×

Ми використовуємо файли cookie, щоб зробити LingQ кращим. Відвідавши сайт, Ви погоджуєтесь з нашими правилами обробки файлів «cookie».


image

Introdução ao Texto Acadêmico (Introduction to Academic Text, Discurso Direto e Indireto

Discurso Direto e Indireto

[vinheta ♫♫♫]

Olá pessoal! O objetivo da nossa aula de hoje é apresentar o discurso direto e indireto no texto acadêmico.

No vídeo anterior, sobre o tema da intertextualidade, nós apresentamos esse tema

de maneira geral, revelando a importância e a necessidade do texto acadêmico trazer a voz

do outro, manifestar uma rede de conhecimentos e de saberes entre o texto e textos anteriores.

Afinal, o conhecimento científico, ele é construído a muitas mãos e muitas vozes.

Hoje, nós faremos uma apresentação um pouco mais focada na estrutura frasal, na importância em uma observação um

pouco mais técnica, deste elemento fundamental da intertextualidade explícita e que se manifesta

sob 2 formas que são: o discurso direto e o discurso indireto, observando a sua configuração

no texto acadêmico. Em especial, em 2 gêneros: o artigo científico e a resenha acadêmica.

De acordo com Cohrs, uma grande estudiosa da linguística textual, nós podemos ouvir em um texto,

diversas vozes. Essas vozes, elas se manifestam de diversas maneiras e elas então, indicam outras vozes,

outras pessoas que são inseridas no texto pelo autor, com diversas funções.

Esse recurso a outras vozes é o que nós chamamos de intertextualidade explícita. No outro vídeo e de maneira mais específica é o que

nós chamamos também, de forma mais comum, de citação.

O tema da citação, ele é bastante estudado, acredito no ensino médio, em outros ambientes. Só que o objetivo do nosso estudo de hoje,

nosso vídeo de hoje, é apresentar a situação, a citação dentro do texto científico.

Como ela se configura, qual é a sua função. Existem basicamente 2 tipos de citações: a citação que causa um efeito de

aproximar o leitor da voz do outro autor e em que nós reproduzimos fielmente as palavras que foram ditas.

É uma cópia do que foi dito. É o que nós chamamos de discurso direto.

A segunda forma é a que propõe uma espécie de uma tradução, de uma explicação, como se eu mastigasse o discurso do outro.

Não é exatamente o que ele disse. É uma interpretação, é o que nós chamamos, o discurso indireto.

Logo, discurso direto, ele é ligado a forma das palavras e o discurso indireto é ligado ao conteúdo das palavras.

Basicamente, aqui nós temos 2 exemplos bem simples de discurso direto e indireto.

Primeiro discurso direto. Pedro perguntou ao seu amigo: " Qual a sua cor favorita"?

E o discurso indireto. Pedro pergunta ao amigo, qual era a sua cor favorita.

O que nós observamos nesse simples exemplo? Que há uma transposição do verbo e há um apagamento das aspas.

O discurso direto, então, apresenta as aspas, e o discurso indireto não apresenta as aspas.

Além disso, o verbo que está colocado no presente, ele passa para o pretérito. O que acontece aqui?

Antes, eu tinha falado que o discurso direto apresentava o texto de uma maneira fiel e o

discurso indireto seria mais uma interpretação. É claro que aqui está muito próximo.

No entanto, o discurso direto, ele poderia ter uma manipulação um pouco maior. O discurso direto também poderia

ser algo do tipo: Pedro perguntou ao amigo qual é a sua cor preferida. Justamente, porque o leitor,

ele não tem esse controle da leitura do autor, o autor, ele pode fazer um pouco, essa manipulação

e trocar um pouco do conteúdo, que nós não podemos, muitas vezes, ter esse acesso tão fácil.

Existem, então, alguns verbos que introduzem o discurso do outro, tanto no discurso direto quanto no discurso indireto.

No exemplo anterior, nós utilizamos o verbo perguntar. Aqui, só a título de reflexão,

alguns exemplos: afirmar, sugerir declarar, alegar. Só nesses 4 primeiros verbos - afirmar, sugerir,

declarar e alegar - nós já vemos que o autor, ao trocar o sentido de uma palavra,

já altera o sentido de todo o conteúdo que vem depois. Então, essa escolha desse verbo, que introduza o discurso direto,

é muito sutil e gera efeitos de sentido no discurso, muito diferente.

