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Gloss Brazilian Portuguese Level 2+, Deveríamos estar comendo transgênicos?

Deveríamos estar comendo transgênicos?

Alexandre: Magali, 15 anos de produção de transgênicos no mundo. Afinal de contas, é seguro ou não, consumir alimentos transgênicos?

Magali: Alexandre, na realidade é muito seguro nós utilizarmos transgênicos na nossa alimentação, devido a todas as avaliações que são feitas com essas plantas antes delas serem liberadas comercialmente. Então nós podemos ter tranquilidade que estamos utilizando um alimento com a mesma qualidade e a mesma segurança ambiental que o alimento convencional. Isto porque nós temos regras bastante rígidas de avaliação, tanto ambiental como regras pra risco alimentar feitas pela CTNBio. Então nós temos na realidade uma segurança bastante grande no consumo dessas plantas.

Alexandre: Então essas regras envolvem o quê? Riscos de toxicidade, de alergia, o que que seria, especificamente?

Magali: Na realidade, o risco alimentar, ele envolve todos os riscos eh... da... que são avaliados se a planta é tóxica ou se a planta causa alergia pra população. Então, só depois que se tem certeza que essas plantas não representam nenhuma toxicidade nem alergicidade, é que elas são liberadas. Então nós podemos consumi-las com tranquilidade. E a nível ambiental, na realidade, é mais estudado o fluxo gênico pra se avaliar se esse gene da planta pode ser transferido para outros organismos e outras plantas, né? Então, tendo tudo isto sob controle, então pode ser liberado pra ser utilizado na...

Alexandre: Magali, por quê esse debate em torno dos transgênicos? Por que tem gente contra?

Magali: Porque as pessoas não confiam muito nos transgênicos porque é uma tecnologia nova. Mas, com 15 anos de plantio agora, as pessoas vão se tornando mais confortável [sic] em utilizar na alimentação, porque não existe risco nenhum pra alimentação... Isso está sendo trazido à tona, né, com todos esses relatórios que estão sendo publicados agora. Então, existe uma segurança muito maior na utilização desses alimentos. Outra preocupação bastante grande é com o meio-ambiente. Essas plantas transgênicas, elas poderiam liberar no meio-ambiente esses genes através do pólen, fazendo fluxo gênico com outras espécies. Mas, à medida que nós vamos controlando e tendo normatização pra utilização dos transgênicos, nós também estamos cuidando do meio-ambiente.

Alexandre: Vamos pegar por exemplo o milho transgênico, que é uma cultura de vocês aqui: é possível plantar milho transgênico perto de milho convencional?

Magali: Pode sim, desde que você obedeça à regulação, às normas de segurança, que pedem que o milho transgênico, né, tem que ficar em torno de 100 metros do milho não transgênico. Então você pode ter duas plantações, convencional e transgênico, uma lado a lado, sem nenhum problema, obedecendo essas regras.

Alexandre: Por que essa distância?

Magali: No caso, o milho é uma planta de fecundação cruzada. Então o pólen transgênico pode fecundar as plantas não transgênicas.

Alexandre: Uma reprodução sexuada, né?

Magali: Sexuada, exatamente. Isto que levaria a uma poluição gênica, certo? Então você, você taria misturando uma planta transgênica com uma não transgênica. Isto não é desejável, porque você tem que ter clareza do que que é transgênico, do que não é transgênico pra comercialização.

Alexandre: Então, em termos de mercado, você não pode dizer que o resultado desse plantio é o milho não transgênico.

Magali: Exatamente, tem que ter a segurança que o milho não transgênico é convencional e não transgênico, e que ele não possui nenhum gene extra; e que o milho transgênico é transgênico. Então, para que não ocorra essa, essa... esse cruzamento de informação de material genético entre essas duas plantas. Obedecendo às normas de distanciamento, você está seguro quanto a isso.

Alexandre: Magali, como é que tá o Brasil em relação à produção de transgênicos?

Magali: Bom, o que eu acho que é mais importante, mais entusiasmático na realidade é... a produção das plantas com alto valor nutritivo. No Brasil também tem vários grupos de pesquisa trabalhando com o melhoramento do valor nutricional em termos de vitaminas, proteínas de reserva, anti-oxidantes, e também tem outro grupo de pesquisadores que tão trabalhando principalmente soja, milho e trigo com esses genes de resistência, de tolerância aos estresses ambientais. Então, pra... ao meu ver, estas duas linhas de pesquisa são as mais importantes pra garantir, vamos dizer, que a gente consiga produzir maior quantidade de alimentos pra essa população crescente.

Alexandre: Magali, me diz uma coisa: você já viu uma clonagem de flores?

Magali: Já...

Alexandre: Já viu? Pois os nossos participantes do programa de hoje estão clonando uma violeta. E eu estou super curioso pra ver como é que eles estão se saindo. Eu só tenhho a agradecer sua participação aqui no Globo Ciências. A sua entrevista foi super esclarecedora. Valeu!

Magali: E pra nós, um prazer poder compartilhar um pouco do conhecimento...

Alexandre: É isso aí.

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Deveríamos estar comendo transgênicos? Should we be eating GMOs?

