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PODCAST Português (*Generated Transcript*), Arte de ver o mundo

Arte de ver o mundo

Olá, pessoal, sejam todos muito bem-vindos a mais um podcast filosófico, atividade que

é promovida pela Organização Internacional Nova Acrópole do Brasil.

E para a nossa conversa de hoje, recebemos o professor voluntário da sede de São Caetano

do Sul, em São Paulo, José Roberto.

Seja muito bem-vindo.

Obrigado, Danilo.

É um grande prazer estar novamente aqui contigo, compartilhar da sua companhia e trocar com

você alguns tópicos filosóficos muito interessantes e também compartilhar com todas as pessoas

que nos acompanham.

Em nossa conversa de hoje, vamos falar sobre encontrar a arte de ver o mundo com a mente

e com o coração.

Naturalmente, que não vamos esgotar o tema, nossa ideia não é essa, e também não vamos

trazer aqui verdades absolutas, longe disso.

Como sempre, ressaltamos, vamos conversar, refletir e extrair elementos que a gente possa

levar para a nossa vida, para a nossa ação cotidiana, de forma prática, de forma efetiva.

Na obra da professora Délia Guzman, que é a diretora honorária de Nova Acrópole, onde

ela fala sobre o que fazemos com a mente e o coração, há algumas referências sobre

o que vamos abordar aqui, dentre outras ideias também filosóficas que podemos refletir

e fazer relação com esse tema.

E para iniciar, eu gostaria que você falasse o porquê esse tema é tão importante nos

dias de hoje.

Danilo, é muito interessante que na nossa época, vamos dizer assim, o ser humano já

faz uns bons séculos, ele tem a capacidade de ver o mundo, de tirar as suas conclusões

sobre as coisas, de fazer as suas análises de uma maneira quase que exclusivamente mental,

muito racional.

Às vezes nós percebemos que isso é muito valorizado na sociedade, a visão racional

das coisas, o ver as coisas dentro de uma lógica fria, uma lógica mental, uma lógica

racional, e nós nos baseamos para desenvolver um pouco a temática desse nosso bate-papo,

desse nosso podcast, justamente numa visão um pouquinho diferente da nossa, digamos

assim, que era clássica no mundo antigo, que não basta simplesmente a mente para que

o ser humano possa ter o seu contato com o mundo e a partir desse contato, então, tirar

as suas próprias conclusões.

Porque na visão desses povos, o ser humano não é uma criatura exclusivamente mental,

ele também possui emoções, ele possui sentimentos, e essas emoções, esses sentimentos, eles

acabam também interferindo nessa visão de mundo.

Também o ser humano tem uma necessidade de vivenciar aquilo, de externar aquilo que ele

vive nesse mundo interior de emoções, de sentimentos, de pensamentos, de ideias, porque

senão as ideias que ele tem sempre serão incompletas.

E muitas vezes, quando ele tiver que colocar essas ideias, essa sua visão de mundo na

prática, ele pode se frustrar porque vai perceber que aquilo que parece maravilhoso

no plano do pensamento, quando chega no mundo da ação concreta, não funciona.

E nós podemos citar, por exemplo, a nossa época, ela é muito profícua em exemplos

de elementos que são, do ponto de vista intelectual, do ponto de vista mental, maravilhosos, mas

que na prática acabam não funcionando, acabam não atendendo ao objetivo ao qual

as ideias se referem.

Nós percebemos que, por exemplo, se fosse para seguir todos os ditames da nossa, vamos

dizer assim, da nossa maneira de pensar convencional, quanto mais bens, quanto mais posses e quanto

mais dinheiro, mais felizes seriam as pessoas.

E é certo que há uma grande quantidade de pessoas que não têm o mínimo para viver,

mas isso não é uma situação de maioria.

É uma situação alarmante, com certeza, mas nós podemos dizer que uma boa parte das

pessoas possui condições medianas de vida e daí para um padrão mais confortável.

Ainda assim, nós percebemos que essa quantidade de posses que, de certa maneira, todos nós

ansiamos, todos anseiam, não é suficiente para garantir, por exemplo, o sentido de felicidade

e o sentido de realização.

Ou seja, nós temos uma ideia, quanto mais acesso a bens, quanto mais acesso a produtos,

quanto mais acesso a riquezas, mais satisfatória a vida da pessoa, mais feliz, mais realizada,

mais sociabilizada ela está.

E nós percebemos que não, que é uma ideia que, muitas vezes, quando se leva à prática,

acaba não levando à realização nem à felicidade, mas muitas vezes à angústia,

ao sentido de que alguma coisa está faltando e a querer sempre mais.

Então essa é uma das questões.

Por quê?

Porque esses antigos povos consideravam que...

