Estrutura do Artigo Científico
[vinheta ♫♫♫]
Olá pessoal! O objetivo da nossa sala de hoje é apresentar a escrita científica e mais, particularmente, o texto acadêmico.
A escrita científica, ela tem uma dificuldade, uma complexidade, então, é importante
nós seguirmos algumas etapas para o estudo e para, efetivamente, escrever.
Uma das primeiras atividades que nós precisamos é ler. Ler o texto acadêmico,
compreender a sua constituição, e, por isso, hoje o objetivo da nossa aula é compreender a estrutura
do texto acadêmico, as suas partes as suas etapas. Este material da aula de hoje, ele é de uma certa maneira,
uma simplificação de vários manuais que vocês podem encontrar, e eu tentei, então, buscar o básico,
aquilo que a maioria dos manuais dizem para reconhecer o texto acadêmico. É claro que cada área
vai ter uma especificidade sua, de escrita. Essa especificidade de leitura, eu já digo de início, vocês
vão adquirir com o tempo. É claro que um artigo na área de Medicina vai ter uma escrita diferente
da Administração. No entanto, alguns aspectos gerais são importantes que auxiliam vocês a pensar,
a refletir, a reconhecer o texto acadêmico. Bom, qual é o objetivo de um artigo?
O objetivo do artigo, um pesquisador depois de um tempo de coleta, de estudo, ele tem que relatar esse estudo.
Ele vai descrever, ele vai expor seus resultados, ele vai argumentar em prol da sua interpretação
e da compreensão de um fenômeno: físico, social, de alguma natureza. Então os pesquisadores, eles devem
relatar para a sociedade as suas descobertas e a maneira que eles encontram de relatar isso, é o artigo científico,
que é um texto, um tipo de texto, um gênero de texto, que é utilizado em todas as áreas do conhecimento.
Bom, então, vamos entrar aqui, agora, nessa primeira aproximação que a gente vai ter ao texto científico,
que é a sua estruturação, como ele é constituído. Aqui, nesse slide, que é bem importante,
vocês vão verificar uma estrutura de dupla pirâmide. Essa dupla pirâmide, vocês têm que mentalizar
e ter isso como básico, em qualquer observação do estudo do texto científico.
Então, todo texto científico, ele vai ser organizado de uma escrita mais geral do problema,
mais ampla, situando o problema de pesquisa no mundo ou no Brasil, ou no Rio Grande do Sul,
e depois especificando, afunilando essa pirâmide e trazendo dados mais específicos desse problema de pesquisa,
dentro de um foco, dentro de um nicho. Como está esse problema na minha cidade?
Como está esse problema dentro do fenômeno que eu vou analisar? E depois, a gente abre a pirâmide de novo,
e vai para as conclusões, que é de novo, observar este problema de pesquisa, dentro do mundo.
A pesquisa, ela nunca surge do nada. Ela sempre está vinculada a outros artigos, a outros textos.
E, por isso, que a estruturação do texto científico, tem essa ideia da dupla pirâmide. Nesse aspecto geral,
o artigo, a minha pesquisa, a minha pergunta, ela conversa com outras pesquisas que me antecederam.
É o que nós chamamos de introdução. E dentro da introdução, eu seleciono esse meu problema de pesquisa.
Depois, eu tenho os materiais e métodos, que é exatamente como eu vou operacionalizar a minha pesquisa.
Resultados, discussão e conclusão. Então, esse movimento da dupla pirâmide, que depois eu vou explicar um pouquinho melhor,
ele faz esse jogo, entre aquilo que eu quero investigar, que é algo específico dentro da área, e algo de forma geral.
Um dos primeiros exercícios que vocês devem fazer, que eu vou recomendar no fim, novamente,
é que vocês leiam 4 ou 5 artigos dentro da mesma área, para verificar o que está se estudando, ultimamente, no curso de vocês.
