Greves e protestos contra reeleição do presidente da Bielorrússia
Centenas de trabalhadores de fábricas de automóveis e tratores de Minsk, a capital da Bielorrússia, iniciaram, esta sexta-feira, uma greve.
A iniciativa tem como objetivo denunciar e condenar a brutal repressão das manifestações contra a reeleição do presidente Alexander Lukashenko.
A vitória de Lukashenko, oficialmente com 80% dos votos, é contestada pela oposição.
O chefe de Estado fez saber que a greve pode aumentar as tensões e prejudicar a economia do país.
Alexander Lukashenko avisou que não se pode parar a indústria pois isso só traria mais problemas, e quem quiser pode fazer greve, mas não pode é impedir quem prefira trabalhar.
Os protestos têm tomado conta das ruas de Minsk desde domingo, tendo sido violentamente reprimidos.
Para amenizar as tensões, as autoridades libertaram, esta sexta-feira, pelo menos duas mil das cerca de sete mil pessoas detidas nos protestos dos últimos dias.
Um dos manifestantes, Alexander Vilks, de 19 anos, conta que foram agredidos pela polícia.
Foram tratados como se fossem terroristas. Vilks denuncia que os agentes lhes batiam mesmo quando estavam deitados no chão, algemados.
A candidata da oposição, Sviatlana Tsikhanouskaya, que fugiu na terça-feira para a vizinha Lituânia, convocou manifestações pacíficas em todo o país e exigiu que o Governo inicie o diálogo com os manifestantes.
Num vídeo, divulgado esta sexta-feira, Tikhanovskaya afirmou que "os bielorrussos já não querem viver sob o poder atual. A maioria das pessoas não acredita na vitória de Lukashenko. Sempre dissemos que é necessário defender a nossa escolha apenas por meios legais, não violentos, mas as autoridades transformaram o protesto pacífico dos cidadãos num massacre sangrento".
A situação na Bielorrússia tem prendido a atenção internacional.
A União Europeia denunciou que as eleições não foram "nem livres nem justas" e pondera impor sanções contra os responsáveis das violências registadas, que fizeram já dois mortos.