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Os Escravos, por Antonio Frederico de Castro Alves, 23º Poema: O derradeiro amor de Byron, de Os Escravos, de Castro Alves

23º Poema: O derradeiro amor de Byron, de Os Escravos, de Castro Alves

O derradeiro amor de Byron

Ét, puisque tôt ou tard l'amour huntain s'oublie, Il est d'une grande âme et d'un heureux destin? D'aspirer comme toi pour un amour divin! ALFRED DE MUSSET

Num desses dias em que o Lord errante

Resvalando em coxins de seda mole...

A laureada e pálida cabeça

Sentia-lhe embalar essa condessa,

Essa lânguida e bela Guiccioli ...

II

Nesse tempo feliz... em que Ravena

Via cruzar o Child peregrino,

Dos templos ermos pelo claustro frio...

Ou longas horas meditar sombrio

No túmulo de Dante — o Gibelino...

III

Quando aquela mão régia de Madona

Tomava aos ombros essa cruz insana...

E do Giaour o lúgubre segredo,

E esse crime indizível do Manfredo

Madornavam aos pés da Italiana ...

IV

Numa dessas manhãs... Enquanto a moça

Sorrindo-lhe dos beijos ao ressábio,

Cantava como uma ave ou uma criança...

Ela sentiu que um riso de esperança

Abria-lhe do amante lábio a lábio...

A esperança! A esperança no precito!

A esperança nesta alma agonizante!

E mais lívida e branca do que a cera

Ela disse a tremer: — "George, eu quisera Saber qual seja... a vossa nova amante". VI

— "Como o sabes?. . " — "Confessas?" — "Sim! confesso. . " — "E o seu nome. . " — "Qu'importa?" — "Fala Alteza!. . " — "Que chama douda teu olhar espalha, És ciumenta?. . " - "Mylord, eu sou de Itália!" — "Vingativa?. . " - "Mylord, eu sou Princesa!. . " VII

— "Queres saber então qual seja o arcanjo Que inda vem m'enlevar o ser corruto? O sonho que os cadáveres renova,

O amor que o Lázaro arrancou da cova

O ideal de Satã?. . " — "Eu vos escuto!" VIII

— "Olhai, Signora... além dessas cortinas, O que vedes?. . " — "Eu vejo a imensidade!. . " - "E eu vejo. .. a Grécia... e sobre a plaga errante

Uma virgem chorando..." — "É vossa amante?..." — "Tu disseste-o, Condessa!" É a Liberdade!!!. ."


23º Poema: O derradeiro amor de Byron, de Os Escravos, de Castro Alves 23rd Poem: Byron's ultimate love, from Castro Alves' The Slaves

O derradeiro amor de Byron

Ét, puisque tôt ou tard l'amour huntain s'oublie, Il est d'une grande âme et d'un heureux destin? D'aspirer comme toi pour un amour divin! ALFRED DE MUSSET

Num desses dias em que o Lord errante

Resvalando em coxins de seda mole...

A laureada e pálida cabeça

Sentia-lhe embalar essa condessa,

Essa lânguida e bela Guiccioli ...

II

Nesse tempo feliz... em que Ravena

Via cruzar o Child peregrino,

Dos templos ermos pelo claustro frio...

Ou longas horas meditar sombrio

No túmulo de Dante — o Gibelino...

III

Quando aquela mão régia de Madona

Tomava aos ombros essa cruz insana...

E do Giaour o lúgubre segredo,

E esse crime indizível do Manfredo

Madornavam aos pés da Italiana ...

IV

Numa dessas manhãs... Enquanto a moça

Sorrindo-lhe dos beijos ao ressábio,

Cantava como uma ave ou uma criança...

Ela sentiu que um riso de esperança

Abria-lhe do amante lábio a lábio...

A esperança! A esperança no precito!

A esperança nesta alma agonizante!

E mais lívida e branca do que a cera

Ela disse a tremer: — "George, eu quisera Saber qual seja... a vossa nova amante". VI

— "Como o sabes?. . " — "Confessas?" — "Sim! confesso. . " — "E o seu nome. . " — "Qu'importa?" — "Fala Alteza!. . " — "Que chama douda teu olhar espalha, És ciumenta?. . " - "Mylord, eu sou de Itália!" — "Vingativa?. . " - "Mylord, eu sou Princesa!. . " VII

— "Queres saber então qual seja o arcanjo Que inda vem m'enlevar o ser corruto? O sonho que os cadáveres renova,

O amor que o Lázaro arrancou da cova

O ideal de Satã?. . " — "Eu vos escuto!" VIII

— "Olhai, Signora... além dessas cortinas, O que vedes?. . " — "Eu vejo a imensidade!. . " - "E eu vejo. .. a Grécia... e sobre a plaga errante

Uma virgem chorando..." — "É vossa amante?..." — "Tu disseste-o, Condessa!" É a Liberdade!!!. ."