Quais são os tópicos? Quais são os problemas de pesquisa? Dentro dessa nuvem geral,
dentro desse conjunto geral, vocês vão extrair alguma coisa que interessa pra vocês,
e é esse movimento que eu estou chamando de dupla pirâmide, e que é importante que vocês compreendam,
por que esse slide está desenhado dessa maneira.
Ele tem esse movimento, e em função das etapas de escrita, como os parágrafos são organizados, como as etapas do texto acadêmico são organizadas.
É importante, então, que vocês compreendam bem o que eu quero dizer, com essa ideia de uma dupla pirâmide.
O que está acontecendo nessa estruturação do parágrafo, do texto em que ele vai, paulatinamente,
aproximando-se do problema de pesquisa de vocês.
Bem, aqui nesse quadro 1, vocês vão encontrar o que cada uma das etapas principais do artigo contém, e isso lembrando de novo,
é algo geral, né? Que pode servir para vários artigos, de várias áreas. O resumo, que a última coisa que o autor vai escrever,
ele vai indicar...ele é como o nome está dizendo: ele vai resumir todo o artigo científico,
as principais descobertas, o principal objetivo. A introdução, é o que o autor pesquisou, por que ele pesquisou?
Quantos artigos ele leu para chegar no seu problema de pesquisa? Por que esse problema de pesquisa,
ele é importante para 2017, para 2018, para 2019? Então é por quê? Por que isso ainda é um problema?
Por que ainda não foi resolvido pela ciência? É importante que o pesquisador se dê conta
que ele deve contribuir com o seu artigo. Não adianta ele ficar repetindo, somente o que outros artigos disseram.
Então, a introdução é esse leque, é esse panorama, de ideias, de pesquisas que já foram feitas,
e é uma etapa que o pesquisador tem que ter muita paciência. Ele tem que ir lá, investigar o que foi feito
nos últimos 5 ou 10 anos, ou 15 anos, dependendo da área, né? Na minha área de letras,
a gente estuda autores de 10, 20, 30, 100 anos atrás. Na área de vocês, talvez o que seja o recente,
o que seja mais importante, ou os últimos 10, 15 anos? Então, isso é uma coisa que vocês têm que analisar,
esse conjunto de pesquisas. Em seguida, nós temos o "Materiais e Métodos", que o pesquisador vai
dizer como ele fez a pesquisa. Que materiais ele coletou, como ele observou essa realidade,
e a metodologia, ela é muito importante e cada área tem a sua metodologia específica,
e é importante que vocês leiam a metodologia, informem-se sobre o que é a metodologia dentro do curso de vocês.
Os resultados, então, vão trazer o que foi efetivamente encontrado a partir da pergunta de pesquisa,
a partir da aplicação da metodologia e existem várias formas de apresentar os resultados.
Por tabelas, por gráficos, pelo texto escrito, mas é importante que a gente faça uma distinção...
.... entre resultados e conclusão, que muitas vezes os alunos confundem. Resultado é resultado, e conclusão é conclusão.
O resultado é aquilo que eu observo a partir da minha pesquisa empírica, dos meus dados.
Eu vou analisar 10 alunos, sobre 10 alunos que eu vou escrever o resultado. Eu vou analisar 10
empresas, é sobre as 10 empresas. Eu vou analisar 10 hectares de plantação de arroz, 10 hectares.
Então, esse é o resultado, a partir daqueles dados materiais e concretos que eu tenho.
A discussão, muitas vezes, que é a próxima etapa, muitas vezes não está separada dos resultados, mas é quando o pesquisador vai
interpretar esses resultados, em relação ao quê? Em relação a todas as leituras que ele fez lá na introdução,
se aqueles dados comprovam ou não os seus resultados. E a conclusão, de novo, abre a pirâmide mais um pouco,
eu relaciono todos esses dados, essa discussão com um contexto maior, com uma questão
maior da própria área. Também é bem importante que, na leitura dos artigos, vocês já comecem a perceber
qual é a diferença entre resultados e conclusão de uma pesquisa.
