5 FILMES BRASILEIROS COM HISTÓRIAS LGBTQIA+
Meu nome é Anita e esse aqui é o Historiar-se e vocês já devem ter percebido que é só chegar
Junho que a gente só vê arco-íris em todos os lugares. Isso porque em junho é o mês
do orgulho LGBTQIA+, mas também tem uma outra data bem legal nesse mês de junho,
que é o dia do cinema brasileiro, que é dia 19. Então no vídeo de hoje a gente
decidiu unir essas duas datas, do dia do orgulho LGBTQIA+ e do dia do cinema brasileiro para falar
de cinco filmes de temática LGBT brasileiros. Então vamos comigo depois da vinheta para a gente
falar sobre eles. Antes de tudo, quero mandar um beijo especial para os nossos apoiadores no
Padrim! Se tu não conhece ainda as recompensas de apoiar o nosso trabalho ,dá uma olhada no
link aqui na descrição do vídeo. Bom, as obras cinematográficas elas nos ajudam a compreender
realidades e vivências. Não só isso, mas os filmes através das suas tramas têm muitos significados
não só implícitos como também explícitos. E a ideia aqui então apresentar cinco filmes
com vivências LGBTQIA+ para a gente aprender um pouco e entender um pouco mais sobre as
vezes os desafios e as alegrias que é fazer desse arco-íris, que é um dos símbolos da luta LGBT. O
primeiro filme que a gente selecionou é "Tatuagem" é um filme de 2013 e dirigido pelo Hilton Lacerda.
Vou ler a sinopse aqui para vocês entenderem porque que a gente escolheu esse filme. "Recife,
1978. Clécio Vanderlei é o líder da trupe teatral Chão de Estrelas que realiza shows repletos de
deboche e com cenas de nudez. A principal estrela da equipe é Paulete, com quem Clécio mantém um
relacionamento. Um dia, Paulete recebe a visita de seu cunhado, o jovem Fininha, que é militar.
Encantado com o universo criado pelo Chão de Estrelas, ele logo é seduzido por Clécio e não
demora muito para que eles engatem um tórrido relacionamento que o coloca em um uma situação
dúbia: ao mesmo tempo que convive cada vez mais com os integrantes da trupe, ele precisa lidar
com a repressão presente no meio militar em plena ditadura. E por que que esse filme é tão
interessante? Primeiro que ele vai tratar, então, de relações de gênero e sexualidade num período
que é super marcado pela censura né, a Ditadura Militar Brasileira. E também ele vai mostrar um
pouco da resistência pela arte - e aí pensando de uma forma não hegemônica, né, porque muitas vezes
a gente tem ideia da resistência da arte durante a ditadura com as músicas de protesto Além disso,
né, durante a ditadura tem muitas questões assim de pregar uma moralidade e valores,
e esse filme ele vai mostrar então um grupo que não vai se enquadrar nisso. Se tu quer saber
mais sobre ditadura e LGBTS, tem um vídeo aqui no canal que o Cadu, e fez falamos sobre esse tema.
O segundo filme que a gente escolheu é o Entre Irmãs de 2017 dirigido pelo Breno Silveira, e a
sinopse é o seguinte: "Pernambuco, década de 1930. Luzia e Emília são irmãs que vivem na pequena
Taguaritinga do Norte, ao lado da tia Sofia, que lhe ensinou ofício de costureira. Enquanto Emília
sonha em se mudar para a cidade grande, Luzia se conforma com a realidade mesmo tempo em que lida
com dificuldade de ter no braço atrofiado por ter caído de uma árvore quando criança. A vida
dessas três mulheres muda por completo quando o cangaceiro Carcará cruza seu caminho obrigando-as
a costurar para o bando que lidera. Bom, e por que esse filme é tão interessante? Ali na sinopse não
fica explícito, não fala, mas a personagem da Marjorie Estiano vai se relacionar com a
personagem da Letícia Colin. Então essa é uma das questões de a gente ter colocado na sua lista. E,
além disso, o filme vai perpassar então por debates feministas não só repensando essas
questões de gênero e sexualidade, mas também dos padrões heteronormativos que esse filme vai falar
um pouco, principalmente pela personagem da Nanda Costa, que vai viver a vida de uma cangaceira,
que normalmente a gente associa com essa questão masculina, né. O filme ele é baseado no livro "A
costureira e o cangaceiro", de Frances de Pontes Peeblez. E também é significativo pensar, né,
através dessa ficção, as possíveis formas de se resistir a padrões heteronormativos e em tempos
passados e conservadores. O terceiro filme que a gente escolheu é "Corpo Elétrico", dirigido pelo
Marcelo Caetano, é um filme de 2017. E a sinopse diz o seguinte: " Corpo Elétrico acompanha Elias,
que é um assistente em uma confecção de roupas no centro deSão Paulo. Ele mantém pouco contato
com a família na Paraíba, e passa seus dias entre os tecidos do trabalho e encontro com homens. O
fim do ano traz reflexões sobre possibilidades de futuro, reconecções com o passado, e muitas horas
extras que acabam por aproximá-lo dos colegas de fábrica, e consequentemente, inseri-lo em um
novo ciclo de amizades. E por que que esse filme é interessante, que a gente trouxe uma nossa lista?
