A incrível e dramática saga dos 33 mineiros do Chile | 21 notícias que marcaram o século 21
Imagine um prédio de 45 andares. Agora imagine esse prédio caindo
na sua direção e bloqueando o único caminho entre você e o mundo exterior.
Pior: você está A mais de 700 metros embaixo da terra.
Essa foi a realidade enfrentada por 33 mineiros presos na mina San José,
no Chile em 5 de agosto de 2010. Meu nome é Camilla Veras Mota,
da BBC News Brasil, e esse é mais um capítulo da série 21 notícias que marcaram o século 21
Tudo parecia correr bem na hora do almoço daquela quinta-feira, 5 de agosto.
A mina San José, em Copiapó fica na região do deserto do Atacama,
800 quilômetros ao norte da capital Santiago. Empregava 150 trabalhadores e, naquele dia,
operava normalmente, com equipes extraindo cobre e ouro. Com mais de 100 anos de existência,
a San José contava apenas com um túnel de exploração, que servia de entrada e saída.
Não havia caminhos alternativos ligando o subterrâneo à superfície.
Com uma rampa em zigue-zague, o túnel avançava dentro da montanha
por aproximadamente 7 quilômetros. Às 14h, ocorreu o acidente.
Um desmoronamento interno fez com que uma enorme rocha se desprendesse da montanha e
caísse sobre o túnel fechando completamente a ligação com a superfície. Dentro da mina,
ficaram 33 pessoas – 32 chilenos e 1 boliviano.
Equipes de reconhecimento seguiram para dentro da mina até atingir o ponto do desmoronamento.
Lá, viram pela primeira vez o tamanho do problema. Uma gigantesca massa de granito, de cerca
de 130 metros de altura e pesando mais de meio milhão de toneladas.
Seria impossível que os mineiros conseguissem sair ou fossem retirados
da mina por onde haviam entrado. Uma rota alternativa precisaria ser criada.
Os técnicos também logo imaginaram que, caso os mineiros estivessem vivos, possivelmente teriam
seguido até o único refúgio interno da mina – uma área na lateral do túnel, de cerca de 50 metros
quadrados, tamanho de um pequeno apartamento. Mas esse refúgio ficava quase no fim do túnel,
a 720 metros de profundidade. A notícia do acidente fez com que,
rapidamente, parentes dos trabalhadores fossem até a entrada da mina, em busca de informações.
Não havia tempo a perder. De início, as equipes tentaram aproveitar o que estava disponível:
os tubos de ventilação já existentes. Imaginou-se que eles pudessem
ser usados para a retirada do grupo. A ideia, porém, logo precisou ser abandonada.
Dois dias depois do acidente, um novo desmoronamento de rocha atingiu o tubo
de ventilação que serviria como saída alternativa. O drama dos 33 mineiros passou a ser acompanhado
de perto por todo mundo. Ninguém sabia se eles estavam vivos.
Foram dias de angústia, especialmente para os parentes dos trabalhadores soterrados,
que montaram um acampamento na frente da mina. Eles temiam que o grupo viesse a morrer
caso não fosse encontrado logo. Sabiam que, caso eles tivessem
sobrevivido no abrigo subterrâneo, teriam comida para apenas alguns dias.
Na superfície, foram instaladas nove sondas de perfuração,
normalmente usadas para procurar minérios. Dessa vez, seriam usadas para encontrar 33 pessoas.
Cada máquina perfurava um buraco no solo de 15 centímetros de diâmetro e seguia,
cuidadosamente, para debaixo da terra numa tentativa de achar sobreviventes.
Muitas vezes tinham de fazer desvios para contornar rochas impenetráveis.
Com câmeras em suas extremidades, as sondas enviavam imagens que
eram avaliadas pelos técnicos. O refúgio da mina, localizado
num dos pontos mais profundos, seria a última parte a ser atingida pelas sonda.