Bom, vamos então falar um pouquinho do resumo, né?
No outro vídeo, já falei pra vocês do resumo, é só pra retomar. Então, o resumo ele situa toda a pesquisa e ele é constituído de 3 a 5 palavras-chaves,
de 10 a 15 linhas, mais ou menos, depende da revista que vocês vão escrever e ele vai sintetizar o conteúdo do artigo científico.
Para maiores detalhes sobre o resumo, eu remeto vocês para o outro vídeo que eu fiz sobre o resumo,
e ele é bem importante, porque ele dá o tom do texto.
Quando vocês estão pesquisando, na leitura, artigos que vocês querem para uma pesquisa, leiam o resumo.
Resumo, então, ele é um mini texto. Não há necessidade de ler todo o artigo, neste momento da pesquisa.
Vamos agora para a introdução do artigo científico, que é uma parte muito importante que nós vamos valorizar, agora esse momento,
e é importante as funções da introdução. Uma introdução bem escrita, ela ganha o texto.
O objetivo da introdução, então, é contextualizar o trabalho em relação à literatura, que quer dizer literatura?
Literatura não é como a gente entende no colégio. Literatura, a gente pode ter a literatura médica.
A literatura Administrativa. A literatura da Letras. A literatura é o conjunto de textos da mesma área,
e assunto que me interessa. Então, a introdução vai situar a minha pesquisa, em meio a outras pesquisas.
Além disso, a introdução ela tem 8 estágios. Dentro desses 8 estágios, alguns são mais importantes do que outros,
que ali no slide eu marquei em azul, os mais importantes e em preto estão aqueles que podem aparecer,
dependendo do artigo ou não. Têm artigos, gente, que a introdução é 4, 5 páginas,
e tem artigos que a introdução é 1 página. E então, vocês têm que ver que cada pessoa,
cada pesquisador, vai escrever a introdução de uma maneira. E as 4 primeiras, são as mais importantes
e mesmo assim, alguns artigos não apresentam nem estas 4. E aí é uma questão de depois,
em um outro momento, a gente discutir em sala de aula, o que é uma boa introdução.
Isso é uma outra questão, que a gente pode desenvolver em outro momento. Quais são esses 8 estágios?
Essa contextualização geral, de por que escrever. Quais são os autores, a revisão bibliográfica,
que é propriamente um resumo das ideias de outros autores, que me antecederam. 2015, 2014, 2011 e 2010.
A indicação da lacuna, que é bem importante. Enfim, todos esses 5, 6, 7 autores que eu cito,
o que eles não pesquisaram? O que eu posso pesquisar? O que eu vou pesquisar neste artigo?
Depois, é o objetivo, propósito deste estudo, deste artigo que vocês estão escrevendo. Metodologias, Resultados,
Justificativa de....por que a minha pesquisa é importante, e a estrutura do trabalho ou outline, que eu vou
apresentando, que eu vou fazer na sequência. Vejam a importância da introdução e como ela deve ser bem escrita no artigo acadêmico.
O que é exatamente, então a contextualização? A gente começa com afirmações,
com frases trazendo o óbvio da área. Administração é.... hoje nós temos tal problema na sociedade, que
a Administração pode resolver. Hoje temos tal problema na Medicina, que a área tal pode resolver.
Depois, a gente vai afunilar e trazer algumas coisas mais específicas da administração,
a gente parte para a Administração Financeira. Administração Financeira é a área dentro da Administração,
que vai tratar de tais problemas. E depois, eu entro no tópico, que é analisar, por exemplo, o lucro
dentro de empresas X. Vejam um movimento da pirâmide. Então, passo a passo, o leitor vai sendo guiado,
de um aspecto mais geral, de uma contextualização mais geral, que eu estou chamando de universo, galáxia,
e estrela. Esse é o movimento da introdução. Então, a gente parte da grande área dos aspectos gerais
que aquela área vai trazer, a Administração como um todo, a sub-área, a Administração Financeira e o tópico:
o lucro na empresa X, ou nas empresas X. Esse é o movimento da escrita da introdução, que vai
situar o problema e ao mesmo tempo vai escolher um tópico de pesquisa.