Por que uma coisa é eu dizer que o autor sugeriu a cura da Aids. Outra coisa é dizer que o autor declarou a cura da Aids.

E outra coisa é o autor dizer que ele nega a cura da Aids.

Então, há essa mudança de verbos, ela traz efeitos muito diferenciados no discurso. Porque o alegar, por exemplo,

parece que a pessoa está se defendendo. "Fulano alegou que..." ...parece que ele está se defendendo daquela afirmação que ele mesmo faz.

Enquanto que declarou, ele tem um certo orgulho daquilo que ele está afirmando.

Então, esses verbos, eles modalizam o dizer. Vejam mais um: proclamar, assegurar, confirmar, muita força, né?

Refutar, garantir, concluir, constatar. Bom, professora, "garantir" é muito diferente do que "alegar".

Então, cada um desses verbos, ele vai ter uma força argumentativa diferente, na hora que eu trouxer aquela afirmação do outro.

Dependendo de como o autor lê esse outro texto, se ele lê esse outro texto com mais fé, com menos fé, com mais certeza do que

aquele outro autor está colocando. Isso vai influenciar bastante a escrita e também a nossa leitura posterior.

Justamente, é o que nós chamamos de... é um fenômeno da subjetividade no discurso,

que está manifestada nesse verbo dicendi. Os discursos direto e indireto revelam a interpretação

do autor do texto, sua leitura pessoal, a partir de algumas marcas ou pistas que ele deixa,

ao tentar reproduzir, entre aspas, as ideias do outro. Então, na verdade, não é uma reprodução.

Na verdade, é sempre como eu estou lendo, se aquela afirmação do cientista, ele está afirmando a cura da aids,

se ele está alegando, se ele está se defendendo, se ele está garantindo. É muito diferente.

E, como nós vimos, um verbo dicendi é uma dessas marcas principais que introduz o discurso do outro.

O autor pode escolher um verbo dicendi que quiser e nessa escolha, que o conteúdo do verbo influencia interpretação textual subsequente.

Então é isso que, pra resumir, nós chamamos de subjetividade no discurso.

E que não se marca apenas no verbo dicendi, mas se marca na própria escolha do autor entre discurso direto e indireto.

Quando ele faz essas relações com outros autores em seus dizeres. Então aqui, a gente tem

outros exemplos. Saussure concluiu que a língua é um sistema de signos. Saussure argumentou que a língua

sistema de signos e Saussure, sugeriu que a língua é um sistema de signos.

Vemos que aí nesses 3 verbos, nós temos 3 frases bem diferentes, em que o autor ele vai trazer posições diferentes.

Provavelmente, no primeiro: Saussure concluiu...eu estou trazendo um percurso lógico do Saussure.

No segundo, Saussure argumentou...provavelmente, eu não sou Saussuriana e talvez eu vou trazer uma posição dizendo ele argumentou "X",

mas eu penso isso. Então é um outro posicionamento, né? Que talvez eu não vou ver aderir ao pensamento

do Saussure na segunda frase. E na terceira frase, Saussure sugeriu...é uma posição mais tímida,

em que o autor, provavelmente, ele não quer se comprometer muito com esse dizer. Então são inúmeras possibilidades,

mostrando a subjetividade no discurso, que é nada mais do que a posição do autor, a sua visão em

relação àquilo que ele afirma. Se é uma posição mais firme, se é uma posição mais tímida,

se é uma posição de defesa, de briga, de confronto. Como é que se dão essas vozes?

Como é que essas vozes estão colocadas no texto?

Aqui, a gente vê 3 posições bem diferentes, sobre a mesma ideia básica. A língua é um sistema de signos.

Então, a gente, além dos verbos dicendi, o discurso indireto, ele é marcado e também o direto, ele é marcado com alguns elementos:

Conforme, consoante, para, de acordo, segundo. Conforme Saussure, para Saussure, de acordo com Saussure, segundo Saussure, consoante Saussure.

Aqui nós temos exemplos: de acordo com Saussure, a língua é um sistema de signos e para Saussure a língua é um sistema de signos.

E a estrutura sintática resultante é o conectivo, mas o autor, assim consome, a ideia do outro.

