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Embrulha Pra Viagem, MERITOCRACIA | EMBRULHA PRA VIAGEM

MERITOCRACIA | EMBRULHA PRA VIAGEM

Luiz Henrique Ferraz Forte Neto.

Quarenta e dois anos, não é?

Nome forte, nome de peso.

Obrigado.

Mas meu currículo não se fez pelo meu nome de peso, né?

Mas sim por muito trabalho.

Desculpe, deve ter algum erro aqui no campo profissional.

Só tem uma linha. Tá escrito presidente...

Presidente do Grupo Siderúrgico Ferrazforte, é isso mesmo.

Claro.

Grupo Ferrazforte. O senhor é fundador do grupo.

Luiz Henrique Ferraz Forte.

-Neto. -Oi?

Neto. Ferraz Forte Neto.

Então foi seu avô que construiu o grupo.

É, foi ele que construiu. Mas eu que tripliquei o capital

desde que assumi a presidência aos 21 anos de idade.

O senhor assumiu cedo, hein?

Eu nunca tive preguiça de trabalhar. Pro senhor ter uma ideia,

aos 10 anos, eu consegui meus primeiros 100 mil dólares

vendendo brigadeiro, veja só.

Cem mil dólares? Vendendo brigadeiro nas ruas?

Nas ruas não. Nas festas da minha família mesmo.

Pro senhor ter ideia da minha perseverança,

da minha força de vontade,

em um único dia, eu consegui vender cem brigadeiros pro meu avô

a mil dólares cada.

Eu nunca tive medo de realizar manobras audaciosas na minha vida.

Mesmo em um período de infância difícil.

Em uma época que eu...

Desculpa.

Em uma época que eu não comia nada o dia inteiro.

O senhor passou fome?

Eu tinha uma ausência de apetite muito grande.

Me lembro como se fosse hoje.

A gente na Disney e minha mãe falando "Come, filho. Come."

E eu só queria brincar.

Mas eu consegui transformar esse problema

em trabalho, em dinheiro.

Principalmente quando meu pai me ofereceu 50 dólares

por cada item que eu comesse.

Pra você ter uma ideia,

no mesmo dia cheguei a comer cinco danoninhos,

catorze Yakults, uma Nhá Benta.

Tudo pra ganhar um pouquinho mais de dinheiro.

O senhor é um exemplo de luta.

Na verdade, nunca foi me dado peixe como dizem por aí.

Eu tive que aprender a pescar.

Aí aos 18 anos saí de casa pra ganhar a vida.

Cheguei a trabalhar muitos anos em Nova York

como motorista.

Vinte e quatro horas por dia, tudo pra concluir meus estudos.

O senhor trabalhava 24h por dia e ainda estudava?

Na verdade, eu tive um pouco de sorte.

Minha avó não me requisitava muito à noite.

Eu levava mais ela ao shopping de tarde.

Uma ou outra vez ao médico.

Foi quando eu fiz meu primeiro milhão.

Que história de luta.

Aí foi uma fusão atrás da outra

que levou o Gupo Ferrazforte a triplicar o seu capital.

Lembro que no ano que eu assumi,

eu vendi 50% do ativo da empresa pro grupo Lauren Corporation.

O grupo Lauren dos perfumes?

Não, Lauren é o sobrenome da minha vó por parte de mãe.

Henriquetta Lauren.

-Ótima fusão. -Foi ótima.

Nós aliamos ali um forte trabalho com um golpe de sorte também,

porque a minha vó me tirou de amigo secreto no Natal.

Daí ela me deu de presente a compra de 50% das ações

sem renegociar.

Por que o senhor quer sair da empresa em que é presidente

pra vir pra nossa empresa?

Incompatibilidade ideológica com o meu avô.

-Pra mim, acabou. Não dá mais. -Como assim?

O cara vai fazer 85 anos e quer se aposentar!

Eu falei, "Vô, os tempos são outros."

Mas não. Ele quer deixar a bucha toda na nossa mão.

Sabendo que papai tá com a cabeça no rally que vai fazer na Índia.

Eu com a expedição da minha vida, vou dar a volta no mundo em um balão.

Tive que jogar na cara do velho.

Falei, "Vovô, eu tripliquei a merda do capital dessa empresa.

O senhor vai ter que andar sozinho pelas suas próprias pernas."

E aqui na nossa empresa, qual cargo você tá pleiteando?

Como assim, qual cargo? Presidência da empresa, né?

Eu tenho certeza que com três ou quatro manobras,

eu consigo triplicar o capital da sua empresa também.

Como o senhor faria isso?

Com uns dois ou três telefonemas.

Se eu realmente assumir o cargo, senhor só precisa me arrumar

o telefone do pai, da avó e do padrinho do dono da corporação

que eu já resolvo o assunto.

Saí de casa pra ganhar a vida, né?

E consegui... Esqueci.