A revisão bibliográfica seria, então, ainda dentro da introdução, ela tem 3 objetivos: dar continuidade ao processo de fornecer
um background, de fornecer uma contextualização ao leitor.
Garantir que o leitor, que o autor, que os leitores, estejam familiarizados com as pesquisas relevantes, que já foi estudado antes, né?
Mostrar para o eleitor: Olha! Eu estou lendo, estou sabendo o que está acontecendo no mundo.
Minha pesquisa, ela não é inocente, ela não é ingênua. E estabelecer, esse é o mais importante, um elo entre o presente trabalho
e os trabalhos anteriores, ou a minha linha de pesquisa. Todas as pesquisas, elas surgem, elas estão
vinculadas às disciplinas, elas estão vinculadas às linhas de pesquisa, às linhas de trabalho.
E é importante, então, esse vínculo. A revisão bibliográfica, vamos ver sua estrutura retórica.
Que quer dizer esse nome estranho: retórica? Retórica é uma estrutura de argumentação,
é uma estrutura de convencimento, é uma estrutura que ajuda o leitor a se convencer, de que eu fiz um bom trabalho.
Esse é o nome, retórica. Até vocês podem pesquisar depois, com mais calma, no dicionário, o que quer dizer retórica.
Mas é essa estrutura, de argumentação, basicamente. Nós temos 4 etapas:
Estabelecer o interesse profissional no tópico. Essa seria a primeira etapa. É: porque você, meu colega, deve ler o texto?
Fazer generalizações sobre tópico, trazer coisas que todo mundo já conhece, citar pesquisas prévias
e contra-argumentar pesquisas prévias. Esse item é importante, porque muitas vezes, a gente
contesta outros resultados. Ou a gente pondera outros resultados, ou a gente relativiza outros resultados,
para que o nosso resultado, para que a nossa pesquisa traga uma maior relevância.
E então, a revisão bibliográfica, é esse grande jogo de vozes, em que os autores vão ser trazidos à luz
da minha pesquisa. Então, esse contra-argumentar, vocês não podem entender como destruir, e sim
relativizar, muitas vezes, outras pesquisas e recontextualizálas na atual circunstância.
Trazer a sua importância para a atual pesquisa, não é contra-argumentar, no sentido de detonar.
Contra-argumentar no sentido de mostrar a importância, a relação dessa pesquisa com a pesquisa atual.
Claro, que algumas vezes, a gente diminui um pouco o valor dessa pesquisa, mas não é o objetivo, desqualificar.
Na introdução, ainda uma parte importante é a lacuna. O que vem a ser a lacuna? Lacuna, então, é um tópico não investigado ou esclarecido.
Bom, depois de toda aquela revisão, eu vou dizer: o que eu não investiguei, o que os outros pesquisadores não investigaram.
E aí eu vou formar a minha pergunta de pesquisa. E geralmente é curta.
Têm 3 possibilidades de escrever essa lacuna, né? Uma das primeiras é a ideia da ignorância.
Todos os pesquisadores que eu revisei na literatura, eles ignoraram um aspecto da realidade.
Eles têm um problema não resolvido. Eu vou lá e apresento esse problema. A segunda maneira é uma controvérsia,
que é muito comum na minha área, nas Letras, nas Ciências Políticas, nas Ciências Humanas em geral.
É trazer um desentendimento teórico ou metodológico. Um autor entendeu dessa maneira, eu entendo de outro.
Então, tem a ver com uma controvérsia, com uma divergência mesmo, né?
Pode parecer estranho para vocês, vocês vão ler alguns artigos que têm essa ideia da controvérsia.
