'Teremos o março mais triste de nossas vidas', prevê Margareth Dalcolmo, da Fiocruz
Até o final de fevereiro, o Brasil acumulou 10,5 milhões de casos de covid-19 e teve 254 mil mortes por infecção pelo coronavírus
Mas o que tem chamado atenção dos especialistas nas últimas semanas é como esse número vêm acelerando e como a média de morte por dia
ultrapassa a casa dos mil há algumas semanas
Além disso, nos últimos dias, vimos diversas cidades com UTIs lotadas e hospitais chegando a um nível crítico
Meu nome é André Biernath, sou repórter da BBC News Brasil, e vou conversar sobre o assunto com a pneumologista Margareth Dalcomo
Ela é docente e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, lá no Rio de Janeiro
Dra. Margareth, para a gente começar, eu queria entender um pouco
como a senhora classificaria o atual estágio da pandemia no Brasil?
Bom dia, muito obrigado pelo convite, André
Eu acho que nós estamos num momento muito grave da epidemia no Brasil, com recrudescimento
já materializado como uma segunda onda, o que não nos surpreende, porque as medidas
de controle sanitário foram não só controversas como ineficientes em alguns momentos e nós
sabendo que a única solução possível para controle da covid-19 seria e será a vacinação
em massa da população
Então portanto nós estamos ainda começando um processo que não está na velocidade desejável
e não temos observado um comportamento de solidariedade coletiva, um comportamento não
só da nossa sociedade como também de autoridades políticas que não vem ajudando no sentido
de aumentar a consciência cívica de que é preciso que nós ainda, apesar do cansaço,
de um ano de epidemia, que nós mantenhamos comportamentos individuais e coletivos e muito
cuidado rígido, como uso de máscara, distanciamento social, enfim, e até nesse momento eu diria
sem dúvida nenhuma, eu já me manifestei, medidas mais drásticas de alguns serviços
no sentido de diminuir a circulação de pessoas e portanto colaborar para a redução da transmissão
viral. A nossa grande preocupação hoje é que nós sabemos que a transmissão viral
ela é, digamos, o mecanismo propiciador do aparecimento de novas variantes
E considerando que nós já estamos enfrentando o aparecimento de novas variantes, a nossa
preocupação do ponto de vista científico tem que ser responder do ponto de vista de
estudo, de vigilância genômica, se as vacinas que nós estamos utilizando serão capazes
de nos proteger contra essas variantes
Mas sobretudo nós precisamos colaborar para não propiciar mais um ambiente que favoreça
o aparecimento de novas variantes
Desde novembro nós tivemos uma série de acontecimentos, notícias, que foram acontecimentos
que contribuíram para a gente chegar até esse ponto
As festas de final de ano, as eleições, o Enem, o Carnaval...
Teve algum evento que foi decisivo?
Ou foi uma conjunção de fatores que nos levou ao que vivemos agora?
Foi uma conjunção de fatores e foi um não entendimento, eu diria homogêneo, consistente,
entre o discurso dos cientistas, dos médicos, dos pesquisadores, estimulando uma consciência
cívica, coletiva, de gestos de solidariedade consistentes
A doença mudou de lugar no Brasil, entrou nas nossas casas
Há pessoas ficando doentes que não saem de casa há um ano
Como elas pegam doença?
