Tema: Transplantes de coração, terapias e modos de prevenção de males cardíacos. Inscreveram-se umas 80 pessoas.

O prof. Zerbini viria de Brasília naquela noite, especialmente para cumprir aquele compromisso.

Estavam ausentes o Presidente e o 1º e 2º Diretores Sociais do clube e coube a mim, a tarefa de receber o ilustre visitante e apresentá-lo à platéia, que supunha-se superlotada.

Às 19:55 chegou o palestrante numa limusine com chofer.

Recebi-o e o acompanhei até uma saleta reservada, onde deu os últimos acertos na sua máquina de vídeo-show, montou um mega-coração de plástico e retirou de uma pasta os slides e a documentação nos quais basearia sua palestra. Dei uma olhada no salão nobre...: nada mais que umas poucas pessoas presentes.

O professor ofereceu esperar mais alguns minutos, para que os retardatários chegassem.

Às 20:30, Dr. Zerbini iniciou sua apresentação, fascinante sob todos os aspectos.

1 hora depois, tendo inclusive oferecido um tempo para responder perguntas, o professor encerrou sua palestra, agradecendo com uma atenciosa reverência e uma saudação em português e outra em alemão...! Estavam presentes à palestra 14 gatos pingados, comigo incluído.

Na despedida, abrindo-lhe a porta do carro, desculpei-me pela descortesia dos 66 otários que confirmaram presença, mas não apareceram.

Sabe qual sua resposta ao abraçar-me carinhosamente? Vieram os melhores...!

O craque

Muita grana pode ser o mel Todo o mundo apenas pro seu bel prazer Muita grana pode ser pinel Muita grana pode ser poder Muita grana pode ser papel e mais papel A lot of money can be honey Everyone just for your pleasure A lot of money can be a pinion A lot of money can be power A lot of money can be paper and more paper

Muita mídia pode resolver Muita mídia pode parecer que se é Deus Muita mídia pode ser o céu Muita mídia pode ser o breu Muita mídia pode ser você virar patê

O craque pode ser o tal na mídia ou nunca entrar na mídia e ser o tal E mesmo sendo genial também terá seu dia mau Não vá cobrar que seja bom em tempo total

Veja o craque como um ser normal Veja o craque apenas como tal Deixe o craque no gramado e o resto na geral

Você está ouvindo, no podcast, O craque de Celso Viáfora e Vicente Barreto, com o próprio Vicente Barreto.

E daí tem uma historinha que circula entre os palestrantes e que é uma delícia, quer ver...

O palestrante entra e encontra o auditório cheio.

Feliz da vida, começa sua palestra, entusiasmado, caprichando nos gestos, caras e bocas. Lá pelas tantas, repara que uma pessoa entra lá pelo fundo e cochicha alguma coisa baixinho para outra pessoa que estava sentada na última cadeira. A pessoa ouve, levanta-se e começa a sair. Mas antes de sair, repete o procedimento, cochichando no ouvido de outra pessoa que estava na cadeira ao lado. E assim vai, uma a uma, levantando e cochichando no ouvido de outra, que se levanta e sai. Até que finalmente resta uma só pessoa no auditório, ali na primeira fila, ouvindo o palestrante. Intrigado com o esvaziamento do auditório, o palestrante então dirige-se ao solitário espectador e pergunta:

- Desculpe-me, mas o que é que as pessoas disseram uma às outras?

E o homem responde: - Parou de chover.

Pois é... palestrar para outras pessoas é contar histórias.

É contando e ouvindo histórias que o homem se desenvolveu e por mais que o mundo evolua, por mais que a tecnologia nos assombre com novidades e por mais que criemos redes sociais e mídias, contar e ouvir histórias jamais deixará de ser nossa forma predileta de aprender...

Contando histórias transmitimos o saber.

Espalhamos o conhecimento. E no meu caso, servimos como um personal trainer para o cérebro, ajudando as pessoas a praticar seu fitness intelectual.

Quem sabe falar de histórias é o mestre Rubem Alves que um dia escreveu assim:

As histórias se formam da mesma maneira como se forma a pérola dentro de uma ostra.

Ostras felizes não fazem pérolas. É preciso que um grão de areia entre em sua carne mole. O grão de areia torna a ostra infeliz. Para livrar-se da dor do grão de areia a ostra pacientemente envolve o grão de areia com uma substância lisa, sem arestas e redonda. A pérola. E é assim também que nascem as histórias. Como as pérolas.

E Rubem continua: a palavra é o começo de tudo.

Com a palavra, o universo começou. Com a palavra, nós começamos. Somos poemas encarnados. We are poems incarnate. Somos as estórias que moram em nós. Se as palavras que moram em nós formarem estórias belas, seremos belos e bons...

E pra terminar o mestre dá uma porrada: só se deve falar quando a fala melhora o silêncio...

Então, você pode ter passado batido, mas eu vou repetir.

O credo do Contador de histórias. Preste atenção:

"Creio que a imaginação pode mais que o conhecimento. Que o mito pode mais que a história. Que os sonhos podem mais que os fatos. Que a esperança sempre vence a experiência. Que só o riso cura a tristeza.

Pé quente cabeça fria

Pé quente, cabeça fria, dou-lhe uma Pé quente, cabeça fria, dou-lhe duas Pé quente, cabeça fria, dou-lhe três Saia despreocupado Você pode conquistar o mundo dessa vez Pé quente, cabeça fria, dou-lhe uma Pé quente, cabeça fria, dou-lhe duas Pé quente, cabeça fria, dou-lhe três Saia despreocupado Faça tudo que você queria e nunca fez Pé quente, cabeça fria, numa boa Pé quente, cabeça fria, na maior Pé quente, cabeça fria, na total Saia despreocupado Mas cuidado porque existe o bem e o mal Pé quente, cabeça fria, numa boa Pé quente, cabeça fria, na maior Pé quente, cabeça fria, na total Saia despreocupado Mas se alguém se fizer de engraçado, meta o pau.

E é assim, ao som de PÉ QUENTE, CABEÇA FRIA, com Gil, Caetano, Gal e Bethânia nos Doces Bárbaros que este Café Brasil que falou de contadores de histórias, vai embora.

Na técnica, o grande historiador Lalá Moreira.

Na produção, a contadora de histórias Ciça Camargo. E eu, Luciano Pires, o inventor de histórias na apresentação e direção.

Estiveram conosco a Caboclada, Karla Sabah, Arthur Moreira Lima, Ana Moura, os Doces Bárbaros, Vicente Barreto... e o Silvio Santos!

Gostou?

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Para terminar, uma frase do escritor espanhol Max Aub:

"Há três categorias de homens: a) os que contam a sua história b) os que não a contam c) os que não a têm.