Aqui, nós temos, então, bem importante destacar, as funções de citações nos artigos científicos.

A que que o artigo científico precisa de citação? Qual é o objetivo? Qual é o sentido?

Então nós temos 4 sentidos principais e que nem todos esses 4 estão colocados em um único artigo.

Isso é um levantamento, uma pesquisa com grupo de artigos de um pesquisador, de um ministro e ele chegou a essas 4 funções ou citações do artigo científico.

A primeira, seria de complementação como marca de novidade, em que o autor traz uma série de argumentos e no fim,

ele traz uma citação para complementar e trazendo uma espécie de uma novidade, dando relevo para aquele autor.

Ele trouxe, fez uma sequência: Fulano 2011, 2012, 2013, ele traz Fulano 2015, como uma marca de novidade.

Dando relevo de que esse autor, bem contemporâneo, ele corrobora a argumentação anterior.

A segunda função da citação é a de confirmação e concordância, com o meu argumento.

A terceira é o diálogo como consenso científico. Então, muitas vezes, especialmente nas ciências exatas, nas ciências sociais aplicadas,

essa ideia de consenso científico é muito importante. Então, eu trago muitos autores

e eu trago autores para corroborar, às vezes, em nota de rodapé, às vezes sem a citação do discurso direto

e indireto. Só uma menção bem breve, então pra engrossar o caldo. Que eu digo é trazer muitos

autores. Isso a gente vai observar muito nos artigos. Têm artigos com 50 citações, têm artigos

com 10 ou 15, depende muito da área. E essa ideia do consenso científico, é ideia realmente de trazer

muitas citações, de forma bastante breve, de modo a mostrar ao leitor que aquele tema, ele tem bastante produtividade.

Várias pessoas concordaram com aquela ideia.

E por fim, a referenciação bibliográfica em enunciados com o apagamento dos limites entre os diferentes discursos.

Então, nesse caso a situação é como se o autor, ele buscasse trazer, realmente, uma fusão de ideias

buscando apagar esses limites e trazer realmente uma voz mais coletiva, mais geral.

Então, essas seriam as 4 funções ou 4 usos. E, claro, que essas 4 funções não aparecem todas em um único artigo.

A gente tem que observar como cada uma dessas funções aparecem em diferentes artigos e nas mais diferentes áreas do conhecimento.

É bem importante a gente analisar o porquê do autor utilizar citação. Seja em discurso direto ou indireto.

Uma certa aula, um aluno me perguntou, ele ficou bem espantado do porquê que se usa bastante discurso indireto,

lá nos artigos dele. Quando ele achava que se utilizava mais um discurso direto. São convenções, pessoal.

Vocês têm que ver que cada área, cada assunto, vai ter uma formatação específica e o nosso exercício

que eu vou pedir para vocês fazerem, logo em seguida, é justamente um exercício de observação pra que

vocês possam verificar: o que aparece mais em uma determinada área? Discurso direto ou indireto?

Eu não tenho como responder para vocês. Vocês têm que fazer essa observação, do que é mais comum na

escrita da área de vocês. Já entrando um pouco nessas diferenças, a gente vai discutir um pouco

a diferença de citação em alguns gêneros científicos.

Por exemplo, o artigo científico e na resenha. Como é que isso, formalmente se marca, tecnicamente se marca?

Nós trabalharemos, então, com esses dois gêneros: o artigo e a resenha.

No artigo científico, a gente sempre coloca o sobrenome do autor e entre parênteses o ano, vírgula, a página.

Independente se for discurso direto ou indireto. Saussure, 1916, página 14, afirma que a língua é um sistema de signos. Saussure, 1916, página 14,

afirma: "a língua é um sistema de signos." Então sempre tem que colocar o ano e a página.

Na resenha acadêmica, como nós temos apenas um autor, a gente só coloca a página, porque a referência já está colocada, uma vez no texto.

Quando o autor, ele tem mais de uma publicação por ano, a ABNT sugere

por exemplo, Souza, 2014, A. Souza, 2014, B. Por que isso? Porque o autor, ele tem 2 publicações

no mesmo ano e pra não confundir, lá na lista de referências bibliográficas.

Eu sugiro pra vocês, que vocês consultem a ABNT para verificar esses detalhes técnicos. Quando utilizar o "idem"?