A terceira maneira é uma nova questão, é algo que realmente não foi investigado por outros pesquisadores e eu vou trazer uma novidade.
Essas 3 maneiras de escrever lacuna, qual é a mais frequente nos artigos que vocês vão ler, também é uma coisa importante vocês observarem.
Qual dessas 3 maneiras de apresentar a novidade científica, o autor traz?
A ignorância, controvérsia ou a novidade? Isso é importante verificar, como isso é escrito na área de vocês nos textos que interessam a vocês, a leitura.
Um exemplo de indicação bibliográfica é: No entanto, existe pouca informação
disponível, sobre como escrever uma tese ou artigo em português. Logo, a minha tese é sobre isso.
Então, a gente tem uma maneira de lá, no final da revisão bibliográfica, trazer essa lacuna.
Por fim, nós temos a indicação do propósito/objetivo, que é o que eu quero trazer de novidade e é orientado à pesquisa e ao texto.
Por exemplo, o propósito dessa pesquisa foi investigar um relacionamento
entre os documentos de software, durante o ciclo de vida. Então, o objetivo também é curto,
e em geral ele está finalizando a introdução. Muitas vezes, a introdução tem a metodologia, têm alguns resultados
e também, tem por fim o item 8, que é a organização do trabalho. Quer dizer, na próxima sessão,
eu vou apresentar isso, a próxima sessão eu vou apresentar aquilo, e um detalhe importante, gente:
o artigo, ele é dividido seções, com cê cedilha, e o livro é dividido em capítulos.
Então, uma coisa que os alunos confundem muito é: o livro é dividido em capítulos, que é o que nós estamos mais acostumados.
O artigo, ele é dividido em seções. E na organização do trabalho e na introdução, o autor muitas vezes vai dizer:
na primeira sessão vou falar disso, na segunda sessão vou falar daquilo.
Algumas revistas não consideram introdução como seção, algumas colocam o número 1,2,3,4,5, a partir
da contextualização teórica. Algumas colocam a partir do número 1, a partir da introdução.
Isso é muito variável, então essa contagem de seções depende muito.
O corpo do trabalho. Bom, depois que eu introduzi o texto, a minha pesquisa, por que que eu escrevi, por que eu não escrevi,
o que eu quero, eu vou para o corpo do trabalho, em que nós temos então, essa função de cumprir as promessas.
Eu coloquei promessas entre aspas, por quê? Na introdução, o autor prometeu, que ele vai resolver alguma coisa, e agora,
no corpo do trabalho, ele tem que cumprir. Tem que mostrar que a pesquisa dele é boa e trouxe alguma contribuição relevante pra área.
Então, nós temos materiais e métodos, resultados e discussão. Essas 3 seções compõem o
corpo do trabalho e são as sessões mais cruciais para o artigo.
Materiais e métodos, resultados e discussão, que é onde o pesquisador realmente bota a mão na massa e ele mostra ali, o seu trabalho mais...
...pessoal. Ali é o suor do pesquisador, ali é a parte mais importante e que, se não está bem feito,
a gente tem que fazer uma leitura crítica do artigo. Vocês vão ler artigos em que,
se essa parte não tiver bem feita, bom, o nome já está dizendo no corpo. Se materiais e métodos, resultado e discussão
não tiver boa, bom, joguem fora o artigo, ele não é tão bom. Porque a introdução não garante nada.
Pode ser que o trabalho em si, não esteja bom.
O que são os materiais e métodos, então? São detalhes sobre a condução empírica da pesquisa. E nós temos alguns passos,
que devem ser seguidos. Aqui, eu coloquei 7 elementos que são importantes, para a seção de materiais e métodos,
que vocês devem observar que a escrita do artigo deve trazer. O relato do próprio experimento, o que foi feito,
seja esse experimento no laboratório, seja esse experimento em uma empresa, seja esse experimento uma leitura.
Como é que é esse expediente? Como é que são essas etapas? População, amostras, sujeitos.
