As Praças - Edição de 24 de dezembro 2012 - Praça do Toural, Guimarães - 04
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Jornalista:
E este é um lugar onde as pessoas vêm deliberadamente encontrar-se ou onde se cruzam apenas porque se trata de um ponto de passagem; no dia-a-dia, as pessoas param aqui a conversar?
Arquiteta:
Sim, param a conversar, a namorar, penso que é muitas vezes o local de encontro, o Toural onde as pessoas se encontram, e dali partem para… tenho essa certeza… de que o Toural… ganhou uma centralidade relativamente por exemplo ao centro histórico, esta requalificação permitiu que a praça adquirisse essas qualidades, e eu tenho a certeza absoluta que muitos acontecimentos performativos, por exemplo agora informais, aconteceram no Toural.
E dantes era impossível, a praça pela volumetria não o permitia e por que de facto ela ganhou novos significados, é o lugar da celebração e do encontro.
Jornalista:
Eu reparei que quando vim ao vosso encontro que vinham também ao encontro uma da outra, podiam-se ter encontrado lá na… no Largo da Misericórdia, mas encontraram-se aqui, marcaram encontro aqui, foi?
Arquiteta:
Foi, na verdade foi circunstancial, como não estou em Guimarães muitas vezes ao fim de semana, gosto também de perceber como é que a praça vai funcionando, eu não me consigo libertar de tentar perceber como é que a praça funciona, como é que é usada, e é-me bastante interessante, quando por alguma razão estou cá aos fins-de-semana, de estar aqui um pouco, permanecer cá, algum tempo, para observar como é que a praça está a reagir à cidade e a cidade está a reagir à praça, daí ter combinado com a Isabel em vez de nos encontrarmos para já dentro de um café, apesar do tempo difícil que hoje está, mas de nos encontrarmos aqui no meio da praça toda, enfim, para tomar o pulso à situação.