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BBC News 2021 (Brasil), De onde veio o coronavírus? As hipóteses analisadas pela OMS na China

De onde veio o coronavírus? As hipóteses analisadas pela OMS na China

Um relatório mais recente da Organização Mundial

da Saúde trouxe algumas conclusões sobre a pandemia de coronavírus.

Mas ele deixa também algumas dúvidas a serem respondidas.

Segundo o próprio diretor da entidade, a origem do vírus ainda

não foi desvendada. Mas há teorias. Eu sou Nathalia Passarinho, e neste vídeo eu vou

explicar as 4 hipóteses divulgadas pela OMS, e a conclusão deles sobre cada uma delas.

No final, eu também vou falar sobre as principais dúvidas que o relatório levanta.

Então vamos lá.

Esse relatório divulgado pela OMS analisou quatro hipóteses para a origem do coronavírus,

e classificou a probabilidade de cada uma delas. A primeira é sobre a possibilidade de transmissão

direta de animal para humano. O relatório concluiu que é provável

que isso tenha acontecido. A base do argumento é que há

fortes evidências de que o vírus tenha se originado e se desenvolvido em um animal.

De acordo com essa tese, o animal teria infectado diretamente um ser humano com

o vírus. Ou seja, sem a participação de outro animal como intermediário.

E, a partir daí, teria começado a transmissão de humano para humano.

Ainda segundo o relatório, há grande chance de que esse animal seja o morcego.

Isso porque o morcego sabidamente carrega uma quantidade grande de

vírus passíveis de transmissão ao homem. Mas o documento também deixa aberta a

possibilidade de que pangolins ou visons sejam esses animais transmissores.

Esses mamíferos são muito comuns na Ásia. Mas e se essa transmissão não tiver sido direta?

É isso que sugere outra hipótese analisada pelo relatório.

Ela envolve o papel de um animal intermediário. A conclusão é de que essa tese é ainda mais

provável que a primeira. Ou seja, provavelmente um

animal desenvolveu o vírus e infectou outro animal, que, por sua vez, infectou o homem.

Isso se baseia no fato de que o vírus relacionado ao Sars-Cov-2

encontrado em morcegos tem diferenças em relação ao vírus encontrado nos humanos.

E essas diferenças sugerem que haja um elo perdido nessa cadeia de infecção.

Esse elo perdido pode ser um outro animal. Ele teria entrado em contato com o primeiro

animal, adquirido o vírus, e depois infectado um humano.

O documento afirma um número crescente de animais suscetíveis à infecção pelo

coronavírus têm sido descobertos e que esse número inclui animais

silvestres criados em fazendas. O mercado de Wuhan, apontado

como chave no início da pandemia, era abastecido por mais de 20 dessas fazendas.

O problema é que, como afirma o estudo, essa conclusão leva a vias complexas de transmissão,

que são difíceis de desvendar completamente. A terceira hipótese é a de que o coronavírus

tenha atingido humanos por meio de produtos alimentícios.

Ou seja, o vírus teria chegado aos humanos através de alimentos ou de

embalagens em que os alimentos são armazenados. Isso inclui os congelados que são constantemente

vendidos no mercado de Wuhan, local apontado como origem do primeiro surto do coronavírus.

A conclusão do relatório da OMS é de que a hipótese é possível, mas não provável.

Isso porque, por um lado, há evidências de que o

coronavírus pode sim sobreviver em alimentos congelados e embalagens.

A imprensa chinesa, aliás, tem levantado essa possibilidade constantemente nos últimos meses.

Eles apontam que o vírus pode ter chegado ao país através de alimentos estrangeiros.

No entanto, o relatório da OMS afirma que não há evidências conclusivas para isso.

E que essa possibilidade de que a contaminação tenha se dado dessa forma é baixa.

A quarta e última hipótese do documento da organização é de que o vírus foi originado

em um acidente de laboratório. Nesse relatório, a OMS deixa

claro que não investigou se o vírus foi espalhado deliberadamente por uma pessoa.

E nem se ele foi fabricado em um laboratório, uma hipótese já descartada em trabalhos anteriores.

O que relatório diz é que um vírus pode sim ser gerado em laboratório através de um acidente.

Mas a conclusão é que, no caso do coronavírus, isso é extremamente improvável.

A razão é simples. Não há registros de vírus

relacionados ao Sars-Cov-2 em qualquer laboratório antes de dezembro de 2019, quando o coronavírus

foi identificado pela primeira vez. E nem mesmo de genomas que em combinação

poderiam fornecer um genoma Sars-Cov-2. Segundo a OMS, os laboratórios de Wuhan

que trabalharam com o coronavírus têm níveis de biossegurança de alta qualidade.