Pegam porque os mais jovens estão indo para a rua
As festas de fim de ano foram trágicas
Eu mesma me manifestei dizendo que o Brasil teria o mais triste janeiro da nossa história
E nós tivemos, inclusive com o aparecimento da variante brasileira identificada através
da família que viajou ao Japão vinda do Amazonas
E eu não tenho dúvida em te afirmar que nós teremos o mais triste março de nossas
vidas
Resultante das aglomerações do Carnaval, desse descompasso entre o que nós dizemos
e o que as autoridades dizem
Que não é importante usar máscara, por exemplo, que é uma coisa paradigmática
Não há dúvida, está sobejamente demonstrado que a máscara é uma barreira mecânica que
nos protege e aos demais
Tudo isso, somado ao cansaço de uma epidemia tão longa vai gerando um comportamento que
tem sido desastroso. O que nós temos visto é uma pressão enorme sobre o sistema de
saúde, uma taxa acima de qualquer nível desejado em todos hospitais, público ou
privado, e algo muito grave, que eu particularmente falei há muitos meses, é que a doença se
rejuvenesce no Brasil
Hoje tem muito mais jovem internado, desenvolvendo casos graves, essas pessoas têm uma força
de transmissão enorme porque se aglomeram, cantam, falam alto e tudo aquilo que sabemos
que é capaz de aumentar e estimular a transmissão de uma doença viral de transmissão respiratória
E, dra. Margareth, a senhora citou o caso de Manaus, estado do Amazonas
Na primeira onda, Manaus sofreu muito ali em meados de abril, maio, junho
Depois a situação se prolongou para o resto do Brasil
A gente vê essa situação se repetir agora na segunda onda: Manaus teve toda aquela crise
no final de dezembro, janeiro, e tudo se ampliando para o resto do Brasil
O que faz Manaus ser esse medidor da pandemia no Brasil?
Na verdade, eu não diria que Manaus é medidor da epidemia
A situação do Amazonas e de toda a região norte é muito particular
Manaus é uma cidade afastada, de difícil acesso. Era previsível
Manaus teve o primeiro pico epidêmico precoce, muito antes da região Sudeste ou Sul
Nós tivemos o primeiro pico epidêmico aqui em junho, começo de julho
Manaus teve em abril, quando a doença chegou
Manaus é Zona Franca, tem um fluxo aéreo de pessoas enorme
A doença chegou, atingiu uma grande proporção da população de baixa renda, população pobre
Foi aquela tragédia de cemitérios sendo abertos, era natural que essa imunidade conferida
pela doença não fosse muito duradoura
Manaus, o Amazonas nunca tomou medidas drásticas de fechar escolas, fechar comércio, fazer
lockdowns
Manaus nunca fez isso
Então era natural que a imunidade conferida pela doença, e a situação de transmissão
viral tão alta eclodisse uma situação de favorecimento para o aparecimento da nova variante, denominada P1, e que ela rapidamente
se expandisse para o Brasil
Porque Manaus tem um fluxo aéreo, que diminuiu, mas continua acontecendo, até hoje
Quer dizer, hoje já há presença da variante brasileira, como há presença da variante
do Reino Unido já identificada no Brasil
Então hoje é muito difícil conter uma doença tão facilmente transmissível
Isso nós sabemos, conhecemos epidemia e sabemos como ela se dissemina rápido
Então Manaus virou um paradigma de tudo que nós desejaríamos que não acontecesse
Além disso, isso se agravou com a crise sanitária pela desídia administrativa
Não é possível que uma cidade como Manaus tenha um único fornecedor de Oxigênio, sabendo
que a logística para chegar em Manaus é muito complexa
São sete dias de barco, por rio, é difícil, não é simples de resolver
Se no Rio de Janeiro, onde sabemos que a mortalidade é mais alta, que a letalidade é mais alta, que a taxa de transmissão está muito alta,
como em determinadas regiões de São Paulo, dificilmente uma crise de oxigênio como essa aconteceria
E por que?
Porque nós não temos um fornecedor só, temos quatro, cinco fornecedores diferentes
Eu diria que essa, não sei se pode chamar de carteirização da vida lá, se isso houve,
o dano que isso causou é enorme. E até hoje vem causando
E de novo a epidemia em Manaus revela a absoluta e intolerável desigualdade social do Brasil
Porque quem mais morre no Amazonas é pobre, indígena
Porque a classe média alta, todos que puderam foram embora de Manaus
O número de private jets (jatos privados) que foram alugados por 150 mil reais e foram para o Rio de Janeiro
e São Paulo é enorme
Nós sabemos disso e temos os números. Então é isso, de novo
eu acho que é um registro, a epidemia de covid-19 no Brasil, bem como nos Estados
Unidos, onde 40% dos óbitos em Nova York é preto e pobre, e aqui também.
