FESTA DA FIRMA | EMBRULHA PRA VIAGEM
Bom, pessoal, sejam bem vindos à mais uma aula.
E primeiramente eu gostaria de pedir desculpas
pelo meu longo período de ausência,
mas é que eu tive uma forte crise de COVID-19.
Minha décima quinta desde o surgimento do vírus
lá pelo início dos anos 2020.
Quando a ciência ainda travava uma batalha em laboratórios
pela busca de uma vacina.
E que levaria quatro anos
até uma curandeira de Governador Valadares
descobrisse que ele poderia ser facilmente combatido
por um chá composto por cúrcuma,
casca de cacau, leite Ninho e farelo de Doritos.
Na aula de hoje,
nós vamos falar sobre as confraternizações corporativas,
popularmente conhecidas por festa da firma.
Essas festas ocorriam frequentemente até o início do século XXI,
no período pré pandêmico.
Aquele período em que a sociedade se expunha bastante fora de casa
não apenas para ir aos supermercados, farmácia,
e outros serviços essenciais,
mas como também para esbanjar inveja, falsidade e puxa-saquismo
em um evento profissional ao término do ano letivo.
Para essa aula, nós vamos voltar um pouco
em alguns distintos termos e rituais de nossos antepassados
que nós já visitamos na apostila passada,
como o escritório e o happy hour.
A festa da firma era praticamente uma comemoração
do último happy hour do ano.
Claro de que com o advento de que quem não estivesse presente
certamente ficaria mal-falado perante seus superiores.
No intuito de garantir a presença de todos os funcionários
dos mais variados setores da empresa,
foi criado o recurso do amigo secreto.
O ritual poderia ser muito mais simples e menos vexatório
se as pessoas pudessem trocar os seus presentes.
Mas não!
Era necessário que as pessoas
se expusessem em meio aos demais.
Já que no momento do anúncio do seu "amigo" secreto
o funcionário precisava adjetivar
e informalmente citar as principais características
das quais ele era jocosamente conhecido
no ambiente de trabalho.
Bom, acho que eu já posso adiantar
que o ritual do amigo secreto era uma tragédia anunciada.
O ritual era ainda mais dolorido
para aqueles que tinham a infelicidade
de sortear seus chefes e superiores.
Na maioria das vezes,
o ímpeto de presenteá-los com uma prenda barata
de baixo investimento financeiro
no intuito de aproveitar o momento
de protestar contra os baixos salários oferecidos pela empresa
era substituído por uma ambição
de surpreender seu superior
com uma prenda que se destacasse perante às dos demais
numa tentativa de galgar uma possível promoção no ano seguinte.
Estratégia essa que quase nunca funcionava.
Mas sem dúvidas, o momento mais crítico
pra saúde sanitária dos funcionários da empresa
era a troca de presentes.
Ao ser ovacionado e aplaudido após seu nome ser anunciado,
o funcionário anunciado dirigia-se até o presente
entregue pelo colega, que minutos antes,
havia repetido o mesmo gesto com outro colega,
tornando essa atividade um ciclo
que aos poucos envolveria a todos.
Colegas de trabalho presenteando-se,
abraçando-se, esfregando-se, beijando-se, e lambendo-se
sem a menor assepsia.
Bom, pessoal. Por hoje é só.
E na próxima aula nós vamos falar
sobre a criação em cativeiro de vírus e bactérias
espalhados pelas bandejas de coffee breaks
promovidos em eventos coorporativos.
Lavem bem as mãos e até a próxima aula.