E não houve qualquer registro de infecção pelo vírus em membros da equipe que trabalharam nesses

locais antes de dezembro de 2019. Apesar dessa conclusão,

Tedros Adhanom admitiu que é necessária uma investigação mais aprofundada sobre isso.

A gente viu até aqui as conclusões da OMS a

respeito das quatro hipóteses sobre a origem do coronavírus.

Mas como eu disse lá no início, algumas coisas ficaram sem resposta.

A gente destaca aqui as três dúvidas principais.

A primeira é em relação ao mercado de Wuhan. Desde o início da pandemia, o mercado de Huanan,

que fica em Wuhan, tem sido apontado como uma possível fonte do surto de covid na China.

Mas o relatório diz que não há uma conclusão firme sobre isso.

Acontece que os primeiros casos estavam sim ligados ao mercado de Wuhan.

Mas existia um número semelhante de casos ligados a outros mercados.

E há também casos que não estavam relacionados a nenhum mercado na China.

Isso pode sugerir, segundo a OMS, que o mercado de Huanan não seja a fonte original do surto.

A segunda dúvida levantada pelo relatório tem a ver com a possibilidade de o coronavírus

ter surgido em fazendas de outros países e chegado em mercados chineses.

O relatório sugere que o coronavírus pode sim ter chegado na China

através de fazendas de animais selvagens. E isso abre uma importante via de investigação.

Quando o coronavírus foi detectado, o mercado de Wuhan estava recebendo

produtos de origem animal de 20 países. Em alguns desses países, inclusive, foram

detectados casos de coronavírus ainda em 2019. A OMS sugere que para rastrear melhor a origem

do vírus, é importante analisar o comércio de animais e produtos em outros mercados,

assim como estudar animais suscetíveis ao vírus em fazendas no sudeste da Ásia.

Essas fazendas poderiam ser o local onde um coronavírus saltou de um morcego para outro

animal e de lá para as pessoas. A última incógnita é sobre

quando o coronavírus apareceu. A gente já mencionou aqui que o vírus foi

detectado pela primeira vez em dezembro de 2019. Mas o relatório sugere que ele pode ter

circulado por muito meses antes de ser detectado em um humano pela primeira vez.

Uma análise de vários estudos feitos ao redor do mundo indica que o vírus

pode ter circulado inclusive em outros países, antes de ser descoberto em Wuhan.

A qualidade desses estudos, porém, ainda é limitada.

Por isso, a OMS recomenda mais testes em animais da China e do Sudeste Asiático e mais

estudos sobre os primeiros casos do coronavírus. Além disso, a entidade sugere um rastreamento

nas cadeias de abastecimento das fazendas ao mercado de Wuhan.

Segundo Tedros Adhanom, uma única análise não pode fornecer todas as respostas.

Bom, como deu para percebeu, muita coisa ainda precisa ser estudada e esclarecida sobre a origem do vírus.

Mas algumas informações reveladas neste novo relatório podem ser pistas importantes.

Com isso, eu fico por aqui. Não esqueça de curtir o vídeo,

se inscrever no canal e deixar seu comentário. Obrigada pela audiência. Até a próxima!

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De onde veio o coronavírus? As hipóteses analisadas pela OMS na China ||||冠狀病毒||假設||由...分析|世界衛生組織||中國 ||||||hypotheses||||| Where did the coronavirus come from? The hypotheses analyzed by the WHO in China ¿De dónde procede el coronavirus? Las hipótesis analizadas por la OMS en China Звідки прийшов коронавірус? Гіпотези, проаналізовані ВООЗ у Китаї

Um relatório mais recente da Organização Mundial |最新報告||最新的||組織|世界組織

da Saúde trouxe algumas conclusões  sobre a pandemia de coronavírus. |健康部門|帶來了|||||疫情||

Mas ele deixa também algumas  dúvidas a serem respondidas. |他||||疑問||被|回答 Aber er lässt auch einige Fragen offen.

