Testemunhos da repressão policial na Bielorrússia
[Testemunhos da repressão policial na Bielorrússia].
[Após as eleições, os bielorrussos testemunharam a repressão policial mais brutal na história recente do país: mais de 6 mil pessoas foram detidas por protestarem contra o governo e pelo menos 2 pessoas foram mortas. Anelise Borges conversou com a família de um dos manifestantes - que agora pede justiça].
As imagens da tortura a manifestantes bielorrussos estão no centro da cidade de Minsk, para todo o mundo ver. Uma exposição que ilustra a violência exercida pelo regime de Aleksander Lukashenko.
E o mundo ficou em estado de choque com imagens vindas da pequena nação pós-soviética onde a polícia de choque usou gás lacrimogéneo, recorreu a bastões e, segundo relatos, até mesmo a munições verdadeiras contra as pessoas que contestavam a vitória eleitoral de Lukashenko. Pelo menos duas pessoas morreram durante a repressão policial.
Aleksandr Taraikovsky foi uma delas. Participou nos protestos de segunda-feira, 10 de agosto Segundo as autoridades, morreu quando um dispositivo que pretendia atirar à polícia explodiu nas suas mãos.
A antiga companheira viu o corpo e diz que não não havia nenhuma prova que possa apoiar a versão da polícia. “Não havia sinais de queimaduras nas mãos, no corpo ou na cabeça. Só conseguíamos ver os pontos. No peito, pareceu-me que tinha uma ferida com pontos e um grande hematoma ..." , disse Alena Herman.
Alena diz que as autoridades demoraram dois dias para notificar a família (da morte de Taraikovsky). E no mesmo dia, foi lançado outro vídeo que retrata o exato momento da sua morte.
"Ele estava desarmado - Dá para ver que ele estava com os braços levantados e dizia alguma coisa à polícia - parecia que ele dizia: olha para mim, atira, aqui estou eu, sozinho, desarmado, (a andar na tua direção), mas porque não atiraram nas pernas? Quem será o responsável pela sua morte? ".
As pessoas colocaram flores no local da morte de Taraikovsky e os carros que passavam buzinaram em jeito de homenagem. Muitos dizem que o local passou a ser um símbolo da dor vivida em todo o país.
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O presidente Lukashenko diz que está a defender o país do caos. Na segunda-feira, fez um desafio surpreendente aos manifestantes: disse que "não haverá novas eleições na Bielorrússia a não ser que seja morto."
Alena diz que já houve mortes suficientes no país e que o objetivo agora deve ser a reconstrução de uma Bielorrússia mais justa,
"Ainda vejo a roupa dele coberta de sangue na minha cabeça, como ele se segurou e depois caiu. Quero que os responsáveis respondam na justiça”.