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Embrulha Pra Viagem, PÃO CASEIRO NA QUARENTENA | EMBRULHA PRA VIAGEM

PÃO CASEIRO NA QUARENTENA | EMBRULHA PRA VIAGEM

Nas primeiras semanas de quarentena,

eu tava completamente perdido.

Eu nunca passei muito tempo em casa,

tava sempre na rua, trabalhando.

Aí eu comecei a ficar inquieto, ansioso.

Aí a Jéssica falou pra eu arrumar alguma coisa pra fazer.

Pra ocupar um pouco a cabeça, né?

Foi aí que eu comecei a fazer pão.

Eu comecei fazendo pãozinho de queijo.

Aí eu fui pro pão de batata, broa,

aí eu fiz pão francês, pãozinho sovado,

fiz pão de forma.

Teve um dia que eu até fiz uma baguete!

Aí, quando eu menos percebi,

essa já era a minha nova rotina.

A Jéssica tava adorando.

Eu tava muito mais calmo

e ela com muito mais opção do que comer.

Aí eu comecei a me dedicar, mesmo.

Eu pesquisei receitas do mundo todo.

Eu fiz pão australiano, croissant, pão sírio.

Até o dia que eu fiz o Amauri.

Era uma quinta-feira à tarde.

Ele nasceu com um quilo e duzentos.

Um parto de fermentação natural.

Por conta de um erro no cálculo da gestação,

ele nasceu prematuro.

Logo que eu segurei ele no colo, eu...

Eu percebi que ele era um pão especial.

Eu sei que isso aqui que a gente tá criando

não vai durar pra sempre, né?

Um dia tudo isso vai acabar.

A gente vai voltar a ir pra rua,

o Amauri vai conhecer o mundo.

Se Deus quiser, vai trabalhar com fondue.

Mas sempre que ele quiser voltar pra casa,

ele vai ter meu colo.

A gente criou uma parceira muito legal.

Toda manhã a gente medita,

ele conversa comigo.

Pergunta da tia Fogazza, da vó Ciabatta.

Eu já não sei o que seria da minha vida sem ele.

Acho que eu já teria pirado, sabe?

Ficado maluco trancado em casa todos esses meses aí.

Que nem a Jéssica.

Ela...

Ela foi embora, a gente se separou.

Ela disse que eu tava exagerando

no dia que eu levei o Amauri pra dormir com a gente na cama.

Vocês acreditam?!


PÃO CASEIRO NA QUARENTENA | EMBRULHA PRA VIAGEM

Nas primeiras semanas de quarentena,

eu tava completamente perdido.

Eu nunca passei muito tempo em casa,

tava sempre na rua, trabalhando.

Aí eu comecei a ficar inquieto, ansioso.

Aí a Jéssica falou pra eu arrumar alguma coisa pra fazer.

Pra ocupar um pouco a cabeça, né?

Foi aí que eu comecei a fazer pão.

Eu comecei fazendo pãozinho de queijo.

Aí eu fui pro pão de batata, broa,

aí eu fiz pão francês, pãozinho sovado,

fiz pão de forma.

Teve um dia que eu até fiz uma baguete!

Aí, quando eu menos percebi,

essa já era a minha nova rotina.

A Jéssica tava adorando.

Eu tava muito mais calmo

e ela com muito mais opção do que comer.

Aí eu comecei a me dedicar, mesmo.

Eu pesquisei receitas do mundo todo.

Eu fiz pão australiano, croissant, pão sírio.

Até o dia que eu fiz o Amauri.

Era uma quinta-feira à tarde.

Ele nasceu com um quilo e duzentos.

Um parto de fermentação natural.

Por conta de um erro no cálculo da gestação,

ele nasceu prematuro.

Logo que eu segurei ele no colo, eu...

Eu percebi que ele era um pão especial.

Eu sei que isso aqui que a gente tá criando

não vai durar pra sempre, né?

Um dia tudo isso vai acabar.

A gente vai voltar a ir pra rua,

o Amauri vai conhecer o mundo.

Se Deus quiser, vai trabalhar com fondue.

Mas sempre que ele quiser voltar pra casa,

ele vai ter meu colo.

A gente criou uma parceira muito legal.

Toda manhã a gente medita,

ele conversa comigo.

Pergunta da tia Fogazza, da vó Ciabatta.

Eu já não sei o que seria da minha vida sem ele.

Acho que eu já teria pirado, sabe?

Ficado maluco trancado em casa todos esses meses aí.

Que nem a Jéssica.

Ela...

Ela foi embora, a gente se separou.

Ela disse que eu tava exagerando

no dia que eu levei o Amauri pra dormir com a gente na cama.

Vocês acreditam?!