Segundo o próprio diretor da entidade,  a origem do vírus ainda 根據||根據該機構|主管||實體||起源||病毒的起源|仍然 Nach Angaben des Direktors der Organisation ist der Ursprung des Virus noch unbekannt.

não foi desvendada. Mas há teorias. Eu sou Nathalia Passarinho, e neste vídeo eu vou ||未被揭示|||理論|||娜塔莉亞|帕萨里尼奥|||影片中|| ist nicht enträtselt worden. Aber es gibt Theorien. Ich bin Nathalia Passarinho, und in diesem Video werde ich

explicar as 4 hipóteses divulgadas pela OMS,  e a conclusão deles sobre cada uma delas. |||公佈的|||||結論|他們的||||它們的

No final, eu também vou falar sobre as  principais dúvidas que o relatório levanta. |||||談論|||主要的|||||

Então vamos lá. 那麼|| Also, los geht's.

Esse relatório divulgado pela OMS analisou  quatro hipóteses para a origem do coronavírus, In diesem von der WHO veröffentlichten Bericht wurden vier Hypothesen über den Ursprung des Coronavirus analysiert,

e classificou a probabilidade de cada uma delas. A primeira é sobre a possibilidade de transmissão und klassifizierte die Wahrscheinlichkeit jeder dieser Möglichkeiten. Bei der ersten geht es um die Möglichkeit der Übertragung

direta de animal para humano. O relatório concluiu que é provável

que isso tenha acontecido. A base do argumento é que há

fortes evidências de que o vírus tenha se  originado e se desenvolvido em um animal.

De acordo com essa tese, o animal teria  infectado diretamente um ser humano com Nach dieser These hätte das Tier einen Menschen direkt infiziert mit

o vírus. Ou seja, sem a participação  de outro animal como intermediário.

E, a partir daí, teria começado a  transmissão de humano para humano. Und von dort aus hätte die Übertragung von Mensch zu Mensch begonnen.

Ainda segundo o relatório, há grande  chance de que esse animal seja o morcego.

Isso porque o morcego sabidamente  carrega uma quantidade grande de Denn die Fledermaus ist dafür bekannt, dass sie eine große Menge an

vírus passíveis de transmissão ao homem. Mas o documento também deixa aberta a Viren, die auf den Menschen übertragen werden können. Aber das Dokument lässt auch offen

possibilidade de que pangolins ou visons  sejam esses animais transmissores.

Esses mamíferos são muito comuns na Ásia. Mas e se essa transmissão não tiver sido direta?

É isso que sugere outra hipótese  analisada pelo relatório.

Ela envolve o papel de um animal intermediário. A conclusão é de que essa tese é ainda mais

provável que a primeira. Ou seja, provavelmente um

animal desenvolveu o vírus e infectou outro  animal, que, por sua vez, infectou o homem. Ein Tier entwickelte das Virus und infizierte ein anderes Tier, das wiederum den Menschen infizierte.

Isso se baseia no fato de que o  vírus relacionado ao Sars-Cov-2

encontrado em morcegos tem diferenças em  relação ao vírus encontrado nos humanos.

E essas diferenças sugerem que haja um  elo perdido nessa cadeia de infecção.

Esse elo perdido pode ser um outro animal. Ele teria entrado em contato com o primeiro

animal, adquirido o vírus, e  depois infectado um humano.

O documento afirma um número crescente  de animais suscetíveis à infecção pelo

coronavírus têm sido descobertos e que esse número inclui animais

silvestres criados em fazendas. O mercado de Wuhan, apontado

como chave no início da pandemia, era  abastecido por mais de 20 dessas fazendas.

O problema é que, como afirma o estudo, essa  conclusão leva a vias complexas de transmissão,

que são difíceis de desvendar completamente. A terceira hipótese é a de que o coronavírus

tenha atingido humanos por  meio de produtos alimentícios. hat die Menschen über Lebensmittel erreicht.

Ou seja, o vírus teria chegado aos  humanos através de alimentos ou de

embalagens em que os alimentos são armazenados. Isso inclui os congelados que são constantemente

vendidos no mercado de Wuhan, local apontado  como origem do primeiro surto do coronavírus. auf dem Markt in Wuhan, wo der erste Coronavirus-Ausbruch stattfand.

A conclusão do relatório da OMS é de que  a hipótese é possível, mas não provável.

Isso porque, por um lado, há evidências de que o

coronavírus pode sim sobreviver em  alimentos congelados e embalagens.

A imprensa chinesa, aliás, tem levantado essa  possibilidade constantemente nos últimos meses.

Eles apontam que o vírus pode ter chegado  ao país através de alimentos estrangeiros.

No entanto, o relatório da OMS afirma que  não há evidências conclusivas para isso.

E que essa possibilidade de que a contaminação  tenha se dado dessa forma é baixa. Und dass die Wahrscheinlichkeit einer Kontamination auf diese Weise gering ist.

