FÉRIAS - PARQUE AQUÁTICO | EMBRULHA PRA VIAGEM
Enfim, férias.
O gostoso de férias é que a gente descansa.
As crianças descansam.
E férias na pandemia tem milhares de opções.
Pra vocês terem uma ideia, hoje estamos no parque aquático.
Não é que nós fomos no parque aquático.
Estamos no parque aquático porque o parque aquático é aqui em casa.
Ontem a Joana chegou alegre do happy hour,
aí ela prometeu que ia levar toda criançada no parque aquático.
Aí eu fiquei feliz.
Acordei umas cinco da manhã, daí eu preparei tudo.
Fui lá, acordei a Joana.
Ai ela me comunicou que o parque aquático
ia ser aqui em casa.
Aí ela trouxe uma piscina grande inflável,
duas pequenas, uma banheira de bebê,
e uma boia de câmara de caminhão.
Aí ela disse, "Monta."
Aí eu peguei a boia, enchi no posto,
aí eu fui montar a piscina, é três por três.
Ela não cabia na nossa sala de jantar
conjugada com sala de TV.
Aí eu desmontei a mesa, desmontei o sofá.
Quando eu fui desmontar o rack,
a minha filha pré-adolescente, a Fê,
me deu uma bronca que eu tinha acordado ela com o barulho.
Aí eu levei um susto sem querer,
deixei cair a televisão, ela e espatifou no chão.
Foi o suficiente pra Joana chegar e ficar muito puta da vida
e falar que eu não sei educar as crianças.
Eu falei pra ela, calma, fica tranquila,
que eu paguei a garantia estendida.
Aí ela ficou louca da vida.
Ela falou que garantia estendida não cobre queda.
Ela não pensou duas vezes.
Pegou a máscara, colocou no queixo, e foi beber no boteco.
Quase que eu falei pra ela
quer dizer, pra ficar bebendo no boteco com máscara no queixo, tudo bem,
mas pra levar a criançada no parque aquático
aí é segunda onda de COVID.
Eu só não falei isso porque antes de tudo,
quando eu trabalhava fora e a Joana ficava em casa,
eu sempre adorava uma briguinha de manhã
porque eu já passava a tarde no boteco.
Então eu respirei, segurei o choro,
e não pedi pra cagar,
porque tinha tanta coisa pra fazer, né?
Aí eu fui lá, enchi a piscina grande,
enchi as duas pequenas, coloquei na cozinha.
A banheira eu coloquei na escadaria do prédio.
Meu filho Dudu ficou feliz da vida,
subiu na estante, deu um mergulhão
e aí voou água pra tudo quanto é lado,
inclusive na Fernanda, que tava fazendo chapinha.
Ela levou um choque, ficou louca da vida,
pegou uma tesoura, rasgou a piscina inteira.
Aí a água vazou pra dentro do hall,
foi no fosso do elevador, deu aquela pane,
Chamaram bombeiro, foi processo, assinei B.O.,
paguei a multa do condomínio,
saí correndo, peguei a boia de camara de caminhão,
cortei ela inteirinha, passei cola,
peguei o ferro, esquentei, remendei a piscina inteira,
enchi de água de novo, fui chamar os vizinhos.
Era o tempo que meu filho menor precisava
pra vomitar macarronada na piscina.
Aí eu olhei aquilo, respirei, segurei o choro,
e pedi pra cagar.
Agora tô aqui relaxando enquanto a criançada tá lá.
Nadando e comendo macarrão ao mesmo tempo.
E se for pensar, é prático né?
Porque eu não vou precisar servir lanche pra ninguém.
Será?