Se eu fosse tua patroa - Dona Moça, Episódio 9
Lia
Tá aqui, ó.
O contrato do Fernando.
Ah, tá filmando.
Olá, tudo bem?
Como é que foi a entrevista?
Que entrevista?
Ah, do Fernando.
Normal, como uma entrevista de emprego deve ser.
O que ele disse? O que você disse pra ele?
Eu expliquei as funções da vaga, o que ele teria que fazer. Isso.
Ele comentou alguma coisa sobre trabalhar para mim?
Acredita que ele não sabia que a DM era nossa?
Mas eu fiz questão de deixar bem claro.
Ah, é? E o que ele falou?
Sei lá, Lia. Foi uma entrevista de emprego. Não foi um interrogatório.
Eu sei, mas ele não disse assim, nada demais? Me fala.
Credo, calma!
Se você queria tanto saber
por quê não foi você quem fez a entrevista?
Não é pra tanto também. Eu tô calma.
Eu tô querendo saber porque a partir de agora
o Fernando é um funcionário da DM.
Eu tô interessada no emprego. Só isso.
Eu acho bom mesmo que ele esteja somente interessado na empresa.
Sou eu, a Fifi.
Pode ser honesta comigo.
Por que você contratou o Fernando?
Você lembra do Fernando.
Você sabe que ele é egoísta e sem escrúpulos.
Ele gosta de dinheiro.
Aliás, ele gosta de gastar dinheiro. O dele e o dos outros.
Eu nunca imaginei que ele fosse mandar currículo pra essa vaga, sabe?
Eu nunca imaginei que ele ia se sujeitar a trabalhar.
E agora eu quero saber o porquê dessa mudança repentina, querer trabalhar. Ainda mais pra mim
Isso aí foi por causa da Madê.
Ele me falou. Ele quer ser mais digno dela.
E eu quero que ele se sinta exatamente como eu me senti.
Eu quero fazer com ele exatamente o que ele fez comigo.
Eu quero que ele se sinta humilhado.
Eu vou usá-lo exatamente como ele me usou.
Lia, isso faz tanto tempo.
Esquece isso. Eu tenho certeza que ele já esqueceu.
Vai ser melhor pra vocês.
Eu não consigo.
Eu não consigo esquecer nada que tenha a ver com o Fernando.
Eu não quero esquecer.
Eu quero que ele veja
exatamente quem eu me tornei,
até onde cheguei e que eu nunca mais vou precisar nem dele e nem ninguém ninguém pra nada.
Tá bom.
Só toma cuidado, tá?
A vingança nunca é plena. Mata a alma e a envenena.
Como dizia o grande poeta.