Quando utilizar o "ibidem"? Como fazer referência? Por exemplo, se o sobrenome do autor é Silva Júnior: vai só Júnior?

Não, é Silva Júnior. Júnior não é sobrenome. Então, uma série de dúvidas que vocês podem ter, em termos técnicos,

eu sugiro que vocês consultem a ABNT, porque ela vai trazer então, responder essas dúvidas.

Vimos então, que no artigo a gente sempre coloca o ano e a página, e na resenha apenas a página, entre parênteses.

Bom, aqui nós temos o pesquisador José Bessa, trazendo uma crítica ao uso das citações diretas.

Por quê? Parece haver uma tendência no artigo científico a utilizar mais o discurso indireto.

Ainda assim, a citação direta, muitas vezes, é bem frequente.

"É, pois, o texto acadêmico científico que se tece com remendos de excesso de citações, e principalmente de citações diretas,

que mais incomoda a qualquer leitor mais exigente. Incomoda pelo fato de se entender que os citações deve favorecer

o reforço, o esclarecimento, a explicação de ideias expressas pelo autor do texto, funcionando como

suporte à construção de argumentos no corpo do texto, e não como ideias principais, ditando as tramas do tecido textual.

Então, quando a gente usa citação direta, parece que a gente está dando muito relevo

para a voz do outro, está dando o holofote pro outro.

Enquanto que no artigo, eu tenho que dar voz pra minha ideia. O autor já escreveu os livros dele.

Ele já tem os minutos de fama dele, os anos de fama dele ou a notoriedade dele. Então, o uso excessivo de citações direta,

ele pode gerar um certo efeito repetitivo, de cansaço, de dar o foco excessivo pra voz do outro,

quando o correto é eu trazer citação do outro, e não dar destaque para que o outro fez.

O outro não precisa de destaque, quem precisa de destaque sou eu. Eu é que tenho que sobressair com a minha voz.

Então, isso é importante a gente ter...e pensar um pouco nesses usos e abusos das citações diretas.

E é claro, também, da citação indireta. Bom, aqui então eu indico pra vocês um exercício bem importante de fazer,

porque é só na prática da leitura que vocês vão conseguir observar citação direta,

suas funções, a sua estrutura e a sua forma.

Primeiro: selecione 3 artigos científicos sobre o mesmo tema. Analise a utilização de citações. Como.

Utiliza-se mais citações diretas ou indiretas nos 3 artigos? Que motivos você atribui para esse resultado?

Próxima pergunta: quais os verbos dicendi utilizados para a citação direta?

Como eles influenciam na argumentação do texto? E por fim: qual a função das citações diretas nos artigos analisados?

Há diferença de sentido entre os textos? No uso da citação direta, tem algum artigo que a citação direta tem mais importância?

Exercício número 2, que é para a resenha acadêmica.

Selecione 3 resenhas sobre o mesmo tema. Analise a utilização de citações. Utiliza-se citações mais diretas ou indiretas?

Que motivos você atribui para esse resultado? Quais os verbos dicendi utilizados para a citação direta?

Como eles influenciaram a argumentação do texto? E quais os verbos dicendi utilizados para citação indireta?

Como eles influenciam a argumentação do texto? Com estes 2 exercícios e esses 2 gêneros

científicos, de uma área, de um tema que interessa a vocês a leitura, acredito que vocês têm uma boa

observação do uso, a funcionalidade e a forma da citação direta. Muito obrigada!

[vinheta ♫♫♫]

Discurso Direto e Indireto Direkte und indirekte Rede Direct and Indirect Speech Discurso directo e indirecto Mowa bezpośrednia i pośrednia

[vinheta ♫♫♫]

Olá pessoal! O objetivo da nossa aula de hoje é apresentar o discurso direto e indireto no texto acadêmico.

No vídeo anterior, sobre o tema  da intertextualidade, nós apresentamos esse tema |||||||intertekstualitet||||

de maneira geral, revelando a importância e a necessidade do texto acadêmico trazer a voz

do outro, manifestar uma rede de conhecimentos e de saberes entre o texto e textos anteriores. ||||||kunnskaper|||kunnskap||||||

Afinal, o conhecimento científico, ele é construído a muitas mãos e muitas vozes.