Esse filme vai trazer uma narrativa LGBTQIA+ no presente, né, nos tempos atuais, mas é uma
narrativa que apresenta um cotidiano, uma vivência comum, uma vivência proletária do cotidiano, né,
do presente. Então esse filme apresenta essa temática de uma forma que não seja sempre
pelo conflito, né, que não seja sempre uma uma vivência só militante, né, mas sim naturalizar
essas vivências, né, e entender que elas são vivências como quaisquer outras. Ou seja,
a sexualidade é apenas uma característica daquele sujeito, e não algo que gera sempre uma vivência
só combativa. O quatro filme que a gente escolheu é o "Bixa Travesti" de 2019, dirigido pelo Kiko
Goifman e pelaa Cláudia Priscilla. A sinopse é a seguinte: o corpo político de Linn da Quebrada,
cantora transexual negra, é a força motriz desse documentário que captura a sua esfera pública e
privada. Ambas marcadas não só por sua presença de palco inusitada, mas também por sua incessante
luta pela desconstrução de estereótipos de gênero, classe e raça. E por que que a gente trouxe esse
documentário então? Esse documentário fala sobre os tempos atuais também, né,
e fala de uma visão muito atualizada sobre gênero sexualidade, e aí pensando muito a teoria queer.
Através da aproximação, então, da vida da Linn da Quebrada, a gente conhece um pouco mais sobre
a construção e produção do seu ser artístico, mas também da sua vida pessoal. A obra, então, aborda,
como fala aí na sinopse, a interseccionalidade dos corpos, e essa desconstrução sobre o que que a
gente entende por feminino e masculino. E o quinto filme que a gente selecionou é "Antes o tempo não
acabava", de 2017, dirigido pelo Sérgio Andrade e Fábio Baldo. A sinopse é a seguinte: "Anderson é
um jovem rapaz que possui raízes da etnia indígena saterê. Quando ele se muda para Manaus e vai morar
na cidade grande, ele começa a se ver preso entre os embates culturais das tradições do
mundo de onde veio e cresceu e os costumes urbanos e o complexo e conturbado cotidiano
da metrópole". Então por que que esse filme é interessante? Ele busca alinhar, então, essas
questões indígenas com as questões da comunidade LGBTQIA+. Isso pode despertar no público, então,
uma visão que não essencializa as comunidades indígenas. Ou seja, entender essa multiplicidade
do que significa ser indígena nos tempos atuais, e que também vão perpassar por essas questões
de gênero e sexualidade. Bom pessoal, era isso! Espero que vocês tenham gostado do vídeo. Se tu
gosta desse tipo de vídeo, dá uma olhada também lá no nosso Instagram @historiar_se , que toda
sexta-feira a gente tem dicas de audiovisuais sobre os mais diversos temas. Na descrição do
vídeo, tem todas as referências que eu usei para falar sobre esses filmes e se tu conhece algum
filme que não foi comentado aqui no vídeo, coloca aqui na descrição dos comentários, né, nem sempre
dá para abordar todos, e ultimamente a gente tem a sorte que no cinema nacional tem muitos filmes
falando sobre esta temática. Espero que vocês tenham gostado, não esquece de compartilhar e
curtir esse vídeo, e se inscrever no nosso canal. Até uma próxima, tchau.