A imprensa de todo o mundo, incluindo nos da BBC, acompanhava de perto.
17 dias após o acidente, em 22 de agosto, veio o primeiro sinal de vida do fundo
da mina. Uma das sondas finalmente chegou a um túnel próximo ao refúgio.
Os operadores das sondas ouviram o que acreditavam ser sons vindos daquela área,
possivelmente alguma tentativa de comunicação. Quando puxaram a sonda de volta à superfície,
ela trazia a surpresa que mudou os rumos da tragédia de San José.
“Estamos bem no refúgio os 33”.
Era a informação que parentes, amigos e a essa altura pessoas no mundo todo esperavam ouvir.
Sobreviver por longos 17 dias a 720 metros embaixo da terra, um feito admirável.
O grupo passou o tempo todo racionando os mantimentos que ficavam estocados no refúgio.
Cada um se alimentou de apenas duas colheres de atum, um pouco de leite e metade de um
biscoito a cada 48 horas. Estimava-se que cada um
tivesse perdido cerca de 8 ou 9 quilos. Com a bem-sucedida escavação feita pela sonda,
as equipes trabalhando na superfície tinham agora um túnel de 15 centímetros de diâmetro como canal
de contato com os mineiros soterrados. Pelo túnel, foram inicialmente enviados
medicamentos, glicose, oxigênio e cápsulas de reidratação.
Um cabo telefônico foi instalado para comunicação, e uma pequena celebração
marcou a primeira chamada, atendida pelo ministro das Minas, Laurence Golborne.
Uma câmera de vídeo também chegou ao grupo.
As primeiras imagens mostravam os mineiros sem camisa em um ambiente
muito úmido onde a temperatura ficava constantemente acima de 30 graus celsius.
Os parentes passaram a lhes enviar mensagens de
apoio. E os mineiros mandaram cartas e conseguiram falar com suas famílias.
A ideia seria cavar três pequenos túneis para envio de mantimentos e para comunicação.
Mas o principal objetivo era perfurar um caminho largo o suficiente para trazer os mineiros de
volta à superfície, com um equipamento que garantisse a eficácia e a segurança da empreitada.
Depois da emocionante descoberta de que estavam todos vivos, sabia-se que o mais
difícil estava por vir. A espera seria longa.
Nesse período, além da escavação do túnel pelo qual eles seriam resgatados,
seria necessário garantir a saúde dos mineiros e preparar o equipamento para a difícil missão.
Decidiram então buscar a ajuda de quem entende de missões:
a Nasa, agência espacial americana. O apoio inicial da Nasa para ‘Os 33'
incluiu recomendações medicas, de nutrição e de apoio psicológico.
Muitas lições foram aprendidas no projeto do ônibus espacial.
Recomendaram exercícios moderados para manter a massa muscular e mudanças na
dieta para reduzir o consumo de oxigênio e a produção de gás carbônico num espaço fechado.
Deviam também manter uma rotina de sono, “chave para o estado de espírito e estabilidade social”,
segundo a agencia. Na área psicológica,
a Nasa recomendou contato regular com parentes e amigos e administrar dinâmicas de grupo já que
“as tensões podem aumentar com muitas pessoas num pequeno espaço fechado”.
A comunidade criada na porta da mina San José seguia cada dia mais vibrante.
A movimentação, com centenas de pessoas, ganhou um nome: Acampamento Esperança.
Do subterrâneo, chegavam vídeos com depoimentos do mineiros,
mostrando como eles haviam sobrevivido até então e como viviam embaixo da terra.
Sua base era o refúgio de 50 metros quadrados, mas eles também podiam se movimentar em outros
túneis da mina, pelos quais chegaram a tentar encontrar alguma possível saída, sem sucesso.
O cotidiano dos mineiros passou a ser retratado em vídeo,
e a tecnologia lhes permitiu até assistir a um amistoso de futebol entre Chile e Ucrânia,
usando um projetor e um cabo de alta velocidade. A derrota da seleção chilena por 2 a 1 não tirou
o valor da experiência de entretenimento compartilhado com o mundo exterior.