Hoje, nós faremos uma apresentação um pouco mais focada na estrutura  frasal, na importância em uma observação um |||||||||||setningsstruktur||||||

pouco mais técnica, deste elemento fundamental da intertextualidade explícita e que se manifesta

sob 2 formas que são: o discurso direto e o discurso indireto, observando a sua configuração |former|||||||||||||

no texto acadêmico. Em especial, em 2 gêneros: o artigo científico e a resenha acadêmica.

De acordo com Cohrs, uma grande estudiosa da linguística textual, nós podemos ouvir em um texto,

diversas vozes. Essas vozes, elas se manifestam de diversas maneiras e elas então, indicam outras vozes, |stemmer||||||||||||||

outras pessoas que são inseridas no texto pelo autor, com diversas funções.

Esse recurso a outras vozes é o que nós chamamos de intertextualidade explícita. No outro vídeo e de maneira mais específica é o que ||||andre stemmer|||||||||||||||||||

nós chamamos também, de forma mais comum, de citação. ||||||||sitat

O tema da citação, ele é bastante estudado, acredito no ensino médio, em outros ambientes. Só que o  objetivo do nosso estudo de hoje,

nosso vídeo de hoje, é apresentar a situação, a citação dentro do texto científico.

Como ela se configura, qual é a sua função. Existem basicamente 2 tipos de citações: a citação que causa um efeito de

aproximar o leitor da voz do outro autor e em que nós reproduzimos fielmente as palavras que foram ditas. |||||||||||||trofast gjengi|||||

É uma cópia do que foi dito. É o que  nós chamamos de discurso direto.

A segunda forma é a que propõe uma espécie de uma tradução, de uma explicação, como se eu mastigasse o discurso do outro. |||||||||||oversettelse|||||||tygget på||||

Não é exatamente o que ele disse. É uma interpretação, é o que nós chamamos, o discurso indireto.

Logo, discurso direto, ele é ligado a forma das palavras e o discurso indireto é ligado ao conteúdo das palavras. ||direkte||||||||||tale|||||||

Basicamente, aqui nós temos 2 exemplos bem simples de discurso direto e indireto.

Primeiro discurso direto. Pedro perguntou ao seu amigo: " Qual a sua cor favorita"?

E o discurso indireto. Pedro pergunta  ao amigo, qual era a sua cor favorita.

O que nós observamos nesse simples exemplo? Que há uma transposição do verbo e há um apagamento das aspas. ||||||||||||||||fjerning||anførselstegn

O discurso direto, então, apresenta as aspas, e o discurso indireto não apresenta as aspas. ||||||anførselstegn||||||||

Além disso, o verbo que está colocado no presente, ele passa para o pretérito. O que acontece aqui?

Antes, eu tinha falado que o discurso direto apresentava o texto de uma maneira fiel e o

discurso indireto seria mais uma interpretação. É claro que aqui está muito próximo.

No entanto, o discurso direto, ele poderia ter uma manipulação um pouco maior. O discurso direto também poderia

ser algo do tipo: Pedro perguntou ao amigo qual é a sua cor preferida. Justamente, porque o leitor,

ele não tem esse controle da leitura do autor, o autor, ele pode fazer um pouco, essa manipulação

e trocar um pouco do conteúdo, que nós não podemos, muitas vezes, ter esse acesso tão fácil.

Existem, então, alguns verbos que introduzem o discurso do outro, tanto no discurso direto quanto no discurso indireto.

No exemplo anterior, nós utilizamos o verbo perguntar. Aqui, só a título de reflexão,

alguns exemplos: afirmar, sugerir declarar, alegar. Só nesses 4 primeiros verbos - afirmar, sugerir, ||bekrefte|foreslå|erklære|påstå||||||

declarar e alegar - nós já vemos que o autor, ao trocar o sentido de uma palavra,

já altera o sentido de todo o conteúdo que vem depois. Então,  essa escolha desse verbo, que introduza o discurso direto,

é muito sutil e gera efeitos de sentido no discurso, muito diferente. ||subtil|||||||||

Por que uma coisa é eu dizer que o autor sugeriu a cura da Aids. Outra coisa é dizer que o autor declarou a cura da Aids.