E isso nós poderemos dar N exemplos de quanto as medidas sanitárias têm que ter uma coerência
ligada à questão social do Brasil, com essas desigualdades
É claro que uma maneira de não viver tudo isso teria evitado as aglomerações de fim de ano, de Carnaval
Mas agora que já estamos nessa situação
Existe algo que pode ser feito do ponto de vista individual de de política pública para evitar que a situação se agrave ainda mais?
Eu acho que sim
Nós estamos conclamando, ontem não sei se você teve acesso
Nós emitimos, pela Sociedade Brasileira de Pneumologia (SBPT), da qual eu sou presidente eleita, um documento que já está assinado
por outras 50 sociedades médicas contestando esse discurso que não é pra usar máscara
e provando e mostrando
Isso foi objeto de muita divulgação pela imprensa, estive falando no Fantástico e
na Globo News sobre isso , uma vez que foi nossa sociedade que fez esse documento e está chancelado
por essas 50. Mais Academia Nacional de Medicina, uma série de sociedades médicas.
Dizendo que de modo algum o uso de máscara como ferramenta de proteção individual e
coletiva, uma vez que ela é uma barreira mecânica que nos protege e aos outros, ela é não
só defensável como fundamental nesse momento
E esse discurso contraditório entre o que a ciência diz e o que a política diz tem
causado muito mal à sociedade brasileira
Eu hoje de manhã, só pra dar um exemplo, peguei um avião vindo de outro estado para
voltar ao Rio de Janeiro, e havia dois jovens sentados na cadeira ao meu lado
Dois irmãos. Eles entraram no avião e tiraram a máscara. Eu imediatamente chamei a comissária
e eu disse, com avião no chão ainda: se esses jovens não colocarem a máscara adequadamente,
nós chamaremos o comandante e o avião não vai decolar e eles deverão ser retirados
do avião
Eu fui aplaudida pelo avião todo. Nem falei alto, mas estou te dando um exemplo. Dois jovens
Certamente os pais em casa, por razões políticas
E não eram dois jovens pobres
Eram jovens viajando de avião
E quando o avião já estava decolando, eles de novo abaixaram a máscara
E aí eu fiquei zangada (risos)
Chamei de novo a comissária e disse, se você não pedir pra eles, eu vou me dirigir à
cabine de comando e falarei
E os passageiros gritando "põe a máscara"
E alguns me reconheceram, porque tem me visto na televisão
Existe um desejo, por quem tem um pouquinho mais de consciência, de que esse comportamento
é execrável, isso faz muito mal para as pessoas
Da mesma maneira, como essa negação coletiva, sobretudo dos jovens, em áreas de comunidades
ou de classes mais abastadas
no Rio de Janeiro, São Paulo, como nós vimos recentemente em praia, jogo de futebol
Meu Deus, quantas vezes nós falamos que isso não poderia acontecer?
Então eu entendo que passado tanto tempo as pessoas estejam cansadas
Nós também estamos
Nós estamos cansados sobretudo de todos os dias contar mortos. É o título do meu artigo que vai sair amanhã
Chega de contar mortos
Não quero saber mais de estatísticas e quero que nós juntos, sociedade, governo e autoridades, passemos
a nos comportar de maneira mais civilizada
E não é o que estamos vendo no Brasil
Ainda na questão das medidas, nos últimos dias temos ouvido prefeitos e governadores decretarem lockdowns em horários específicos
Por exemplo, o governador João Dória de São Paulo fala de toque de restrição, uma medida que vai de 22h às 5h, horários da noite,
fechamento de bares. Como a senhora vê esse tipo de medidas?
Na forma como elas estão sendo propostas, elas não vão resolver
Porque fazer fechamento e impedir circulação entre meia noite e cinco da manhã?