Então essa é uma questão importante porque, nos baseando um pouquinho nos ensinamentos

deixados pelos grandes filósofos da humanidade, do Oriente ou do Ocidente, e também um pouco

na experiência desses antigos povos, quer nós estejamos falando dos gregos, dos romanos,

a mente tem o seu valor, mas ela é um elemento limitado para se ver a realidade, para ver

aquilo que é o mundo realmente, para suprir todas as nossas necessidades.

Então esses antigos povos eram muito interessantes porque eles consideravam que o ser humano

tem que levar em consideração que ele é um ser físico, ele atua numa esfera física,

ele também é um ser emocional, ele tem emoções, sentimentos, ele tem visões emocionais das

coisas, não é puramente racional, e esses dois elementos interferem na nossa capacidade

de pensar, na nossa capacidade mental, e que de certa maneira o indivíduo tem que ter uma

experiência física daquilo que ele considera uma ideia válida, ele tem que ter uma experiência

emocional para que, digamos assim, ele atue equilibradamente com esses três mundos para

que os seus anseios de felicidade, os seus anseios de realização, os seus anseios de

aproximação, os seus anseios de compreensão sejam melhor realizados.

Tem algo importante que eu gostaria que você falasse, José Roberto, que é a maneira que

nós vemos o mundo hoje, ou seja, a nossa visão de mundo hoje tem sido bastante egoísta,

isso não é um processo aleatório, aliás, nada no universo é aleatório e é ao acaso,

tudo tem um fundamento e uma pedagogia por trás, ou seja, há algo que se aprender.

E nesse exemplo que eu dei de uma pessoa egoísta, ela faz isso de maneira inconsciente

como uma autoproteção.

Eu gostaria que você falasse sobre essa ideia de ver o mundo de maneira equivocada, de maneira

que leva a enfrentamentos, ao afastamento de um com o outro e como nós podemos ver

isso, enxergar de uma outra maneira para que a gente possa também gerar uma nova forma

de vida através de valores humanos.

Entendo que isso é muito importante, por isso eu gostaria que você falasse dessa questão.

Sim, Danilo, você citou o exemplo do egoísmo e já deu até uma boa justificativa de por

que o egoísmo é um desses elementos que acabam interferindo na maneira como o ser

humano vê o mundo, porque ele se coloca no centro e todas as coisas na sua visão acabam,

digamos assim, o afetando e devem, digamos assim,


Arte de ver o mundo Die Kunst, die Welt zu sehen Art of seeing the world El arte de ver el mundo Konsten att se världen 看世界的艺术

Olá, pessoal, sejam todos muito bem-vindos a mais um podcast filosófico, atividade que

é promovida pela Organização Internacional Nova Acrópole do Brasil.

E para a nossa conversa de hoje, recebemos o professor voluntário da sede de São Caetano

do Sul, em São Paulo, José Roberto.

Seja muito bem-vindo.

Obrigado, Danilo.

É um grande prazer estar novamente aqui contigo, compartilhar da sua companhia e trocar com

você alguns tópicos filosóficos muito interessantes e também compartilhar com todas as pessoas

que nos acompanham.

Em nossa conversa de hoje, vamos falar sobre encontrar a arte de ver o mundo com a mente

e com o coração.

Naturalmente, que não vamos esgotar o tema, nossa ideia não é essa, e também não vamos

trazer aqui verdades absolutas, longe disso.

Como sempre, ressaltamos, vamos conversar, refletir e extrair elementos que a gente possa

levar para a nossa vida, para a nossa ação cotidiana, de forma prática, de forma efetiva.

Na obra da professora Délia Guzman, que é a diretora honorária de Nova Acrópole, onde

ela fala sobre o que fazemos com a mente e o coração, há algumas referências sobre

o que vamos abordar aqui, dentre outras ideias também filosóficas que podemos refletir

e fazer relação com esse tema.

E para iniciar, eu gostaria que você falasse o porquê esse tema é tão importante nos

dias de hoje.

Danilo, é muito interessante que na nossa época, vamos dizer assim, o ser humano já

faz uns bons séculos, ele tem a capacidade de ver o mundo, de tirar as suas conclusões

sobre as coisas, de fazer as suas análises de uma maneira quase que exclusivamente mental,

muito racional.

Às vezes nós percebemos que isso é muito valorizado na sociedade, a visão racional

das coisas, o ver as coisas dentro de uma lógica fria, uma lógica mental, uma lógica

racional, e nós nos baseamos para desenvolver um pouco a temática desse nosso bate-papo,

desse nosso podcast, justamente numa visão um pouquinho diferente da nossa, digamos

assim, que era clássica no mundo antigo, que não basta simplesmente a mente para que

o ser humano possa ter o seu contato com o mundo e a partir desse contato, então, tirar

as suas próprias conclusões.