E outra coisa é o autor dizer que ele nega a cura da Aids. ||||||||han|nekter å godta||||

Então, há essa mudança de verbos, ela traz efeitos muito diferenciados no discurso. Porque o alegar, por exemplo,

parece que a pessoa está se defendendo. "Fulano alegou que..." ...parece que ele está se defendendo daquela afirmação que ele mesmo faz. |||||||"En eller annen"||||||||||||||

Enquanto que declarou, ele tem um certo orgulho daquilo que ele está afirmando.

Então, esses verbos, eles modalizam o dizer. Vejam mais um: proclamar, assegurar, confirmar, muita força, né?

Refutar, garantir, concluir, constatar. Bom, professora, "garantir" é muito diferente do que "alegar".

Então, cada um desses verbos, ele vai ter uma força argumentativa diferente, na hora que eu trouxer aquela afirmação do outro. ||||||||||||i||||||||

Dependendo de como o autor lê esse outro texto, se ele lê esse outro texto com mais fé, com menos fé, com mais certeza do que

aquele outro autor está colocando. Isso vai influenciar bastante a escrita e também a nossa leitura posterior.

Justamente, é o que nós chamamos de... é um fenômeno da subjetividade no discurso,

que está manifestada nesse verbo dicendi. Os discursos direto e indireto revelam a interpretação |||||"å si"||||||||

do autor do texto, sua leitura pessoal, a partir de algumas marcas ou pistas que ele deixa,

ao tentar reproduzir, entre aspas, as ideias do outro. Então, na verdade, não é uma reprodução.

Na verdade, é sempre como eu estou lendo, se aquela afirmação do cientista, ele está afirmando a cura da aids,

se ele está alegando, se ele está se defendendo, se ele está garantindo. É muito diferente.

E, como nós vimos, um verbo dicendi é uma dessas marcas principais que  introduz o discurso do outro.

O autor pode escolher um verbo dicendi que quiser e nessa escolha, que o conteúdo do verbo influencia interpretação textual subsequente. |||velge|||||||||||||||||

Então é isso que, pra resumir, nós  chamamos de subjetividade no discurso.

E que não se marca apenas no verbo dicendi, mas se marca na própria escolha do autor entre discurso direto e indireto.

Quando ele faz essas relações com  outros autores em seus dizeres. Então aqui, a gente tem

outros exemplos. Saussure concluiu que a língua é um sistema de signos. Saussure argumentou que a língua ||Saussure argumenterte at||||||||||||||

sistema de signos e Saussure, sugeriu que a língua é um sistema de signos.

Vemos que aí nesses 3 verbos, nós temos 3 frases bem diferentes, em que o autor ele vai trazer posições diferentes.

Provavelmente, no primeiro: Saussure concluiu...eu estou trazendo um percurso lógico do Saussure.

No segundo, Saussure argumentou...provavelmente, eu não sou Saussuriana e talvez eu vou trazer uma posição dizendo ele argumentou "X", ||||sannsynligvis|||||||||||||||"han argumenterte"

mas eu penso isso. Então é um outro posicionamento, né? Que talvez eu não vou ver aderir ao pensamento

do Saussure na segunda frase. E na terceira frase, Saussure sugeriu...é uma posição mais tímida,

em que o autor, provavelmente, ele não quer se comprometer muito com esse dizer. Então são inúmeras possibilidades,

mostrando a subjetividade no discurso, que é nada mais do que a posição do autor, a sua visão em

relação àquilo que ele afirma. Se é uma posição mais firme, se é uma posição mais tímida,

se é uma posição de defesa, de briga, de confronto. Como é que se dão essas vozes?

Como é que essas vozes estão colocadas no texto? ||||stemmer||||

Aqui, a gente vê 3 posições bem diferentes, sobre a mesma ideia básica. A língua é um sistema de signos.

Então, a gente, além dos verbos dicendi, o discurso indireto, ele é marcado e também o direto, ele é marcado com alguns elementos:

Conforme, consoante, para, de acordo, segundo. Conforme Saussure, para Saussure, de acordo com Saussure, segundo Saussure, consoante Saussure. I henhold til|I samsvar med|ifølge|i følge|i henhold til|Ifølge|I henhold til||||||||||I samsvar med|

Aqui nós temos exemplos: de acordo com Saussure, a língua é um sistema de signos e para Saussure a língua é um sistema de signos.