Para mineiros fumantes, lidar com o vício era um desafio adicional.
Sem acesso a cigarros – as equipes médicas recusaram-se a enviá-los –, mineiros fumantes
recebiam adesivos de nicotina que colocavam em seus braços
Para o grupo como um todo, a fé oferecia confiança de que o drama teria final feliz. Enquanto os
mineiros rezavam e exibiam crucifixos, aqueles na superfície receberam uma imagem da Virgem Maria
e a visita de representantes da Igreja Católica. Em Roma, o papa Bento XVI rezava pelos mineiros,
que lhe enviaram uma bandeira do Chile assinada por todos.
Três operações de perfuração foram realizadas para tentar criar o túnel de resgate
– plano A, plano B e plano C. O primeiro utilizou a perfuradora
Strata 950 para abrir um caminho novo e atingir uma profundidade de 702 metros.
Lento, ele indicava uma conclusão apenas em fins de dezembro.
Surgiram outras opções mais rápidas. No fim de agosto, apareceu um plano B,
que previa uma diferente tecnologia e aproveitaria
um dos pequenos canais já usados para o envio de mantimentos.
A perfuradora Schramm T130 escavaria em torno do estreito túnel já existente,
tornando-o largo o suficiente para transportar um mineiro dentro de uma cápsula.
Isso reduziria em dois meses o prazo de conclusão dos trabalhos – de dezembro para outubro.
Mas a Schramm T130 enfrentou problemas, quebrando duas vezes na operação.
Com uma primeira escavação ainda estreita, atingiu seu destino,
um ponto a 624 metros de profundidade. Uma segunda escavação, porém,
era necessária para alargar o túnel e permitir a retirada dos trabalhadores.
Um plano C parecia a alternativa ainda mais rápida: a utilização de uma sonda de
perfuração para a procura de petróleo, a RIG-421. Com uma estrutura enorme, ela foi transportada
até a mina por vários caminhões, em partes, para ser montada no próprio
local – o que levou vários dias. Seu alvo era um ponto mais próximo
da superfície, a uma profundidade de 567 metros. Além de rápida, a RIG-421 precisava apenas de uma
escavação para criar o túnel, já na largura necessária para a retirada dos mineiros.
Enquanto isso, engenheiros da Marinha chilena projetavam a cápsula que traria os trabalhadores
de volta à superfície, tarefa que também contou com o auxílio da Nasa. Batizada de Fenix,
ela transportaria cada mineiro individualmente. A Nasa fez ao todo 75 recomendações,
entre elas a inclusão de um alçapão no chão da cápsula e pequenas rodas nas suas laterais.
“As rodas amorteceriam a viagem à superfície, reduzindo o atrito com as
paredes do túnel e reduzindo a possibilidade de a cápsula ficar presa no meio do caminho.
Caso assim mesmo a cápsula parasse de subir, o alçapão permitiria que
o mineiro saísse pela parte de baixo e descesse com uma corda de volta ao abrigo.
O resultado final foi uma cápsula de aço de 3,9 metros de altura na parte externa,
1,90 metro do lado de dentro, 54 centímetros de diâmetro e um peso de 420 quilos.
Em 25 de setembro de 2010 – 51 dias depois do acidente –, chegou à mina San José a
primeira Fenix, pintada em azul, vermelho e branco, as cores da bandeira do Chile.
Dois três planos de escavação, apenas um atingiu seu objetivo
Plano A foi abandonado no início de outubro, tendo chegado a 598 metros – 104
metros aquém do necessário. Apesar da grande expectativa,
a enorme sonda petrolífera do plano C provou-se incapaz de superar as dificuldades do tipo de
subsolo do local e cavou apenas 373 metros. O plano B, no entanto, foi um sucesso.
