China persegue uigures no exterior com apoio de países árabes
Sudinisa é casada e tem cinco filhos. Eles são uigures da província
de Xinjiang, na China. Como muitos, eles vivem no exílio.
Dois anos atrás, o marido de Sudinisa, Osman, fez uma peregrinação à Arábia Saudita – lá, foi preso pela polícia.
Desde 2009, a China lançou a chamada "Guerra do Povo ao Terror" em Xinjiang, para enfrentar
o que eles classificam de separatismo islâmico,
após incidentes violentos como a explosão em uma estação de trem em 2014.
Atualmente, estima-se que mais de um milhão de uigures e integrantes de outras minorias
religiosas estejam detidos em campos na região de Xinjiang.
Ex-detentos alegam que os internos enfrentam tortura caso se recusem a renunciar à sua língua
e religião – uma alegação que a China nega.
Em fevereiro de 2019, o príncipe saudita Mohammed Bin Salman fez uma visita ao maior
parceiro comercial de seu país, a China. Lá, ele assinou acordos no valor de US$ 28 bilhões,
incluindo um de US$ 10 bilhões para construir uma refinaria de petróleo na China.
Durante a viagem, a mídia estatal chinesa relatou uma fala de Bin Salman a seus anfitriões:
"A China tem o direito de realizar trabalhos de combate ao terrorismo e ao extremismo para sua segurança nacional."
A embaixada chinesa em Londres disse à BBC que “as alegações são baseadas em rumores fabricados"
e que "a China nunca pressionou outros países a deportarem pessoas à força para a China”
A Embaixada Saudita disse: "A Arábia Saudita considera todas as deportações
caso a caso sem ser influenciada pela raça ou religião de uma pessoa."
As embaixadas do Egito e dos Emirados Árabes não responderam aos nossos pedidos por comentários.
As perguntas para aqueles que buscam refúgio fora da China são:
eles poderão ver sua terra natal ou suas famílias novamente?
E algum dia haverá um porto seguro para eles no exterior?