Nesse horário tem pouca gente na rua
E quem foi fazer festa e se aglomerou já fez antes da meia noite, já bebeu, já fez
tudo que tinha de fazer de errado
Isso acho que não vai resolver, é uma medida pouco eficaz
Eu acho que no Brasil precisaria, e eu tô de acordo com o professor Miguel Nicolelis, que deu uma entrevista nesse fim de semana
dizendo que o Brasil precisaria de um lockdown de duas semanas rígido para que nós interceptassemos
a cadeia de transmissão
E eu acho que sim, nós nunca conseguimos no Brasil fazer um lockdown adequado
Nunca conseguimos alcançar os 60%, que seria a taxa desejável de distanciamento social
Quem mais chegou perto disso foi São Paulo, com 58% e em alguns momentos
No Rio de Janeiro nunca conseguimos
Esse descompasso entre o que a ciência dizia e agora, com todo mundo tão cansado dessa
epidemia tão longa, com a economia tão machucada. E as pessoas tem que entender que não tem jeito
Se não fizermos isso por algum tempo e não começarmos rapidamente uma vacinação em
massa, nós temos que vacinar 70% da população até o meio do ano
Não é para setembro
É até o meio do ano
Caso contrário, nós vamos propiciar condições para o aparecimento de outras variantes
Nós temos que começar o investimento pesado em vigilância genômica, para que possamos
ter certeza que as vacinas produzidas pelos dois institutos públicos brasileiros, quer
pela FioCruz ou pelo Butantan, são efetivas como parecem ser contra novas variantes
Mas nada nos garante que aparecerão outras variantes
Essa vigilância genômica, que é cara, é fundamental nesse momento
Falando da vacinação, como a senhora comentou o Brasil tem uma capacidade e um histórico muito bom de vacinação
A gente vacina 80 milhões de pessoas todos os anos contra a gripe, mas o ritmo da vacinação contra a covid-19 está bem devagar
Se a gente seguir esse ritmo, vamos levar anos para proteger a população que mais precisa ser protegida
O que a senhora analisa que são os principais gargalos desse ritmo lento da vacinação?
O primeiro é óbvio: não tem vacina. É muito fácil responder
Se nós tivéssemos os milhões que nós precisamos, o que nós precisaríamos é ter agilidade
E o velho e tradicional e competente PNI, com nossa enorme experiência em saber vacinar, mais que outros países
somado, de par com essa capilaridade espetacular do SUS, seríamos capaz
Mas neste momento há uma situação nova
A pandemia de covid-19 mostrou que o Brasil pode ter o aparecimento necessário de um
novo voluntariado de qualidade
E isso nós temos visto
E o que nós estamos vivendo agora?
Eu mesmo tenho conversado, estive com a empresária Luiza Trajano em São Paulo, almocei com ela,
justamente porque ao me agregar ao movimento Mulheres do Brasil, que congrega uma quantidade enorme de pessoas, não só mulheres
se nós não tivermos o auxílio da iniciativa privada, que pode nos ajudar muito, e é isso que estamos discutindo
Eu sou completamente contrária à compra de vacinas pela iniciativa privada, já me
manifestei sobre isso n vezes
Isso no Brasil é indecente e imoral
Então o que nós precisamos é ter vacina provida pelo Governo Federal e a iniciativa
privada nos ajudar na logística, junto às prefeituras pequenas, que não tem a mesma
capacidade
Tem que ter avião, barco, caminhão refrigerado, geladeira, freezers a -20º se conseguirmos as vacinas
da Pfizer, já que agora não é mais necessário ter freezer a -80º, como o FDA já aprovou
Então o que nós precisamos agora é ter muita vacina produzida e uma capacidade logística
de grande envergadura para vacinar muita gente em pouco tempo
Com isso, vamos fazer com que a economia volte a funcionar com um pouco mais de liberdade. Sem isso, não tem jeito
As escolas não poderão reabrir com capacidade total, vamos continuar postergando...