A quarta e última hipótese do documento da  organização é de que o vírus foi originado

em um acidente de laboratório. Nesse relatório, a OMS deixa

claro que não investigou se o vírus foi  espalhado deliberadamente por uma pessoa.

E nem se ele foi fabricado em um laboratório, uma  hipótese já descartada em trabalhos anteriores.

O que relatório diz é que um vírus pode sim ser  gerado em laboratório através de um acidente.

Mas a conclusão é que, no caso do  coronavírus, isso é extremamente improvável.

A razão é simples. Não há registros de vírus

relacionados ao Sars-Cov-2 em qualquer laboratório  antes de dezembro de 2019, quando o coronavírus

foi identificado pela primeira vez. E nem mesmo de genomas que em combinação

poderiam fornecer um genoma Sars-Cov-2. Segundo a OMS, os laboratórios de Wuhan

que trabalharam com o coronavírus têm  níveis de biossegurança de alta qualidade.

E não houve qualquer registro de infecção pelo  vírus em membros da equipe que trabalharam nesses

locais antes de dezembro de 2019. Apesar dessa conclusão,

Tedros Adhanom admitiu que é necessária uma  investigação mais aprofundada sobre isso.

A gente viu até aqui as conclusões da OMS a

respeito das quatro hipóteses  sobre a origem do coronavírus.

Mas como eu disse lá no início,  algumas coisas ficaram sem resposta. Aber wie ich bereits eingangs sagte, bleiben einige Fragen unbeantwortet.

A gente destaca aqui as  três dúvidas principais.

A primeira é em relação ao mercado de Wuhan. Desde o início da pandemia, o mercado de Huanan,

que fica em Wuhan, tem sido apontado como uma  possível fonte do surto de covid na China.

Mas o relatório diz que não há  uma conclusão firme sobre isso.

Acontece que os primeiros casos estavam  sim ligados ao mercado de Wuhan.

Mas existia um número semelhante  de casos ligados a outros mercados.

E há também casos que não estavam  relacionados a nenhum mercado na China.

Isso pode sugerir, segundo a OMS, que o mercado  de Huanan não seja a fonte original do surto.

A segunda dúvida levantada pelo relatório tem  a ver com a possibilidade de o coronavírus

ter surgido em fazendas de outros  países e chegado em mercados chineses.

O relatório sugere que o coronavírus  pode sim ter chegado na China

através de fazendas de animais selvagens. E isso abre uma importante via de investigação.

Quando o coronavírus foi detectado,  o mercado de Wuhan estava recebendo

produtos de origem animal de 20 países. Em alguns desses países, inclusive, foram

detectados casos de coronavírus ainda em 2019. A OMS sugere que para rastrear melhor a origem

do vírus, é importante analisar o comércio  de animais e produtos em outros mercados,

assim como estudar animais suscetíveis  ao vírus em fazendas no sudeste da Ásia. sowie die Untersuchung von Tieren, die für das Virus empfänglich sind, auf Bauernhöfen in Südostasien.

Essas fazendas poderiam ser o local onde um  coronavírus saltou de um morcego para outro

animal e de lá para as pessoas. A última incógnita é sobre Tier und von dort zum Menschen. Die letzte Unbekannte ist etwa

quando o coronavírus apareceu. A gente já mencionou aqui que o vírus foi

detectado pela primeira vez em dezembro de 2019. Mas o relatório sugere que ele pode ter

circulado por muito meses antes de ser  detectado em um humano pela primeira vez.

Uma análise de vários estudos feitos  ao redor do mundo indica que o vírus

pode ter circulado inclusive em outros  países, antes de ser descoberto em Wuhan.

A qualidade desses estudos,  porém, ainda é limitada.

Por isso, a OMS recomenda mais testes em  animais da China e do Sudeste Asiático e mais

estudos sobre os primeiros casos do coronavírus. Além disso, a entidade sugere um rastreamento

nas cadeias de abastecimento das  fazendas ao mercado de Wuhan.

Segundo Tedros Adhanom, uma única análise  não pode fornecer todas as respostas.

Bom, como deu para percebeu, muita coisa ainda  precisa ser estudada e esclarecida sobre a origem do vírus.

Mas algumas informações reveladas neste  novo relatório podem ser pistas importantes.

Com isso, eu fico por aqui. Não esqueça de curtir o vídeo,

se inscrever no canal e deixar seu comentário. Obrigada pela audiência. Até a próxima!