Quantos dados foram coletados? Quantos sujeitos foram coletados? Sejam formigas, flores, pessoas, empresas, elementos químicos.
Qual é essa mostra? Espaço. Onde foi coletado? Tempo. Quando foi coletado?
Variáveis e categorias, é um item importante também. Item 4. A partir do objetivo, o que eu vou observar
da realidade. Isso está ligado aos meus objetivos. Como é que eu vou observar aquela empresa?
Que elementos, que conceitos, aqueles conceitos que foram apresentados lá na introdução.
Como eles aparecem nessas categorias? Essas categorias são derivadas, lá do meu objetivo de pesquisa da introdução.
Item 5. Procedimentos. Como é que eu fiz para chegar naquela empresa? Com quem eu falei, com que eu não falei,
eu fiz gravação, não fiz gravação, fiz entrevista. Quais são os procedimentos metodológicos?
Materiais, e essa escrita, é importante que aconteça em uma certa ordem cronológica, para que o leitor acompanhe.
Algumas revistas, elas estão reduzindo bastante a seção de materiais e métodos, estão utilizando anexos.
Isso é um expediente importante, que vocês devem observar se acontece na área de vocês,
e como essa escrita, da sessão de metodologia. Porque muitas vezes, o artigo ele tem uma escrita da metodologia
muito hermética, muito difícil, que só as pessoas que realmente estão naquele laboratório, compreendem todos os detalhes.
Então, é importante vocês observarem, porque a metodologia, realmente, é uma escrita muito difícil,
muito árdua e que a gente tem que fazer toda uma leitura anterior, buscar compreender
e muitas vezes é pior, ela é cifrada, é muita sigla. Então a gente tem que procurar compreender
além do artigo, para fora do artigo, o que essas siglas querem dizer.
Então, é um método P4HN5...tá, mas onde é que está isso? Tem que pesquisar em outros lugares, em livros,
o que quer dizer essa nomenclatura. E o artigo, ele não é um livro. O artigo, ele não tem essa função didática de dar aula
sobre metodologia. Ele vai só jogar as informações e muitas vezes a gente tem que buscar isso fora.
Existem então, basicamente, duas naturezas da pesquisa, ainda falando sobre metodologia,
a pesquisa quantitativa, em que a gente tem um objeto tangível, previsível, que a gente trabalha com números
e a pesquisa qualitativa, em que a gente seleciona um objeto, mas a gente observa ele
dentro de várias perspectivas. Então, depende muito da natureza da pesquisa.
Hoje em dia, os pesquisadores já estão usando métodos híbridos. Que quer dizer híbridos? Trazendo quantidade de informação
junto com qualidade, que a gente chama de pesquisa Quali-Quanti, que, é claro, exige uma complexidade maior de raciocínio.
Mas vocês podem ver que...hoje em dia, vocês vão observar...
...poucas pesquisas são só Quanti ou só Quali, isso é importante. Na leitura vocês vão perceber.
Existem então, basicamente, 3 tipos de pesquisa: a exploratória, descritiva e experimental.
A exploratória tem um levantamento de biografia, ela é muito utilizada na minha área, na História, na Literatura, na Letras,
na Política, a gente trabalha muito com documentos escritos, e a nossa exploração, nossos procedimentos,
eles são de levantamento bibliográfico, muitas vezes, de leitura.
A descritiva ou de campo, que é muito utilizada nas Ciências Sociais e na Administração também, a gente vai a campo,
a gente vai na empresa, a gente vai observar, a gente sai da biblioteca e vai observar a realidade com
questionários, entrevistas, gravação. Então.... por que essa ideia de campo? Por que eu saio da sala de aula
e vou ver o que está acontecendo fora da biblioteca, fora da sala de aula.
E, por fim, nós temos a pesquisa experimental, que nós temos um ambiente artificial ou de laboratório,
que nós precisamos lá, bastante utilizado, então, nas ciências exatas e biológicas.