E a estrutura sintática resultante é o  conectivo, mas o autor, assim consome, a ideia do outro. ||||||||men|||slik|forbruker||||

Aqui, nós temos, então, bem importante destacar, as funções de citações nos artigos científicos. ||||||fremheve|||||||

A que que o artigo científico precisa de citação? Qual é o objetivo? Qual é o sentido?

Então nós temos 4 sentidos principais e que nem todos esses 4 estão colocados em um único artigo.

Isso é um levantamento, uma pesquisa com grupo de artigos de  um pesquisador, de um ministro e ele chegou a essas 4 funções ou citações do artigo científico.

A primeira, seria de complementação como marca de novidade, em que o autor traz uma série de argumentos e no fim,

ele traz uma citação para complementar e trazendo uma espécie de uma novidade, dando relevo para aquele autor.

Ele trouxe, fez uma sequência: Fulano 2011, 2012, 2013, ele traz Fulano 2015, como uma marca de novidade.

Dando relevo de que esse autor, bem contemporâneo, ele corrobora a argumentação anterior. |||||||||bekrefter|||

A segunda função da citação é a de confirmação e concordância, com o meu argumento.

A terceira é o diálogo como consenso científico. Então, muitas vezes, especialmente nas ciências exatas, nas ciências sociais aplicadas,

essa ideia de consenso científico é muito importante. Então, eu trago muitos autores

e eu trago autores para corroborar, às vezes, em nota de rodapé, às vezes sem a citação do discurso direto ||||||||og jeg bringer|||||||||||

e indireto. Só uma menção bem breve, então pra engrossar o caldo. Que eu digo é trazer muitos

autores. Isso a gente vai observar muito nos artigos. Têm artigos com 50 citações, têm artigos

com 10 ou 15, depende muito da área. E essa ideia do consenso científico, é ideia realmente de trazer

muitas citações, de forma bastante breve, de modo a mostrar ao leitor que aquele tema, ele tem bastante produtividade.

Várias pessoas concordaram com  aquela ideia.

E por fim, a referenciação bibliográfica em enunciados com o apagamento dos limites entre os diferentes discursos.

Então, nesse caso a situação é como se o autor, ele buscasse trazer, realmente, uma fusão de ideias ||||||||||han|||||||

buscando apagar esses limites e trazer realmente uma voz mais coletiva, mais geral.

Então, essas seriam as 4 funções ou 4 usos. E, claro, que essas 4 funções não aparecem todas em um único artigo.

A gente tem que observar como cada uma dessas funções aparecem em diferentes artigos e nas mais diferentes áreas do conhecimento. |||||hvordan|||||||||||||||

É bem importante a gente analisar o porquê do autor utilizar citação. Seja em discurso direto ou indireto. |||||||||||sitat||||||

Uma certa aula, um aluno me perguntou, ele ficou bem espantado do porquê que se usa bastante discurso indireto, ||||||||||forbauset||||||||

lá nos artigos dele. Quando ele achava que se utilizava mais um discurso direto. São convenções, pessoal.

Vocês têm que ver que cada área, cada assunto, vai ter uma  formatação específica e o nosso exercício

que eu vou pedir para vocês fazerem, logo em seguida, é justamente um exercício de observação pra que

vocês possam verificar: o que aparece mais em uma determinada área? Discurso direto ou indireto? |||||dukker opp|||||område||||

Eu não tenho como responder para vocês. Vocês têm que fazer essa observação, do que é mais comum na

escrita da área de vocês. Já entrando um pouco nessas diferenças, a gente vai discutir um pouco

a diferença de citação em alguns gêneros científicos. |||||||vitenskapelige

Por exemplo, o artigo científico e na resenha. Como é que isso, formalmente se marca, tecnicamente se marca?

Nós trabalharemos, então, com esses dois gêneros: o artigo e a resenha.

No artigo científico, a gente sempre coloca o sobrenome do autor e entre parênteses o ano, vírgula, a página.

Independente se for discurso direto ou indireto. Saussure, 1916, página 14, afirma que a língua é um sistema de signos. Saussure, 1916, página 14,

afirma: "a língua é um sistema de signos." Então sempre tem que colocar o ano e a página. hevder|||||||||||||||||

Na resenha acadêmica, como nós temos apenas um autor, a gente só coloca a página, porque a referência já está colocada, uma vez no texto.

