BRASILEIRINHO - Waldir Azevedo o GÊNIO do CAVAQUINHO
Eu tenho certeza que você já ouviu pelo menos uma dessas três músicas
Essas que são as três composições mais famosas do genial mestre do cavaquinho WALDIR AZEVEDO
São elas: Pedacinhos do Céu, Delicado e Brasileirinho
Waldir Azevedo além de brilhante intérprete, ele era um compositor muito comunicativo
As músicas dele são dessas que ficam no nosso ouvido por horas
A propósito
Eu comecei tocando cavaquinho - e bandolim paralelamente - ainda muito criança
E a minha grande referência, ao cavaquinho, sempre foi o Waldir Azevedo
Da mesma maneira que eu aprendi a tocar bandolim
Ouvindo os discos de vinil
Ouvindo as gravações do Jacob
Eu aprendi cavaquinho ouvindo as gravações do Waldir
As 3 músicas que eu aprendi, foram justamente essas
Pedacinhos do Céu, Delicado e Brasileirinho
Acho que não nessa ordem
Acho que primeiro eu aprendi o Brasileirinho
Waldir Azevedo
Em 1949
Recém-casado com Dona Olinda
ele era funcionário da Light e, também,
Fazia parte do Regional do Dilermando Reis
Aquele grande violonista
E, certa vez, nos corredores da gravadora Continental
Ele estava improvisando uma melodia na primeira corda
E aí chegou o João de Barro, o Braguinha
Compositor e diretor artístico dessa gravadora, chegou:
"Escuta, Waldir, você não quer gravar um disco como solista?"
Waldir: "não, imagina, o que é isso? Eu faço parte do regional do Dilermando como acompanhador"
"Não, você grava, você grava o disco!"
Insistiu muito
Braguinha sabia que precisava substituir
O grande Jacob do Bandolim que tinha saído da Continental
E ido para a RCA Victor
E aí o Waldir acabou sendo convencido
e gravou o disco e foi um sucesso imediato
Estrondoso
Que música era?
Brasileirinho
Que coisa!
Waldir tinha esse negócio de ser comunicativo não só como intérprete
Como compositor
As gravações dele eram muito bem feitas
Com um balanço, assim, que era raro de se ouvir
Em grande parte a culpa desse balanço todo
Era do notável violonista JORGE SANTOS
O Regional era formado por:
Risadinha, pandeiro; Jorge Santos, violão de seis cordas e Francisco Sá, violão de 7 cordas
E havia um contrabaixo, também
O Waldir, com esse sucesso todo
Acabou seguindo carreira como solista
E foi emplacando um sucesso atrás do outro
Em 1950
Isto é, um ano depois, ele grava um baião de sua autoria chamado "Delicado"
E, aí, foi um sucesso maior ainda
E, dessa vez, ultrapassando os limites do Brasil
Foi sucesso no mundo inteiro
Uma orquestra americana gravou
Regravou o Delicado
E vendeu, naquela ocasião, um milhão de cópias
Waldir Azevedo ficou rico logo
Tem até uma historinha
Uma vez, ele excursionando pelo oriente médio
Uma dessas turnês
Entre um concerto e outro
Ele entrou numa lojinha de souvenirs
E comprou uma caixinha de música
Para trazer de lembrança para Dona Olinda Azevedo
E, quando abriu a caixinha, estava tocando o seu baião
Seu famoso baião, Delicado
Que coisa, não?
Eu me lembro do meu pai contando, que o Waldir, quando
Quando chegava em São Paulo, que ia até a loja Del Vecchio
Loja de instrumentos musicais no centro da cidade, na Rua Aurora
Entrava para comprar corda, tal
O trânsito parava na rua Aurora
Porque o pessoal falava "Waldir Azevedo está aí"
Então corria todo mundo, parava os carros ali
E entravam para ver o Waldir Azevedo
Que época, hein? Imagine!
Pensar que isso não faz tanto tempo assim, não é?
Em 1951
Waldir Azevedo lança um Choro romântico chamado Pedacinhos do Céu
E imagine, outro grande sucesso!
Essa música ele dedicou à sua família, sua esposa, filhas
E à casa onde viviam
Eu tenho um registro de um show
Gravado em São Paulo em 2008 ou 2009
Em que eu toco cavaquinho, e eu toco, justamente, essas três músicas
Esses três grandes sucessos de Waldir
Com arranjo do próprio Waldir
Eu começo com Pedacinhos do Céu
Eu toco a primeira parte, depois, Delicado
A primeira parte, também, e emendo com Brasileirinho
Engraçado que, recentemente, esse vídeo rodou bastante por aí
E chegou até mim, através de um amigo, e ele fez o seguinte comentário:
"Ah, agora, sim, hein, Danilo? Gostei de ver!
"Emagreceste, tiraste a barba"
Ele não se atentou que era um vídeo de 2008
Está valendo, está tudo bem [risos]
🎶 [Music] <p >[Applause] <p >Gostou? Inscreva-se! Faça seus comentários aqui! <p >Você, cavaquinhista, prestou atenção no "engasga gato"? <p >É "engasga gato" [risos] Eu explico <p >É esse trecho, aqui, da música: <p >Eu não sei muito porque é que chama "engasga gato" <p >Na verdade é, um amigo, antigamente, chegava, falava assim: <p >"Escuta, Danilo, me ensina o "engasga gato" aí" <p >Oxe! Ensinar o que, "home"? <p >O "engasga gato" aquele trecho do Brasileirinho [risos] <p >É um trecho bem enroscado mesmo, sabe? <p >Que puxa, repuxa, recontrapuxa <p >Cada um toca de um jeito <p >Mas o jeito certinho, conforme o compositor, é este aqui: <p >Bem devagarinho: <p >Eu tenho na memória algo que me felicita <p >Em uma dessas homengens ao Waldir Azevedo <p >Eu recebi um telefonema de um número desconhecido <p >Olhei, Rio de Janeiro <p >Quando eu atendi era Dona Olinda <p >Dona Olinda Azevedo, viúva do Waldir <p >E eu fiquei emocionado na hora <p >Eu não sei como ela chegou até mim, como ela conseguiu meu telefone <p >Acho que foi um amigo dela que estava na plateia, em um desses shows <p >Contou a ela que viu esse show <p >E ela me ligou para agradecer por ter feito essa homenagem a Waldir <p >E eu fiquei desconcertado. Eu fiquei emocionado com aquilo, sabe? <p >Ela de uma uma gentileza, de uma doçura <p >E, infelizmente, ela faleceu três meses depois <p >É... histórias e histórias... <p >Muito obrigado por essa audiência <p >Temos muito mais músicas, aqui, pela frente <p >Um grande forte abraço!