Vamos agora pra parte dos resultados, que é uma parte bem importante que eu falei pra vocês,
junto com a metodologia no artigo. Então, eu vou expor os dados, os fatos, o que foi observado dentro do laboratório,
dentro da empresa, dentro dos livros. O que eu analisei. Eles são apresentados em ordem lógica, escritos com o verbo no passado
e eles trazem, então, esses dados. Como é que eles são apresentados? muitas vezes,
por figuras, tabelas, diagramas, e é importante vocês resgatarem, lá nas normas da ABNT,
qual a diferença entre figura, tabela, diagrama, esquema.
Tem uma diferença! Eu não quero, não vou tratar sobre isso hoje. É importante que você se informe, né?
Qual a diferença entre figura, tabela, diagrama, foto. Cada área vai utilizar isso de uma maneira ou de outra.
Abaixo das figuras, muitas vezes, nós temos comentários.
Isso é importante. Abaixo de cada figura, abaixo de cada gráfico, fazer um comentário.
Muitas vezes, não tem. Porque, hoje em dia, os artigos estão cada vez mais curtos, as revistas querem artigos curtíssimos.
Mas o ideal para começar a ler, pra começar a compreender, que vocês leiam artigos que tenham comentário,
que sejam artigos mais tranquilos, que tragam um comentário do gráfico.
Mas, muitas vezes, vocês vão encontrar artigos que não tenham gráfico e uma explicação de 1 linha, o que obriga a gente
a realmente, compreender aquele gráfico.
Nós vamos fazer uma aula específica sobre isso: sobre leitura, então, de figuras e gráficos.
Quais, então, é a função dos resultados, explicar razões, né? Depois que eu trouxe a tabela, explicar as razões.
Por que aquele resultado, ele é diferente, ou ele é igual. Eu analisei uma empresa, no Rio Grande do Sul...
...analisando lucro. Por que ela tem menos lucro ou mais lucro que uma empresa em Santa Catarina?
Tem que analisar, tem que buscar compreender...e comparar esses resultados com resultados de outros estudos.
Então, essa é a ideia dos resultados e da discussão. Aí vem a ideia da discussão, que é depois dos resultados.
É eu comparar os meus estudos com outros estudos.
Recapitulando, então, a estrutura retórica do resultado. Nós retomamos a informação metodológica, nós declaramos os resultados, segunda etapa.
Nós explicamos um final esperado ou inesperado. Bom, meus dados do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre são diferentes dos dados de Santa Catarina, por quê?
Ou dos dados do Chile, ou dos dados dos Estados Unidos. Se eu esperava que fosse a mesma coisa?
A avaliação da descoberta, se minha descoberta é importante. Então, um pesquisador deve dizer, no final.
Eu tenho que estudar mais, a minha amostra é pequena. Eu analisei só 10 elementos,
eu preciso de 50 elementos para ter mais certeza do meu resultado.
E, por fim, comparar a minha descoberta com a literatura, com outros textos.
Generalizar e resumir. Esses 3 últimos itens comparados, generalizar e resumir, muitas vezes, não estão no artigo.
Depende muito do pesquisador. Se é um pesquisador bem minucioso, ele vai fazer essas 3 etapas.
Quais são, então...como é que é essa escrita, então, dos resultados? Nós temos resultados objetivos que são: eu obtive, eu encontrei, eu descobri, eu observei,
eu identifiquei tal padrão, tal elemento. E, depois, nós temos resultados avaliativos, uma discussão, que:
isso me mostra, isso indica, isso me sugere, isso me aponta. Devo interpretar desta ou desta maneira.
Por fim, fechando então, artigo, nós temos a conclusão, que eu já falei que é diferente dos resultados e a discussão,
e de novo repetir que vocês devem observar essa escrita e a sua diferença.
A conclusão, vejam a pirâmide de novo, só que num movimento ao contrário.
