Esta noite
nós vamos entrar em contato com um mundo desconhecido.
O sobrenatural. O além.
Vamos nos dar as mãos para iniciar a sessão.
Espírito de luz,
se estiver nesse ambiente, por favor, nos dê um sinal.
Ai, caralho!
Calma, eles estão tentando se comunicar!
-É assim mesmo! -Era o vaso da minha avó.
Espírito de luz, se estiver presente,
nos dê outro sinal.
-Caralho! -Puta merda!
A TV eu estou pagando ainda.
-Maior esculacho... -Está tentando nos dizer alguma coisa!
Mas não pode falar mais baixinho, não?
Sussurrar aqui no nosso ouvido?
Espírito de luz, se for homem, dê uma batida.
Se for uma mulher, duas batidas.
É, mas pode bater fraquinho, tá? Que a gente vai entender.
Porra...
Caralho! Caralho!
-É mulher, hein! É mulher! -Tá bom, dona Espírita.
A gente já entendeu que você está aqui presente...
Não precisa mais mandar sinal não, tá bom?
Isso, fica parada onde você está, hein?
Vocês perderam alguma ente querida recentemente?
A minha avó morreu. Ela é bem estabanada.
Não, não, não!
Ô, sua Espírita, a gente já pediu, a gente entendeu que você está aqui.
Não podemos controlar os espíritos.
Está acabando com a nossa casa, essa mulher.
Brinca aqui com o copo de plástico, ó!
Pode brincar à vontade, tá?
Eita porra...
Meu Deus!
-Ai, Meu Deus do céu, meu celular! -Tá de sacanagem, né!
Olha só, isso aqui saiu um pouco do controle,
eu não posso fazer mais nada por vocês.
Caralho!
Caralho!
-Porra! -O que a gente faz?
Liga pra esse homem aqui, ele pode ajudar vocês.
É o quê? Padre? Exorcista?
É o Lacerda, o marceneiro.
-Liga pra ele, amor! -Liga!
Eita porra...
Ô, dona Espírita, a gente já entendeu que você está aqui,
não precisa mais mandar sinal, por favor.
Eu cansei de visita! Cansei de visita!
Sai daqui, desgraça! Eu quero ver meu Silvio Santos.
Eu não quero mais saber! Eu vou quebrar essa porra toda!
Ó, eu estou avisando...
Eu vou molhar essa porra desse telefone!
Meu celular!