Eu acho que os trabalhadores da área de educação têm que ser vacinados com prioridade depois
dos idosos e os trabalhadores da saúde, o próximo grupo tem que ser da educação
Para que possamos reabrir escolas fulltime, não da maneira como está funcionando
Nós já temos duas vacinas em uso, a Coronavac, feita pelo Butantan e Sinovac
E a vacina feita pela AstraZeneca, da Universidade de Oxford e Fiocruz, e nós temos a vacina da Pfizer aprovada e o governo federal
por meio do Ministério da Saúde, está em negociações com a Sputnik V, Covaxin, tem também a da Johnson & Johnson Esse é o momento de diversificar o portfólio de vacinas e como fazer isso de maneira rápida, mas que também respeite a evidência científica?
Nós já estamos atrasados
Poderíamos ter negociado com a Pfizer e a Johnson desde que eles começaram os estudos
de fase 3 tão bem conduzidos no Brasil
A vacina Sputnik, que é bastante semelhante, mesma plataforma da AstraZeneca, parece ser
uma vacina boa, mas carece de registro na Anvisa, que é nossa agência regulatória
Quando alguém me pergunta que vacina eu tomaria, eu digo qualquer uma, desde que aprovada pela
Anvisa
O que eu não tomaria é uma vacina que não passou pela Anvisa, pela grande qualidade
técnica que tem nossa agência regulatória
Acho que perdemos um tempo precioso, já poderíamos ter vacina da Pfizer e hoje estamos implorando
para negociar alguns poucos milhões do que está disponível
Não tem vacina pra todo mundo.
De novo, se nós lembrarmos aqui, 10 países já compraram 75% da produção mundial de vacina
Isso de novo revela essa enorme desigualdade do mundo
O Canadá tem cinco doses por habitante
O que o Canadá fará?
Isso não é bom nem ruim, não estou julgando
Mas o Canadá fará uma coisa correta, ele vai doar o excedente para o Covax, que vai
ser doado aos países que não podem
O Brasil também é signatário do mecanismo Covax Gavi, mas até agora não recebemos
uma dose
Diante do atual estágio da pandemia no país, do ritmo de vacinação
que recomendação a senhora deixaria para as pessoas que estão vendo esse vídeo,
sobre os cuidados que elas devem tomar e como elas deveriam se comportar e se precaver nos próximos dias e semanas?
Eu acho que as pessoas tem que entender que aconteceu o que era esperado, porém não
desejaríamos que não acontecesse
Quantas vezes eu disse: eu quero estar errada
Quando nós dissemos como uma crônica de morte anunciada, como um romance de
Garcia Marquez, que isso não acontecesse
Mas era previsível que houvesse uma segunda onda no Brasil, era previsível, da maneira como houve esse descompasso
Mais uma vez faria um pleito a todo mundo que entendesse que nós estamos num momento muito grave,
que o momento hoje é mais grave do ponto de vista epidemiológico do primeiro
pico epidêmico, que esse número de mortes é absolutamente intolerável e olha que ele não representa
o real, deve ter morte por aí que nem sabemos, que não é possível que nós não tenhamos um entendimento pessoal e coletivo
que nós temos que proteger nossas famílias, nossos colegas de trabalho e nos comportar,
ainda que reconheçamos que todos estamos cansados
Mas lembrando que epidemias são assim.
Essa é a primeira de uma geração mais jovem
Mas nós sabemos. Nós vivemos outras epidemias, vivemos o H1N1
Quando teve o H1N1, o Brasil estava preparado para enfrentar
Quando nós começamos a campanha, nós tínhamos 70 milhões de doses de vacina compradas,
estocadas, com seringa agulha e tudo
E não é o que está acontecendo agora
Agora é o momento de todos colaborarem, cada um fazer a sua parte, ajudar as autoridades,
ter consciência cívica, como eu tenho conclamado tantas vezes
Não adianta querer ser anárquico, desafiar uma ordem biológica que não é favorável
a nós, nesse momento
Ou nos comportamentos ou vamos colaborar para estatísticas que são terríveis
O que estamos vivendo é um filme de terror