Dica 2 para melhorar a memória: Associar
Por que será que a gente não se lembra de como era ser um bebê? Isso tem uma explicação:
a neurogênese, que é o processo de formação de novos neurônios.
É justamente nos primeiros anos de vida que formamos muitos novos neurônios no hipocampo,
uma parte do cérebro importante para a formação de algumas memórias. Esses neurônios
novos competem com os antigos, apagando as memórias antigas para abrir mais espaço.
Eu sou Paula Adamo Idoeta, e este é o segundo vídeo da BBC News Brasil
com técnicas de memorização. O primeiro foi sobre como usar a técnica de visualização.
Quem me ensinou essa informação sobre a memória de bebês foi o livro Brain Bytes, de coautoria
do pesquisador Eric Chudler. Vamos, então, à técnica de
memorização: fazer elos, ou associações, entre as coisas de que você precisa se lembrar.
Esta dica é boa se você quer se lembrar de mais de um item, às vezes em uma determinada ordem.
Vamos fazer um teste com uma lista fictícia de supermercado?
Digamos que você queira comprar leite, pão, ovos, queijo e suco de laranja.
Tente conectar essas cinco palavras com imagens na sua cabeça, sugere o Eric Chudler.
Por exemplo: pensa no leite caindo da caixinha em cima de um pacote cheio de pão.
O pão formava um sanduíche com ovo dentro. O ovo sujou de amarelo o queijo.
O queijo tinha caído do alto de uma árvore cheia de laranjas.
Vai testando depois com uma lista maior de palavras.
Ou com palavras que não tenham nada a ver uma com a outra, mas que você precisa lembrar,
por exemplo, para os estudos. Se a ideia, por exemplo,
é lembrar quais potências estavam de qual lado na Segunda Guerra Mundial, você pode
tentar fazer associações que remetam aos países. Os países do Eixo, por exemplo, eram Alemanha,
Itália e Japão. Você pode imaginar uma alemã na Oktoberfest com uma bandeja na mão com
uma caneca de cerveja, um belo combinado de sushi, para te lembrar do Japão, e um
macarrão para te lembrar da Itália. Se quiser, pode inclusive deixar um pouco desse macarrão
escorrer da bandeja em referencia ao fato de que a Itália mudou de lado mais para o fim da guerra.
E para lembrar números? Principalmente se ele for comprido, tente fatiar,
ou dividir esse número em pedaços menores. O motivo é bem simples: coisas menores são
mais fáceis de se lembrar do que coisas maiores. É por isso que costumamos memorizar o nosso CPF
ou do nosso número de celular dividindo eles em duas, três ou quatro partes.
Também ajuda a memória se você der um significado para os números. Por exemplo,
se você precisa lembrar que seu amigo mora na casa 1066 da rua X, pode fatiar e associar
a algo que tenha sentido para você: “10 é a idade do meu filho”, “66 é a idade do meu pai”.
E assim, dividindo e dando sentido para os números,
fica fácil lembrar sequências curtas ou longas. Mas você talvez se pergunte: para que eu quero
ter uma boa memória, se posso pesquisar tudo na internet ou anotar no meu celular?
Sim, é verdade. A tecnologia mudou muito a nossa relação com a memória.
Mas você não pode contar sempre com o Google. Não pode pesquisar na prova, pelo menos presencial.
não vai parar para fazer uma pesquisa antes de participar de uma conversa presencial. E
tem também a importância de exercitar essa função cerebral. Segundo o Eric Chudler, as evidências
científicas indicam que estimular nossa memória tem um efeito positivo na saúde do cérebro
como um todo, em pessoas de todas as idades. E aí, gostou dessas dicas? Não vai embora não,
tem mais no próximo vídeo. Até já!