HISTÓRIA
— Ai o cara me olhou com um olhão brother.
— Sim, essa é maravilhosa.
Eu te contei a história de eu na fazenda do Carlinhos,
que eu peguei no cavalo?
— Contou, essa história é maravilhosa.
— Eu te contei isso?
— Contou.
O cavalo deu uma corrida.
— É, deu um pinote.
Eu te contei essa? que eu montei no cavalo.
— Contou, genial essa ai é genial.
— História boa, né?
— É muito boa.
— Eu dei... eu contei isso né?
— Contou.
— Que ele foi, porra!
É boa.
— É muito boa.
— Quê foi?
— Nada, é que agora eu queria contar essa história.
— Foi, que é isso?
— Não, mas é que você já contou pra gente.
— Eu sei que eu contei meu amor,
mas eu tô com vontade,
é o ímpeto que continua aqui dentro.
Você não controla a história,
ela tá se debatendo aqui dentro.
É uma história ótima que gera risadas excelentes,
e agora será podada porque a mesa conhece.
— Você quer contar de novo?
— Não faz sentido contar de novo a história
se vocês já conhecem a história toda.
Qual é a graça?
Não tem a chaminha do querer dentro
dentro de vocês.
— Tenta.
— Não sei, não se vale.
— Ue, tenta. — A gente vai te ouvir.
— Vou tentar, vamos ver.
— Vai lá.
— Eu tava na fazenda do Carlinhos,
Ai o pessoal falou assim: "— Vamos andar de cavalo."
Eu já falei assim: "— Pera ai, cavalo é o pit bull que dá coice."
É num funciona, não tem como contar isso.
— A gente tá tentando te ouvir.
— Eu sei que tá ouvindo,
mas é que não tem o momento do
da descoberta
primeiro dia quando eu contei Carlinhos,
você, porra! Carlinhos! fazenda!
e cavalo! — É, não é a mesma coisa.
— Tudo era descoberta, uma Disneylândia,
agora rolou silêncio de vocês
ouvindo uma história que já num...
— É verdade, tem isso né.
— É claro que tem, ai agora fico eu aqui sem...
— Não, mas conta pro garçom.
— Não sei se, será?
— O Zé Carlos, vem cá,
Daniel quer contar uma história pra você.
— Opa tudo, tudo bem com vocês?
Adoro as histórias do Daniel,
pede pra ele contar a história do cavalo que é excelente.
— Porra, puta que pariu, já contou pro Zé Carlos?
— Claro que eu contei,
eu já contei pra todos os seres humanos
que eu já me aproximei na vida.
É uma história maravilhosa,
pra quem eu posso eu conto.
As pessoas acham hilário,
já vi gente falando assim:
"— Foi comigo". Num foi, foi comigo.
Porra!
Tem a outra história.
— Que história que é essa?
— É a na, na, na fazenda do Marquinhos,
Que eu montei, num, num, num
num panda.
e ele...
— Daniel.
Você trocou Carlinhos por Marquinhos,
cavalo por panda?
— Claro que não.
— É, acho que foi isso que ele fez.
— Não é questão de ter mudado,
é que eu esqueci,
é realmente era o Carlinhos.
Tem a....
A história do, do, do.
Que eu montei na Tainá.
— Não, mas ai você trocou o cavalo pela Tainá.
— Não essa é outra história mesmo, é que eu dei uma montada violenta nela.
— É mesmo, é?
— Ela firme o que. — Mas olha só.
— Acabaram as histórias mesmo, né?
— É, eu acho que a gente está precisando sair com gente diferente, né?
— É, vamos, vê, cada um vai pra um lado, tentando variar um pouco.
— Dá licença, posso pegar essa cadeira?
— Como é que você tá, senta aqui rapidinho.
(todos falando ao mesmo tempo)
— Pede uma porção de provolone pra gente.
(todos falando ao mesmo tempo).
ilaria ilaria