Apesar de dois episódios em que parte do equipamento quebrou,
a perfuradora Schramm T130, fabricada por uma empresa da Pensilvânia,
nos Estados Unidos, conseguiu alargar o túnel até os 624 metros necessários.
No dia 9 de outubro, pouco depois das 8h da manhã, horário local, a perfuradora
chegou a seu objetivo, momento celebrado com grande emoção pelos técnicos na superfície.
Os maiores desafios haviam sido vencidos Com o túnel pronto e uma das três cápsulas, a Fênix 2,
preparada para o transporte dos mineiros. Trazê-los à superfície, no entanto, ainda era
uma tarefa delicada. Todo cuidado era pouco. A cápsula contava com luz, um dispositivo de
comunicação e três tanques de ar, oferecendo 90 minutos de respiração para emergências.
Cada mineiro subiria usando óculos escuros, para evitar o choque dos olhos
com a luz exterior. Em média, a viagem na cápsula levaria cerca de 15 minutos.
Alguns estavam visivelmente nervosos, e não só pela viagem na cápsula que estava por vir.
Na noite de terça-feira, 12 de outubro, após um bem-sucedido teste com a cápsula
vazia no dia anterior, estava tudo pronto. Pouco depois das 23h do horaário local,
um integrante da equipe de resgate, Manuel González, entrou na Fenix 2
para ser enviado aonde estavam os mineiros. Com uma leve pressão e uma benção de despedida
do presidente, a cápsula começa a descer. Às 0h10 do dia 13, diante da expectativa
do mundo inteiro, a Fenix 2 reapareceu na superfície. De dentro dela, saiu Ávalos,
que logo abraçou seu filho Bairo. Um abraço em sua esposa, em colegas e no
presidente completaram o tocante momento. Seriam 23 horas de operação.
Quando saiu da Fenix 2, o segundo mineiro, o cativante Mario Sepúlveda,
conhecido como “Super Mario”, o clima emocionado da chegada de Ávalos se transformou em festa.
Sepúlveda foi recebido pela esposa e distribuiu aos presentes pedras como lembranças.
Abraçou colegas, o ministro, o presidente e a primeira-dama, Cecilia Morel.
Caiu nos braços de outros colegas que acompanhavam a cena mais afastados
e puxou o tradicional grito “Chi, chi, chi!! Le, Le, Le!!! Mineros de Chile!!!”.
Quase um dia inteiro depois, às 21h55 do dia 13,
chegou à superfície o último dos 33, Luis Urzúa, o chefe da equipe.
Manuel González, o primeiro de seis integrantes das equipes de
resgate que ajudaram os trabalhadores no retorno, continuava no mundo subterrâneo.
Foi a última pessoa a deixar as profundezas da mina San José.
A festa em Copiapo, onde a maioria dos mineiros morava, atravessou a noite.
E por fim o túnel foi fechado e a historia encerrada sob os olhos do mundo.
Os meses seguintes foram de permanente comemoração.
Assim que deixaram a mina, os 33 mineiros foram hospitalizados,
mas nenhum sofria de problemas físicos graves.
Todos foram então recebidos como heróis por onde passavam, o que incluiu uma viagem
paga pela Disney a seu parque na Flórida. Chegaram presentes, como motocicletas da
fabricante Kawasaki, e mesmo doações em dinheiro. O drama dos mineiros virou filme, “Os 33”, com
Antonio Banderas e Juliette Binoche. Os mineiros do Chile eram celebridades internacionais.
O presidente Sebastián Piñera também aproveitou a popularidade proporcionada pelo drama.
Quando viajou a Londres, ainda em outubro de 2010,
o jornal The Guardian o chamou de “possivelmente o político mais popular do mundo no momento”.
A Fenix 2 foi colocada no Museo Regional do Atacama, em Copiapó,
enquanto um outro exemplar da cápsula Fenix rodou o mundo, exibido em museus.