Aí aos 18 anos,

eu já queria lembrar o texto, mas eu nunca lembrava.


MERITOCRACIA | EMBRULHA PRA VIAGEM

Luiz Henrique Ferraz Forte Neto.

Quarenta e dois anos, não é?

Nome forte, nome de peso.

Obrigado.

Mas meu currículo não se fez pelo meu nome de peso, né?

Mas sim por muito trabalho.

Desculpe, deve ter algum erro aqui no campo profissional.

Só tem uma linha. Tá escrito presidente...

Presidente do Grupo Siderúrgico Ferrazforte, é isso mesmo.

Claro.

Grupo Ferrazforte. O senhor é fundador do grupo.

Luiz Henrique Ferraz Forte.

-Neto. -Oi?

Neto. Ferraz Forte Neto.

Então foi seu avô que construiu o grupo.

É, foi ele que construiu. Mas eu que tripliquei o capital

desde que assumi a presidência aos 21 anos de idade.

O senhor assumiu cedo, hein?

Eu nunca tive preguiça de trabalhar. Pro senhor ter uma ideia,

aos 10 anos, eu consegui meus primeiros 100 mil dólares

vendendo brigadeiro, veja só.

Cem mil dólares? Vendendo brigadeiro nas ruas?

Nas ruas não. Nas festas da minha família mesmo.

Pro senhor ter ideia da minha perseverança,

da minha força de vontade,

em um único dia, eu consegui vender cem brigadeiros pro meu avô

a mil dólares cada.

Eu nunca tive medo de realizar manobras audaciosas na minha vida.

Mesmo em um período de infância difícil.

Em uma época que eu...

Desculpa.

Em uma época que eu não comia nada o dia inteiro.

O senhor passou fome?

Eu tinha uma ausência de apetite muito grande.

Me lembro como se fosse hoje.

A gente na Disney e minha mãe falando "Come, filho. Come."

E eu só queria brincar.

Mas eu consegui transformar esse problema

em trabalho, em dinheiro.

Principalmente quando meu pai me ofereceu 50 dólares

por cada item que eu comesse.

Pra você ter uma ideia,

no mesmo dia cheguei a comer cinco danoninhos,

catorze Yakults, uma Nhá Benta.

Tudo pra ganhar um pouquinho mais de dinheiro.

O senhor é um exemplo de luta.

Na verdade, nunca foi me dado peixe como dizem por aí.

Eu tive que aprender a pescar.

Aí aos 18 anos saí de casa pra ganhar a vida.

Cheguei a trabalhar muitos anos em Nova York

como motorista.

Vinte e quatro horas por dia, tudo pra concluir meus estudos.

O senhor trabalhava 24h por dia e ainda estudava?

Na verdade, eu tive um pouco de sorte.

Minha avó não me requisitava muito à noite.

Eu levava mais ela ao shopping de tarde.

Uma ou outra vez ao médico.

Foi quando eu fiz meu primeiro milhão.

Que história de luta.

Aí foi uma fusão atrás da outra

que levou o Gupo Ferrazforte a triplicar o seu capital.

Lembro que no ano que eu assumi,

eu vendi 50% do ativo da empresa pro grupo Lauren Corporation.

O grupo Lauren dos perfumes?

Não, Lauren é o sobrenome da minha vó por parte de mãe.

Henriquetta Lauren.

-Ótima fusão. -Foi ótima.

Nós aliamos ali um forte trabalho com um golpe de sorte também,

porque a minha vó me tirou de amigo secreto no Natal.

Daí ela me deu de presente a compra de 50% das ações

sem renegociar.

Por que o senhor quer sair da empresa em que é presidente

pra vir pra nossa empresa?

Incompatibilidade ideológica com o meu avô.

-Pra mim, acabou. Não dá mais. -Como assim?

O cara vai fazer 85 anos e quer se aposentar!

Eu falei, "Vô, os tempos são outros."

Mas não. Ele quer deixar a bucha toda na nossa mão.

Sabendo que papai tá com a cabeça no rally que vai fazer na Índia.

Eu com a expedição da minha vida, vou dar a volta no mundo em um balão.

Tive que jogar na cara do velho.

Falei, "Vovô, eu tripliquei a merda do capital dessa empresa.

O senhor vai ter que andar sozinho pelas suas próprias pernas."

E aqui na nossa empresa, qual cargo você tá pleiteando?

Como assim, qual cargo? Presidência da empresa, né?

Eu tenho certeza que com três ou quatro manobras,

eu consigo triplicar o capital da sua empresa também.

Como o senhor faria isso?

Com uns dois ou três telefonemas.

Se eu realmente assumir o cargo, senhor só precisa me arrumar

o telefone do pai, da avó e do padrinho do dono da corporação

que eu já resolvo o assunto.

Saí de casa pra ganhar a vida, né?

E consegui... Esqueci.

Aí aos 18 anos,

eu já queria lembrar o texto, mas eu nunca lembrava.