Ela faz, então, um resumo dos resultados, em primeiro lugar. Uma visão geral dos resultados, em segundo lugar.
E, por fim, uma coisa importante: o bom pesquisador, o pesquisador humilde,
ele vai dizer: bom, eu não descobri tudo que era importante, eu preciso pesquisar mais. Ele vai fazer essa
ponderação, essa reflexão, de que sua pesquisa está, de certa maneira, incompleta, e ele precisa
de mais dados ou mais leituras para, realmente, melhorar. Então, a pesquisa futura é o momento
de autocrítica do pesquisador, que é, provavelmente, final do artigo, em que ele vai lançar a sua próxima
pesquisa: 2018, 2019. Que que eu tenho que investigar, daqui por diante.
Então, por isso, esse movimento específico, geral. Esses meus dados, ele vai avaliar esses dados à luz de outros dados, outras pesquisas,
procurando ver o que é necessário melhorar, ainda. Porque o pesquisador é um ser insatisfeito.
Ele está sempre buscando melhores soluções. Dificilmente, ele vai se contentar com uma solução rapidamente.
E a gente entende que o tempo da pesquisa, o rapidamente não é um mês.
Rapidamente são 10 anos. Só para situar vocês, né? Um pesquisador não se faz em um semestre.
Um pesquisador se faz em 10, 15 anos. Por isso que a gente faz graduação, mestrado, doutorado, muitas vezes.
Quantos anos tem interpretação em doutorado? 10 anos? Então, é isso que o pesquisador faz,
ele está sempre colocando em perspectiva, desses últimos 10, 15 anos.
Então, a conclusão, ela vai retomar, objetivamente, os resultados, para conduzir as principais conclusões.
Ele vai guiar o leitor, específico, pra uma visão geral e ele, por fim, vai abrir novos horizontes, que é o que eu estou chamando de pesquisa futura.
Então, é importante esses 3 elementos da conclusão, vocês observarem se aparece ou não aparece na conclusão.
Bom, hoje nós vimos então, as diretrizes gerais, a estrutura geral do artigo e agora, então, vocês vão pra uma etapa
de observação dos artigos, eu já deixo pra vocês, pra concluir o vídeo de hoje, sugestão de exercício.
Então, nós já estamos encerrando a nossa video-aula, com uma sugestão de exercício
com 4 etapas, para que agora vocês coloquem a mão na massa, comecem a ler o artigo e já formem a opinião crítica
de vocês, sobre os artigos. Primeira coisa, que eu já deixo para vocês de tarefa é escolher 2 artigos
cujo tema seja de seu interesse. Então, escolha 2 artigos do mesmo assunto: administração financeira,
contabilidade rural, qualquer um...qualquer tema de seu interesse.
O principal site de artigos acadêmicos no Brasil é o portal de periódicos da Capes. Podem digitar isso no Google,
que vai aparecer, o portal de periódicos Capes, em que vocês vão encontrar artigos de todas as áreas do conhecimento.
Selecionados esses 2 artigos, vocês vão destacar com marca-texto, vão sublinhar essas
etapas que eu mostrei pra você no vídeo, da dupla pirâmide. Observando, por fim, se há alguma parte mais
enfatizada que a outra. Se o autor caprichou na introdução e não caprichou na conclusão.
Ou caprichou nos resultados e não caprichou na introdução. Vocês vão vendo o que o autor deu mais gás ou menos gás.
O que ele gastou mais páginas ou menos páginas. Fato terceiro: faça o mesmo procedimento com outro artigo.
Observe esse outro artigo de mesmo elemento. E, por fim, eu tenho uma pergunta pra vocês,
ao comparar os 2 artigos: qual apresenta uma pesquisa com uma escrita mais adequada e equilibrada?
Por quê? Qual dos 2 artigos vocês gostaram mais? Qual, pra vocês, trouxe uma escrita
mais equilibrada, mais adequada. E assim, eu encerro o video de hoje. Agradeço a atenção, a todos.