No Chile, depois das celebrações vieram perguntas sobre causas e responsabilidades pelo acidente.
Muitos diziam que os mineiros haviam sido vítimas das pressões econômicas
para que a mina fosse explorada. A mineração é historicamente uma
das mais importantes atividades do Chile – em 2019, representava cerca de 10% da economia
do país e cerca de 50% das exportações. O principal minério explorado é o cobre,
do qual o Chile é o maior produtor mundial
A mina San José, de onde era retirado cobre e ouro, foi aberta em 1889.
Era a única de propriedade da San Esteban Mining Company, uma mineradora de médio porte.
Muitos argumentavam que a San José não deveria estar funcionando naquele fatídico 5 de agosto
de 2010, mas a realidade do país e da indústria pareciam ter falado mais alto
A década antes do acidente foi um período de crescimento da produção de cobre, com preços
altos no mercado internacional e forte demanda. Isso teria aumentado a pressão para que qualquer
mina que pudesse ser explorada fosse aproveitada – mesmo sem plenas condições de segurança.
Em 2007, a San José havia sido fechada pelas autoridades, depois da morte de um trabalhador.
Entre as exigências para sua abertura estava a criação de um segundo caminho para a superfície.
Essa segunda saída nunca foi construída, mas a San José reabriu assim mesmo, em 2008.
O pai de Romina Gomas era o mais velho no grupo dos 33 e, segundo a
filha, sempre dizia que San Jose era uma mina muito perigosa.
Por situações como essa, muitos na região chamavam os mineiros que trabalhavam no local e em outras
minas da regiao de “kamikazes” – ou suicidas. Vinte dias depois do acidente, as autoridades
chilenas se movimentaram: fecharam 18 minas, após uma nova avaliação de suas condições.
Algumas sofriam do mesmo problema da San José: falta de pelo menos duas vias para evacuação
dos trabalhadores em caso de acidente. Outras falhavam em diferentes quesitos,
como ter poucos túneis de ventilação ou áreas de refúgio subterrâneas.
Sobre o acidente de 2010, porém, perguntas ficaram sem respostas.
Em agosto de 2013, a Justiça chilena encerrou as investigações
sobre o acidente sem o indiciamento de ninguém. Segundo o promotor de Atacama Héctor Mella Farías,
os três anos de investigação não identificaram elementos suficientes para responsabilizar os
proprietários da mineradora San Esteban. Os mineiros protestaram.
Quando Margharita Lagos esperava em frente do hospital para ver
o filho dela pela primeira vez apos o resgate, ela nos falou:
2 meses após o resgate, Omar Reygadas nos disse:
Poucos anos depois, a fama repentina e breve não havia produzido um futuro próspero para os 33.
A maioria continuava sem trabalho fixo e reclamava da falta de oportunidades.
Segundo eles, mineradoras chilenas recusavam-se a contratá-los por saber
que denunciariam irregularidades na segurança e nas condições de trabalho.
Traumas psicológicos decorrentes da terrível experiência ainda acompanhavam muitos do grupo,
para os quais a volta a uma vida normal ainda estava distante.
Em entrevista ao diário britânico The Daily Mail, em 2014, Mario Sepúlveda
disse que estava prestes a voltar a trabalhar nas minas, por falta de opção.
“Tenho fama, mas não tenho dinheiro. É a pior coisa possível.”
Ele dizia que os mineiros haviam sido esquecidos. Em entrevista a BBC Mundo em 2020,
Omar Reygadas , que hoje tem 66 anos, falou : Não tenho trabalho. Nunca mais voltei a
trabalhar. Queria que nunca tivesse ocorrido o acidente para que eu tivesse continuado a
trabalhar tranquilo, recebendo meu salário e fazendo o que eu gostava.
Não deixe de ver outro episódios da serie 21 noticias do século 21 que mergulhas
nas historias que marcaram a cobertura jornalística nas ultimas duas décadas.