**Alexandre**: Magali, 15 anos de produção de transgênicos no mundo. Afinal de contas, é seguro ou não, consumir alimentos transgênicos?

**Magali:** Alexandre, na realidade é muito seguro nós utilizarmos transgênicos na nossa alimentação, devido a todas as avaliações que são feitas com essas plantas antes delas serem liberadas comercialmente. Então nós podemos ter tranquilidade que estamos utilizando um alimento com a mesma qualidade e a mesma segurança ambiental que o alimento convencional. Isto porque nós temos regras bastante rígidas de avaliação, tanto ambiental como regras pra risco alimentar feitas pela CTNBio. ||||||||||||||||||CTNBio Então nós temos na realidade uma segurança bastante grande no consumo dessas plantas.

**Alexandre:** Então essas regras envolvem o quê? Riscos de toxicidade, de alergia, o que que seria, especificamente?

**Magali:** Na realidade, o risco alimentar, ele envolve todos os riscos eh... da... que são avaliados se a planta é tóxica ou se a planta causa alergia pra população. Então, só depois que se tem certeza que essas plantas não representam nenhuma toxicidade nem alergicidade, é que elas são liberadas. Então nós podemos consumi-las com tranquilidade. E a nível ambiental, na realidade, é mais estudado o fluxo gênico pra se avaliar se esse gene da planta pode ser transferido para outros organismos e outras plantas, né? Então, tendo tudo isto sob controle, então pode ser liberado pra ser utilizado na...

**Alexandre:** Magali, por quê esse debate em torno dos transgênicos? Por que tem gente contra?

**Magali:** Porque as pessoas não confiam muito nos transgênicos porque é uma tecnologia nova. Mas, com 15 anos de plantio agora, as pessoas vão se tornando mais confortável [sic] em utilizar na alimentação, porque não existe risco nenhum pra alimentação... Isso está sendo trazido à tona, né, com todos esses relatórios que estão sendo publicados agora. Então, existe uma segurança muito maior na utilização desses alimentos. Outra preocupação bastante grande é com o meio-ambiente. Essas plantas transgênicas, elas poderiam liberar no meio-ambiente esses genes através do pólen, fazendo fluxo gênico com outras espécies. Mas, à medida que nós vamos controlando e tendo normatização pra utilização dos transgênicos, nós também estamos cuidando do meio-ambiente.

**Alexandre:** Vamos pegar por exemplo o milho transgênico, que é uma cultura de vocês aqui: é possível plantar milho transgênico perto de milho convencional?

**Magali:** Pode sim, desde que você obedeça à regulação, às normas de segurança, que pedem que o milho transgênico, né, tem que ficar em torno de 100 metros do milho não transgênico. Então você pode ter duas plantações, convencional e transgênico, uma lado a lado, sem nenhum problema, obedecendo essas regras.

**Alexandre:** Por que essa distância?

**Magali:** No caso, o milho é uma planta de fecundação cruzada. Então o pólen transgênico pode fecundar as plantas não transgênicas.

**Alexandre:** Uma reprodução sexuada, né?

**Magali:** Sexuada, exatamente. Isto que levaria a uma poluição gênica, certo? Então você, você taria misturando uma planta transgênica com uma não transgênica. |||would be|||||||| Isto não é desejável, porque você tem que ter clareza do que que é transgênico, do que não é transgênico pra comercialização.

**Alexandre:** Então, em termos de mercado, você não pode dizer que o resultado desse plantio é o milho não transgênico.

**Magali:** Exatamente, tem que ter a segurança que o milho não transgênico é convencional e não transgênico, e que ele não possui nenhum gene extra; e que o milho transgênico é transgênico. Então, para que não ocorra essa, essa... esse cruzamento de informação de material genético entre essas duas plantas. Obedecendo às normas de distanciamento, você está seguro quanto a isso.

**Alexandre:** Magali, como é que tá o Brasil em relação à produção de transgênicos?

**Magali:** Bom, o que eu acho que é mais importante, mais entusiasmático na realidade é... a produção das plantas com alto valor nutritivo. No Brasil também tem vários grupos de pesquisa trabalhando com o melhoramento do valor nutricional em termos de vitaminas, proteínas de reserva, anti-oxidantes, e também tem outro grupo de pesquisadores que tão trabalhando principalmente soja, milho e trigo com esses genes de resistência, de tolerância aos estresses ambientais. Então, pra... ao meu ver, estas duas linhas de pesquisa são as mais importantes pra garantir, vamos dizer, que a gente consiga produzir maior quantidade de alimentos pra essa população crescente.

**Alexandre:** Magali, me diz uma coisa: você já viu uma clonagem de flores?

**Magali:** Já...

**Alexandre:** Já viu? Pois os nossos participantes do programa de hoje estão clonando uma violeta. E eu estou super curioso pra ver como é que eles estão se saindo. Eu só tenhho a agradecer sua participação aqui no Globo Ciências. A sua entrevista foi super esclarecedora. Valeu!

**Magali:** E pra nós, um prazer poder compartilhar um pouco do conhecimento...

**Alexandre:** É isso aí.