Quando o autor, ele tem mais de uma publicação por ano, a ABNT sugere

por exemplo, Souza, 2014, A. Souza, 2014, B. Por que isso? Porque o autor, ele tem 2 publicações

no mesmo ano e pra não confundir, lá na lista de referências  bibliográficas.

Eu sugiro pra vocês, que vocês consultem a ABNT para verificar esses detalhes técnicos. Quando utilizar o "idem"? |||||||||||||||||det samme

Quando utilizar o "ibidem"? Como fazer referência? Por exemplo, se o sobrenome do autor é Silva Júnior: vai só Júnior? |||Samme sted||||||||||||||||

Não, é Silva Júnior. Júnior não é sobrenome. Então, uma série de dúvidas que vocês podem ter, em termos técnicos,

eu sugiro que vocês consultem a ABNT, porque ela vai trazer então, responder essas dúvidas.

Vimos então, que no artigo a gente sempre coloca o ano e a página, e na resenha apenas a página, entre parênteses. |da, altså||||||||||||||||||||

Bom, aqui nós temos o pesquisador José Bessa, trazendo uma crítica ao uso das citações diretas.

Por quê? Parece haver uma tendência no artigo científico a utilizar mais o discurso indireto.

Ainda assim, a citação direta, muitas vezes, é bem frequente.

"É, pois, o texto acadêmico científico que se tece com remendos de excesso de citações, e principalmente de citações diretas, ||||||||||lapper|||||||||

que mais incomoda a qualquer leitor mais exigente. Incomoda pelo fato de se entender que os citações deve favorecer

o reforço, o esclarecimento, a explicação de ideias expressas pelo autor do texto, funcionando como

suporte à construção de argumentos no corpo do texto, e não como ideias principais, ditando as tramas do tecido textual. ||||||||||||||||||teksten|

Então, quando a gente usa citação direta, parece que a gente está dando muito relevo ||||||||||||||stor vekt

para a voz do outro, está dando o holofote pro outro.

Enquanto que no artigo, eu tenho que dar voz pra minha ideia. O autor já escreveu os livros dele.

Ele já tem os minutos de fama dele, os anos de fama dele ou a notoriedade dele. Então, o uso excessivo de citações direta,

ele pode gerar um certo efeito repetitivo, de cansaço, de dar o foco excessivo pra voz do outro,

quando o correto é eu trazer citação do outro, e não dar destaque para que o outro fez.

O outro não precisa de destaque, quem precisa de destaque sou eu. Eu é que tenho que sobressair com a minha voz. |||||||||||||||||skille seg ut||||

Então, isso é importante a gente ter...e pensar um pouco nesses usos e abusos das citações diretas. ||||||ha|||||||||||

E é claro, também, da citação indireta. Bom, aqui então eu indico pra vocês um exercício bem importante de fazer,

porque é só na prática da leitura que vocês vão conseguir observar citação direta,

suas funções, a sua estrutura e a sua forma.

Primeiro: selecione 3 artigos científicos sobre o mesmo tema. Analise a utilização de citações. Como.

Utiliza-se mais citações diretas ou indiretas nos 3 artigos? Que motivos você atribui para esse resultado? |||||||||||||||resultat

Próxima pergunta: quais os verbos  dicendi utilizados para a citação direta?

Como eles influenciam na argumentação do texto? E por fim: qual a função das citações diretas nos artigos analisados?

Há diferença de sentido entre os textos? No uso da citação direta, tem algum artigo que a citação direta tem mais importância?

Exercício número 2, que é para a resenha acadêmica.

Selecione 3 resenhas sobre o mesmo tema. Analise a utilização de citações. Utiliza-se citações mais diretas ou indiretas? |Anmeldelser||||||||||||||||

Que motivos você atribui para esse resultado? Quais os verbos dicendi utilizados para a citação direta?

Como eles influenciaram a argumentação do texto? E quais os  verbos dicendi utilizados para citação indireta?

Como eles influenciam a argumentação do texto? Com estes 2 exercícios e esses 2 gêneros

científicos, de uma área, de um tema que interessa a vocês a leitura, acredito que vocês têm uma boa

observação do uso, a funcionalidade e a forma da citação direta. Muito obrigada!

[vinheta ♫♫♫]