Porque na visão desses povos, o ser humano não é uma criatura exclusivamente mental,

ele também possui emoções, ele possui sentimentos, e essas emoções, esses sentimentos, eles

acabam também interferindo nessa visão de mundo.

Também o ser humano tem uma necessidade de vivenciar aquilo, de externar aquilo que ele

vive nesse mundo interior de emoções, de sentimentos, de pensamentos, de ideias, porque

senão as ideias que ele tem sempre serão incompletas.

E muitas vezes, quando ele tiver que colocar essas ideias, essa sua visão de mundo na

prática, ele pode se frustrar porque vai perceber que aquilo que parece maravilhoso

no plano do pensamento, quando chega no mundo da ação concreta, não funciona.

E nós podemos citar, por exemplo, a nossa época, ela é muito profícua em exemplos

de elementos que são, do ponto de vista intelectual, do ponto de vista mental, maravilhosos, mas

que na prática acabam não funcionando, acabam não atendendo ao objetivo ao qual

as ideias se referem.

Nós percebemos que, por exemplo, se fosse para seguir todos os ditames da nossa, vamos

dizer assim, da nossa maneira de pensar convencional, quanto mais bens, quanto mais posses e quanto

mais dinheiro, mais felizes seriam as pessoas.

E é certo que há uma grande quantidade de pessoas que não têm o mínimo para viver,

mas isso não é uma situação de maioria.

É uma situação alarmante, com certeza, mas nós podemos dizer que uma boa parte das

pessoas possui condições medianas de vida e daí para um padrão mais confortável.

Ainda assim, nós percebemos que essa quantidade de posses que, de certa maneira, todos nós

ansiamos, todos anseiam, não é suficiente para garantir, por exemplo, o sentido de felicidade

e o sentido de realização.

Ou seja, nós temos uma ideia, quanto mais acesso a bens, quanto mais acesso a produtos,

quanto mais acesso a riquezas, mais satisfatória a vida da pessoa, mais feliz, mais realizada,

mais sociabilizada ela está.

E nós percebemos que não, que é uma ideia que, muitas vezes, quando se leva à prática,

acaba não levando à realização nem à felicidade, mas muitas vezes à angústia,

ao sentido de que alguma coisa está faltando e a querer sempre mais.

Então essa é uma das questões.

Por quê?

Porque esses antigos povos consideravam que...

Então essa é uma questão importante porque, nos baseando um pouquinho nos ensinamentos

deixados pelos grandes filósofos da humanidade, do Oriente ou do Ocidente, e também um pouco

na experiência desses antigos povos, quer nós estejamos falando dos gregos, dos romanos,

a mente tem o seu valor, mas ela é um elemento limitado para se ver a realidade, para ver

aquilo que é o mundo realmente, para suprir todas as nossas necessidades.

Então esses antigos povos eram muito interessantes porque eles consideravam que o ser humano

tem que levar em consideração que ele é um ser físico, ele atua numa esfera física,

ele também é um ser emocional, ele tem emoções, sentimentos, ele tem visões emocionais das

coisas, não é puramente racional, e esses dois elementos interferem na nossa capacidade

de pensar, na nossa capacidade mental, e que de certa maneira o indivíduo tem que ter uma

experiência física daquilo que ele considera uma ideia válida, ele tem que ter uma experiência

emocional para que, digamos assim, ele atue equilibradamente com esses três mundos para

que os seus anseios de felicidade, os seus anseios de realização, os seus anseios de

aproximação, os seus anseios de compreensão sejam melhor realizados.

Tem algo importante que eu gostaria que você falasse, José Roberto, que é a maneira que

nós vemos o mundo hoje, ou seja, a nossa visão de mundo hoje tem sido bastante egoísta,

isso não é um processo aleatório, aliás, nada no universo é aleatório e é ao acaso,

tudo tem um fundamento e uma pedagogia por trás, ou seja, há algo que se aprender.

E nesse exemplo que eu dei de uma pessoa egoísta, ela faz isso de maneira inconsciente

como uma autoproteção.

Eu gostaria que você falasse sobre essa ideia de ver o mundo de maneira equivocada, de maneira

que leva a enfrentamentos, ao afastamento de um com o outro e como nós podemos ver

isso, enxergar de uma outra maneira para que a gente possa também gerar uma nova forma

de vida através de valores humanos.

Entendo que isso é muito importante, por isso eu gostaria que você falasse dessa questão.

Sim, Danilo, você citou o exemplo do egoísmo e já deu até uma boa justificativa de por

que o egoísmo é um desses elementos que acabam interferindo na maneira como o ser

humano vê o mundo, porque ele se coloca no centro e todas as coisas na sua visão acabam,

digamos assim, o afetando e devem, digamos assim,